Tijolaço
A revelação, hoje, pela Folha, de que “testemunhas que resolveram colaborar com as investigações sobre fraudes em licitações no setor de transportes em São Paulo” disseram que a Alstom e a Siemens pagaram propina de até 9% do valor dos contratos para fazer negócios com o governo paulista é a indicação mais clara de que o favorecimento ia muito acima dos baixos escalões da Companhia de Trens ou do Metrô.
Um dos contratos foi com o Governo Mário Covas, outro com Alckmin. Mas é de lembrar que o mandato de Covas, a partir de 98, foi partilhado com Alckmin, por diversas licenças, com o poder de mando já muito partilhado..
E, ainda, porque os contratos se prolongam por anos e os “repasses”, é obvio, se deem quando das liberações das parcelas contratuais, segundo a execução da obra ou serviço. Portanto, para o período no qual, a partir de 2001, Alckmin efetivou-se no comando do governo, com a morte de Covas.
É evidente que não se quer condenar Alckmin pelo “domínio do fato”, mas é igualmente claro que “consultores” externos ao governo não podem prometer sucesso a empresas em licitações por conta própria.
Ainda mais quando em montantes deste tamanho.
Mesmo abafado durante anos e com manobras inacreditáveis como a do “esquecimento” do pedido da Justiça da Suíça, o escândalo do “trensalão” tomou dimensões de um trem desgovernado.
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