Modelo da Marcopolo se consagrou como o ônibus urbano com maior tempo em linha de produção no Brasil
ADAMO BAZANI
blogpontodeonibus
blogpontodeonibus
Ficar por mais de trinta anos em produção não é para qualquer um, ainda mais quando se trata de veículos pesados, cujo ciclo de renovação dos modelos e o surgimento de novas nomenclaturas são de habitualmente de dez anos em média.
Conseguir resistir a décadas é sinal de qualidade desde os primeiros ônibus e de boa aceitação da marca.
Assim é com o modelo urbano Torino, da Marcopolo, que pode ser considerado um dos maiores sucessos do mercado e um ônibus lendário no Brasil.
Claro que o Torino teve diversas versões, acompanhando evoluções tecnológicas e de design.
O Torino, pela sua longevidade é marca presente nos principais sistemas de ônibus urbanos do País, desde os mais simples até os que possuem maior demanda de passageiros.
Para se ter uma ideia da importância deste modelo nos transportes nacionais, de acordo com a Marcopolo, entre 1983 e o primeiro semestre de 2016, foram comercializado no Brasil, mais de 110 mil unidades do Torino. O modelo está presente em países de todos os continentes. A Marcopolo exportou também neste período, 20 mil unidades do Torino, em diversas versões.
HISTÓRIA DO MARCOPOLO TORINO – A UNIÃO DE VÁRIAS OUTRAS HISTÓRIAS:
Quando se fala de Marcopolo Torino, é possível citar a união de várias histórias, que mostram o desenvolvimento econômico, social e urbano e até mesmo os retrocessos. Afinal, os transportes estão ligados ao dia a dia das cidades, do País e presentes no cotidiano e lembranças de milhões de pessoas.
O modelo foi contemporâneo a várias histórias dos transportes e do País: de uma época crítica pela qual o Brasil precisava reagir ao surto inflacionário dos anos de 1980 e se afastava definitivamente dos anos da Ditadura Militar em 15 de março de 1985, da dura época do chamado “confisco das poupanças dos brasileiros”, já na era do presidente Fernando Collor de Mello, que em 29 de setembro, por 441 a 38 votos 29, após denúncias de corrupção e irregularidades no Governo, tem seu impeachment aprovado pela Câmara dos Deputados. Horas antes de ser considerado culpado pelo Senado, Collor renuncia à presidência.
Com certeza dentro de algum Torino muitos passageiros discutiam e comentavam também outros fatos que se seguiam durante a longevidade do modelo, como a busca pela estabilidade econômica, após o Plano Real, em 27 de fevereiro de 1994, do ministro da Fazenda e posterior presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, a era de Luís Inácio Lula da Silva, o metalúrgico que se tornou presidente, em 1º de janeiro de 2003, da demonstração de insatisfação de diversos setores da sociedade, que tiveram como pano de fundo as tarifas e qualidade dos transportes urbanos, em junho de 2013, protestos estes que acabaram sendo esvaziados pela violência de grupos como Black Blocs e outros que se infiltraram estrategicamente nos movimentos e também pelo uso “politiqueiro” que se fez das manifestações e claro, da Copa do Mundo em 2014, uma decepção por vários aspectos. Na sociedade e política, boa parte das obras que serviriam como legado da Copa, em especial relacionadas à mobilidade urbana. No futebol, a seleção de Luís Felipe Scolari, tendo como sua estrela principal o jogador Neymar não empolgou. Já sem Neymar em campo, o que não justificaria o vexame da derrota em 08 de julho de 2014 nas quartas de final. Em 1950, a seleção brasileira também havia perdido, pelo menos numa final, no Maracanã. Será uma espécie de maldição em Copas no Brasil?. Em 2016, o processo para o impeachment da presidente Dilma Rousseff também foi assunto dentro de algum Torino, com certeza.
O Torino é mais uma prova de que a memória do ônibus pode ajudar a remeter a fatos históricos gerais de uma cidade, país ou até mesmo do mundo que não podem ser esquecidos e devem ser conhecidos pelas novas gerações. Afinal, o ranço de todos estes fatos ainda está presente na atualidade e até mesmo pode determinar o futuro ou mesmo uma volta velada ao passado, já que muitos dos protagonistas do passado ainda se encontraram no poder e querem mais.
E um modelo que está no mercado há trinta anos certamente guarda em si todas estas histórias, ou parte delas.
AS VÁRIAS VERSÕES DE UM ÚNICO MODELO QUE NÃO PAROU NO TEMPO:
O Torino foi criado numa nova fase em que a fabricante Marcopolo, que também graças a ele se tornou uma das maiores indústrias de ônibus do mundo e entrava em mudanças.
