quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Trocar 10 km/h por 33 cadáveres. É o que São Paulo quer?

POR  · 12/10/2016

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Há dez dias, este blog escreveu que o anúncio sem critérios de elevação das velocidades máximas nas marginaise outras vias de São Paulo, feito por João Dória assim que eleito, em entrevista à Globo era um convite à morte.
E registrava que isso era um convite à morte. Convite expresso, porque ele o prometira para a primeira semana de gestaão: só o tempo de trocar as placas indicativas.
Hoje, a Folha dá números precisos.
De julho de 2014 até junho de 2015, quando foi adotada a redução dos limites  foram 64 acidentes com mortes, contra 31 ocorrências do tipo nos 12 meses seguintes, até junho de 2016.
Queda de 52%.
Mais isso fica bem mais expressivo quando se diz: 33 cadáveres a menos, se supusermos que cada acidente resultou em uma única morte.
Vai-se revogar isso?
Porque é o mesmo que autorizar, uma vez por ano, uma manchete do tipo: “ônibus cai de ribanceira e mata 33 pessoas”, o que não passaria na cabeça de ninguém.
Desculpem a comparação chocante, mas é assim que as pessoas se dão conta da monstruosidade.
Na própria Folha, os números desmentem que a redução dos limites possa ter aumentado os engarrafamentos nas marginais, embora sua diminuição seja argumento imensamente menor do que o da perda de vidas.
Dória está dando sinais de recuo, diz a matéria. Menos mal.
Porque parece que, para muita gente, o automóvel é a realização imaginária de desejos de potência e supremacia.
Até que a morte atropele esta estupidez.

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