Inicialmente, os suíços estudavam a possibilidade de enviar procuradores até o Brasil para fazer o interrogatório. Mas o acordo estabelecido permitiu que o trabalho seja feito em cooperação com a Justiça brasileira.
O Estado apurou com exclusividade que MP Federal já recebeu o pedido de Berna na quinta-feira e decidiu já agendar os dois interrogatórios. A Justiça brasileira, porém, considera que o questionamento dos dois envolvidos pode ajudar também na investigação que ocorre no Brasil.
Desde 2011 a Suíça investiga os pagamentos feitos pela Alstom em mais de dez países, sempre na busca de contratos públicos. Em três países, os suíços conseguiram provar a corrupção e a Alstom teve de pagar multas milionárias.
No caso do Brasil, documentos obtidos pelo Estado revelam que os procuradores suíços já em 2011 suspeitavam de depósitos em nome dos brasileiros.
Os investigadores suíços apontam que, em 21 de março de 2001, uma transferencia de US$ 255,8 mil foi identificada em nome de Arthur Teixeira em sua conta Rockhouse 524373, no Credit Suisse de Zurique, envolvendo o amplo esquema de pagamentos de propinas da Alstom.
Outras transferências com volumes parecido de dinheiro e ligados à Alstom também foram identificados pelos suíços envolvendo Teixeira.
A transferencia seria uma indicação da rota do pagamento da propina. Os suíços obtiveram dezenas de documento da multinacional, depois de uma série de intervenções nos escritórios da empresa. A Alstom, na época, garantiu que cooperava com a investigação e que a empresa havia passado por uma ampla mudança de comportamento.
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