Os rodoviários deixariam de ter os nomes Marcopolo, como eram o Marcopolo I (1968 – 1972), Marcopolo II (1971 – 1975), Marcopolo III (1974 – 1983) e Marcopolo III SE (1974 – 1983). Eles seriam substituídos pelo Viaggio G4 800 (1983-1992), Viaggio G4 950 (1983-1992), Viaggio G4 1100 (1983-1992) e Viaggio G4 Strada (1983-1992) e posteriormente viriam os modelos mais altos e de maior padrão da família Paradiso.
A Marcopolo entrava numa nova fase de mercado, visual e de qualidade na produção de produtos.
E foi o Torino o modelo que deu início a esta nova história no segmento de urbanos.
Como os modelos da Marcopolo nesta época, a inspiração do nome é de origem italiana e remete à cidade de Turin.
Seu desenvolvimento foi finalizado em 1982, tendo sua primeira unidade feita neste ano, e lançado oficialmente em 1983. Seu objetivo conferia ao modelo uma grande responsabilidade, substituir a linha de urbanos Veneza, mais especificamente o Veneza II.
O Veneza foi um modelo de sucesso e marcou o fim dos anos de 1970 e início dos anos de 1980, quando, apesar das turbulências inflacionárias do País que prejudicavam empresas e passageiros, os transportes precisavam urgentemente se modernizar. Para se ter uma ideia do contexto do Veneza, o primeiro ônibus para BRT – Bus Rapid Transit – do Brasil, e do mundo, o de Curitiba, em 1974, na gestão de Jaime Lerner, foi justamente um Veneza Expresso, com motor Cummins.
As cidades cresciam. A população brasileira deixaria de ser rural para começar a se transformar em tipicamente urbana.
As cidades precisavam de veículos modernos (para a época), econômicos (diante das sucessivas crises do Petróleo dos anos de 1970 e 1980) e que fossem flexíveis para um trânsito que se tornava cada vez pior.
Perceba a responsabilidade para a criação do Torino.
A primeira geração do Torino teve seu protótipo construído na fábrica que era da encarroçadora Eliziário, em Porto Alegre, no ano de 1982, nesta época já pertencente à Marcopolo. Mas a produção em série começou na planta de Caxias do Sul, no bairro Planalto.
O modelo trazia um pouco das linhas do SanRemo II. A janela do motorista era, portanto, considerada pequena e a placa traseira de identificação ficava no para-choque.
Já em 1984, mesmo ainda em sua primeira geração, o Marcopolo Torino ganha algumas alterações visuais, com janela do motorista maior e placa traseira não mais no para-choque, mas entre as lanternas da parte de trás.
No ano de 1986, a produção foi transferida para a fábrica da Marcopolo em Ana Rech, também em Caxias do Sul. A grade dianteira foi modificada, com frisos mais espaçados, o que melhorava a ventilação e o resfriamento dos motores dianteiros.
Este modelo foi produzido até 1988.
1989 – MAIS UM PASSO
No ano de 1989, o Torino recebia mais uma estilização. A janela do motorista começava a ganhar identidade própria. Não só por aspectos estéticos. O trânsito e os acidentes cresciam nas cidades e as indústrias tinham de oferecer veículos com visibilidade melhor para o motorista, o que significava maior área de envidraçamento.
Entre 1989 e 1990, entrava uma nova versão, Torino LN (época do Torino Geração IV como era popularmente chamado). Além de a área envidraçada e o tamanho da carroceria ganharem maiores dimensões, o letreiro e o sistema de abertura de portas foram modernizados.
Visualmente, ele era parecido com o Torino da primeira geração, mas havia algumas diferenças. A janela do motorista não era quadrada. Ela tinha uma caída inferior que ligava o nível das janelas laterais com o para-brisa. As máscaras que envolviam os faróis dianteiros não seguiam mais o modelo arredondado. Assim, nesta pequena modificação era passado um ar de modernidade e curioso. A máscara para os faróis era quadrada, mas as lanternas continuavam redondas. Outra diferença era a caixa do itinerário. No modelo da primeira geração, as lanternas ficavam ao lado do letreiro. Nesta geração eram colocadas em cima. Isso permitia um letreiro maior, melhorando a visualização do passageiro que esperava no ponto.
1995 – A ERA DO GV
O ano de 1995 foi marcante para a família de ônibus Torino. O veículo ganhava ares mais modernos, maior espaço interno e possibilidades de encarroçamento sobre mais chassis. Surgia o Torno GV. Nesta época, a concorrência com outras marcas de carrocerias era grande.
A Caio se destaca desde 1988/1989 com o modelo Vitória. A Thamco também no início dos anos de 1980, com o Scorpion e posteriormente o Dinamus marcava presença no mercado.
Para atender às novas necessidades de mercado e para fazer frente à concorrência que o Torino anterior vivia, a Geração V teve de ser pensada em diversos aspectos. As pesquisas de campo se intensificam e in loco a Marcopolo teve de mais uma vez saber do que as empresas e os passageiros de ônibus precisavam.
