sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Secretário de Haddad nega favorecimento aos empresários e critica MPL: “Estão enganados”

Jilmar Tatto desafia lideranças do coletivo para debate para que não restem dúvidas


Thiago de Araújo, do R7
Tatto vê "desconhecimento" de críticos às mudanças no transporteNilton Fukuda/Estadão Conteúdo
O secretário municipal de Transporte, Jilmar Tatto, respondeu às críticas frequentes que vem recebendo pelas mudanças nas linhas de ônibus da capital paulista. Questionado pela reportagem do R7 sobre as alegações de movimentos sociais de que estaria favorecendo o empresariado, Tatto afirmou que tais relatos não correspondem à realidade.
As palavras do secretário de Transportes foram mais precisamente direcionadas ao MPL (Movimento Passe Livre), principal incentivador das recentes manifestações nas zonas sul e leste da cidade quanto ao uso do transporte público em São Paulo. As mudanças implementadas nas últimas semanas pela SPTrans, responsável por gerir a área, causaram fortes críticas.
— Em relação às linhas, quem mais resiste a mudar são os empresários de ônibus, entendeu? O MPL está totalmente enganado. Porque os empresários de ônibus, cuja maioria está há muito tempo na cidade de São Paulo, não querem perder. Quando você muda o traçado ou secciona uma linha, ou tira sobreposição de uma linha, você está tirando do cara (empresário). Não estamos cancelando nenhuma linha, são mudanças. Aí vem MPL e fala isso, não.
O secretário do prefeito Fernando Haddad ainda sugeriu um debate com as lideranças do coletivo, caso existam algumas dúvidas sobre o que está sendo feito. Ele ainda alfinetou o grupo.
— Imputo isso (críticas) ao desconhecimento. Não acho que eles estejam no bolso dos empresários, mas eles estão errados do ponto de vista do conceito. Esse debate eu faço com eles a hora que eles quiserem, não tem problema. A resistência maior é dos operadores, que são os empresários e as cooperativas, porque não querem perder aquilo, e muitas vezes não estão preocupados se o ônibus está cheio.
O MPL, responsável pelas manifestações de junho e julho que levaram à redução de R$ 0,20 no preço do metrô e do ônibus em SP, pontuou recentemente o que pensa em sua página oficial.
— Em vários lugares da cidade, é a mesma situação: em nome da "racionalização" do sistema, cortam as linhas bairro-centro. Isso atrapalha nossa vida - somos obrigados a pegar dois ou mais ônibus, perdendo horas a mais nas filas dos terminais e no trânsito -, mas aumenta em muito o lucro dos empresários de ônibus, que ganham dinheiro cada vez que um passageiro embarca e gira a catraca. É o lucro dos empresários falando mais alto que o bem-estar da população.
Para Tatto, problemas existem, muitos deles ligados à infraestrutura de terminais e pontos de ônibus, mas um trabalho sério está sendo realizado pela secretaria para resolvê-los e melhorar o transporte público na cidade.
— Em relação aos terminais, nós temos um grave problema de infraestrutura no sistema de transporte sobre pneus na cidade de São Paulo. Por isso é que há um projeto de reorganização no que diz respeito à infraestrutura, com os corredores e construção de terminais. Estão previstas intervenções e construções em 19 terminais (15 destes totalmente novos) até 2016. Os terminais que foram projetados lá atrás não estavam projetados para receber esses ônibus grandes, esses biarticulados.
Na semana passada, o secretário pediu desculpas pelos muitos problemas enfrentados pela população da capital e prometeu que a pasta está atenta ao que deve ser melhorado e, eventualmente, modificado.

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