Material do Arquivo Nacional enfatizava a necessidade de as cidades se tornarem mais humanas
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ADAMO BAZANI
Atualmente o debate sobre mobilidade urbana e a necessidade de as cidades se tornarem humanas de fato, dando prioridade às pessoas e não aos automóveis, ganha destaque e já não é algo tão raro, apesar de a realidade ainda demonstrar que o planejamento urbano privilegia o carro.
No entanto, o problema é antigo e se agravou no Brasil no final dos anos 1950, quando em nome da expansão da indústria de automóveis, a concepção das cidades foi com base na ampliação dos espaços para os veículos e não para a convivência entre os cidadãos.
Pouco tempo depois, já nos anos de 1960, metrópoles, como São Paulo e Rio de Janeiro, registravam longos congestionamentos, poluição e problemas relacionados a acidentes de trânsito que, além de ceifarem vidas, provocavam grandes impactos nos custos da saúde pública.
No início dos anos 1970, diversos planejadores urbanos já demonstravam preocupação em não permitir que a cultura do carro se tornasse algo nocivo para a vida urbana e humana.
Um exemplo é o arquiteto e urbanista, Jaime Lerner, que quando foi prefeito de Curitiba nesta mesma década, reorganizou a cidade dando privilégio às pessoas por meio do transporte público, surgindo assim, o primeiro sistema de BRT corredores de ônibus em 1974 que foram exemplo para todo o mundo.
Mas se hoje, com as políticas de mobilidade urbana virando lei e a discussão mais ampla na sociedade, ainda é difícil fazer com que a cultura de investimentos mude, imagine então quando o automóvel representava acima de tudo status, desenvolvimento e o sinal de que o País estava se modernizando.
Em 1976, um vídeo institucional da Prefeitura do Rio de Janeiro, em resgatado pelo Arquivo Nacional, mostra que o homem dominava a máquina, no entanto, com o passar do tempo, a máquina, no caso o carro, começou a dominar o homem, ampliando assim os problemas nas cidades.
Além da mensagem importante e atual, mesmo sendo daquela época, o vídeo traz recordações de modelos de ônibus e carros que marcaram a história dos transportes. É possível ver Opala, Gordini, Fusca, TL, Kombi, Corcel, Variant, Brasília, Passat, e ônibus Caio Bossa Nova, Metropolitana, Caio Jaraguá, Cirb, Ciferal Urbano, entre outros.
É o tipo de vídeo que vale a pena ver para relembrar o passado e também para pensar no futuro. Será que realmente evoluímos com tempo? Tem muita diferença a realidade retratada em 1976 com a atual?
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