A Azul vai iniciar em 2015 a operação de voos internacionais diretos a partir do Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP), onde está sediado seu principal centro de operações no país.
Para tanto, anunciou ontem a incorporação de 11 Airbus de grande porte, dos modelos A350-900 e A330-200. Oito deles serão arrendadas pelo grupo de leasing ILFC (International Lease Finance Corporation).
O destino das rotas internacionais, segundo o fundador e CEO da Azul, David Neeleman, devem ser três cidades no sul da Flórida.
A mudança no perfil da frota atual, formada por 80 jatos Embraer e 56 turboélice ATR, é um passo fundamental para que a empresa possa colocar em prática o objetivo de voar para rotas mais longas, tanto para a América do Norte como para a Europa.
As entregas dos primeiros A-330-200 estão previstas para julho deste ano. Os novos A350-900 começam a chegar em 2017.
O interior dos aviões será reconfigurado para o padrão Azul. Cada aeronave reformada custará US$ 8 milhões. Segundo o presidente da Azul, Antonoaldo Neves, o investimento nessa reforma será feito com recursos próprios e o pagamento do aluguel das aeronaves virá do caixa da empresa.
O executivo disse que o investimento previsto no arrendamento das aeronaves pela ILFC é de US$ 2 bilhões. O arrendamento terá prazo de oito a 12 anos.
O executivo disse que a Azul não precisará fazer um pedido de oferta pública inicial de ações (IPO) para viabilizar os novos investimentos porque está com o caixa reforçado. “Os investidores da companhia estão apoiando 100% dessa iniciativa”, afirmou.
O mercado internacional é o foco da expansão dos negócios da Azul, mas a companhia também quer continuar crescendo no Brasil.
Neeleman disse que está bastante animado com os novos motores que irão equipar a segunda geração de jatos Embraer e admitiu estar em conversações para uma possível aquisição no futuro. “Podem apostar que vamos comprar”, disse.
Segundo o presidente Antonoaldo Neves, essas aquisições não devem ser feitas no curto prazo, pois a companhia ainda tem de 15 a 20 aviões da Embraer para receber. “Novas aquisições serão feitas à medida que o ciclo de vida ideal das aeronaves estiver terminando”, explicou.
Segundo o executivo, o estímulo à aviação regional vai potencializar voos internacionais da Azul. Estudo da aérea mostra que há 100 cidades viáveis para a aviação regional hoje no país.
“Em um ano podemos operar em mais 10 cidades com voos regionais e chegar a 20 até o fim de 2015″, disse Neves, para quem o sucesso da aviação regional passa pela redução do custo Brasil.
O presidente da Airbus para América Latina e Caribe, Rafael Alonso, disse que a escolha da Azul pela marca europeia confirma a liderança da companhia na região, onde detém uma participação de mercado de 73%, com base nos aviões vendidos em 2013 (80 unidades).
“A nossa expectativa é de que 2014 também será um bom ano de vendas. A América Latina representa da ordem de 7% a 8% do nosso volume de negócios mundiais, mas o valor das vendas é expressivo”, afirmou.
Fonte: Valor Econômico, Por Virgínia Silveira
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