Participou da elaboração do modelo o designer italiano Giorgetto Giugiaro, que atuou em projetos automobilísticos famosos como gerações do Palio e Fiat Punto.
No mesmo ano, em 1995, o Torino respondia a outra necessidade de mercado. A dos ônibus de grande porte para atender a demandas cada vez mais altas. Surgiam o Torino LS Articulado e o Torno LS Biarticulado, que atenderam ao mercado de BRT de Curitiba. Algumas unidades usadas de Curitiba circularam em Manaus e em São Paulo.
Torino LS articulado
O Torno GV tinha novo estilo no conjunto óptico tanto na frente como atrás e a grade no caso dos motores dianteiros foi reformulada. Na traseira havia como opcional a lanterna de freio de emergência, brake-light e o nome Marcopolo em baixo relevo.
O brake-ligth se tornou item de série no Torino Geração V em 1987. No ano seguinte, foi um Torino desta geração, em 1988, um dos primeiros ônibus em série do Brasil a ser encarroçado sobre um chassi de piso baixo – low entry.
1999 – UM NOVO TORINO OU UM GV II ?
O ano de 1999 foi marcante também para o Torino, que entrava numa nova geração.
Uma nova geração em relação ao aperfeiçoamento estético e funcional e porque começava a ser produzido na planta da Ciferal, no Rio de Janeiro.
A Ciferal – Companhia Industrial de Ferro e Alumínio, fundada em 1955 por um grupo de empreendedores liderados pelo austríaco Fritz Weissman, foi uma das grandes fabricantes de ônibus pioneiras do Rio de Janeiro.
Ela teve vários marcos na história, como a introdução em massa do duralumínio, material mais leve e resistente para a construção das carrocerias de ônibus. Um dos modelos mais famosos da Ciferal certamente foi o Dinossauro, desenvolvido junto com a Viação Cometa, cuja primeira unidade, inspirada nos ônibus norte-americanos GMDP 4104 (Morubixaba) que foram marca registrada da Cometa, foi apresentada oficialmente no Salão do Automóvel de 1972, sobre chassi Scania BR 115. O objetivo da Cometa era continuar liderando a rentável linha Rio de Janeiro – São Paulo.
Mas em 1982, a Ciferal sofreria um momento econômico que mudaria sua história. Além de problemas administrativos e a inflação que atacava todos os setores da economia brasileira, e com os transportes isso seria até mais evidente, a encarroçadora teve uma encomenda de 2 mil carrocerias de trólebus cancelada pela CMTC – Companhia Municipal de Transportes Coletivos, de São Paulo.
Mas o cancelamento se deu depois que a Ciferal tinha ampliado e preparado sua linha de produção para dar conta da encomenda e depois de ter comprado toda a matéria prima.
A Ciferal entrava em falência, não tinha como pagar os fornecedores. A filial de São Paulo, a Ciferal Paulista, foi adquirida pela Condor, que em 1984 entraria em falência e em 1985 se tornaria a Thamco. A sede do Rio de Janeiro foi assumida pelo Governo do Estado.
Na época, o Governador era Leonel Brizola. Há quem diga que o modelo Ciferal Padron Briza, antecessor do Ciferal Padron Alvorada, teria sido uma homenagem ao governador que evitou que centenas de empregos fossem extintos e a empresa desaparecesse.
No ano de 1990, como forma de investimento, apesar das dificuldades, a Ciferal comprou a planta de caminhões da Fiat em Xerém, no Rio de Janeiro.
Em 19 de dezembro de 1995, a Ciferal voltava para a iniciativa privada. Foi comprada por um grupo de empresários de ônibus, que criou a holding RJ Administrações e Participações.
Em 1999, porém, a planta da Ciferal foi adquirida pela Marcopolo, que aos poucos passava a produção de veículos urbanos para o Rio de Janeiro.
O Torino conviveu com dois modelos de marca Ciferal: o Ciferal Turquesa e o último a receber a denominação Ciferal, o Citimax.
Esta nova geração de Torino tinha base na Geração V.
A frente e a traseira foram alteradas, assim como painel do motorista e balaústres, que tinham a opção de serem curvados na parte superior quando na posição vertical.
Especialmente para o sistema de corredores de ônibus de Curitiba, em 1999 surgira também a nova geração de Torino LS – Long Size. O modelo biarticulado era sobre chassi da Volvo.
2007 – UM TORINO NA ERA DO LED E DAS INOVAÇÕES INFORMATIZADAS:
Em 2007 foi lançada mais uma versão do Torino, com novas linhas, mais sóbrias e ao mesmo tempo harmoniosas e marcantes. Além dos ganhos estéticos, com janelas e conjuntos óticos mais avançados, mesclando linhas arredondadas e hexagonais, o Torino se tornou mais moderno para uma gama maior de aplicações urbanas.
O modelo também trazia área interna com melhor aproveitamento pela engenharia industrial para dar conta da demanda crescente de passageiros.
De acordo com a Marcopolo, a planta do Rio de Janeiro recebeu entre 2010 e 2014 investimentos de R$ 30 milhões para ampliar e modernizar a produção. Entre as novidades um novo lay out produtivo, equipamentos mais avançados e uma área de pintura renovada, com quatro cabines.
“Nosso objetivo é ser reconhecida como centro de excelência na produção de ônibus urbanos no Brasil. Os investimentos realizados nos últimos anos permitiram que atingíssemos elevados padrões de qualidade e produtividade e hoje estamos com produção de 28 unidades por dia”, enfatiza Alberto Calcagnotto, diretor da Marcopolo Ciferal, em nota à imprensa especializada.
Em 2014, a planta da Marcopolo no Rio de Janeiro conseguiu ter capacidade para produzir anualmente 7 mil ônibus , empregando aproximadamente 2 mil 600 pessoas.
“A Marcopolo Ciferal é responsável por mais de 30% da produção de ônibus da Marcopolo. Também vale lembrar a sua importância histórica para o Estado do Rio de Janeiro, como a primeira empresa a produzir carrocerias de ônibus naquele Estado, em 1955, e continuar a ser uma das principais companhias do polo automotivo local, em razão do elevado volume de unidades fabricadas, investimentos realizados e utilização de mão de obra intensiva” – complementa Alberto Calcagnotto, diretor da Marcopolo Ciferal, em nota à imprensa especializada.
2013 – O ANO DE UM NOVO TORINO:
A marca Torino foi consagrada no mercado de ônibus brasileiro e também em parte do mundo.
Descontinuar este nome, no mínimo, não seria uma boa estratégia.
Assim, em 10 de dezembro de 2013, a Marcopolo lança oficialmente o novo Torino, ou New Torino, como chamam alguns funcionários da empresa.
O aspecto geral do modelo continua, mas com novas propostas e mudanças tanto estéticas como de projeto.
O Torino passou a contar com materiais mais leves e modernos que aumentam a funcionalidade do veículo.
Os conjuntos ópticos dianteiro e traseiro contam agora com luzes diurnas, permitindo com que os outros motoristas notem o ônibus numa distância maior, aumentando a segurança.
O sistema multiplex, que permite o gerenciamento das funções da carroceria e do chassi, podendo mostrar preventivamente eventuais problemas, foi renovado. O painel de instrumentos conta com uma tela LCD de 3,5 polegadas que informa os principais dados de funcionamento do ônibus. O novo Torino pode ter como opcional sistema de ar condicionado.
Para facilitar a manutenção, algumas peças foram redesenhadas e ganharam novos conceitos, como os para-choques dianteiro e traseiro divididos cada um em três partes. Assim, dependendo da colisão, não é necessário trocar toda a peça.
A Marcopolo diz também que os novos-parachoques absorvem melhor os impactos.
O assoalho do ônibus também é dividido, formado por painéis que podem ser removidos, o que facilita a manutenção interna. A remoção dos painéis do assoalho para manutenção pode ser feita sem a necessidade de retirar as poltronas do ônibus.
O tamanho da carroceria é de até 13 metros e 28 centímetros, com capacidade para 47 passageiros sentados mais motorista, cobrador e espaço para cadeira de rodas ou cão guia, conforme determina legislação brasileira.
A altura máxima é de altura de 3.285 mm (com sistema de ar-condicionado no teto) e largura de 2.545 mm
Em 21 de outubro de 2014, a Marcopolo informava à imprensa na área de transportes o New Torino chegava a uma marca de mil unidades vendidas, ou seja, menos de um ano após a apresentação desta geração.
TORINO ARTICULADO:
Pouco menos de um ano depois, em 13 de outubro de 2014, a Marcopolo que se concentrava há quase dez anos na produção apenas do modelo Viale Articulado, apresentou uma geração deTorino nesta configuração.
O modelo foi produzido inicialmente para os sistemas de corredores para trânsito rápido de ônibus (BRT – Bus Rapid Transit).
Estas primeiras unidades foram encarroçadas sobre chassis Volvo B340 MA de comprimento total de 20,39 metros, o Novo Torino Articulado foi desenvolvido para atender o padrão definido para o município do Rio de Janeiro. O modelo apresenta visual moderno e tecnologia aplicada a favor da funcionalidade, conforto e segurança, com sistema multiplex redesenhado, painel de instrumentos com tela colorida de LCD de 3,5 polegadas e sistema de ar-condicionado opcional. Também conta com novos conjuntos ópticos traseiro e frontal que incluem luz diurna, que agrega mais segurança no trânsito urbano.
Nenhum comentário:
Postar um comentário