quinta-feira, 13 de outubro de 2016

São Paulo perde R$ 53,4 bi por causa do trânsito e da falta de prioridade ao transporte público

No Rio, cidadãos são os que mais perdem tempo nos deslocamenmtosNo Rio, cidadãos são os que mais perdem tempo nos deslocamenmtos

Perdas no Rio de Janeiro são de R$ 24 bilhões e, em Minas Gerais, de R$ 7 bilhões de acordo com o estudo da Firjan
ADAMO BAZANI
Diário do Transporte
A falta de prioridade ao transporte coletivo e os incentivos demasiados ao transporte individual têm feito com que cada vez mais pessoas percam saúde e a economia deixe de crescer.
De acordo com o estudo de mobilidade urbana organizado pela Firjan – Federação das indústrias do Estado do Rio de Janeiro, o que estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais perdem por causa da imobilidade devido ao excesso de veículos, poderia contribuir para parte da retomada da economia brasileira.
A perda de produtividade com cidadãos presos em seus carros no trânsito chega, de acordo com o estudo, a R$ 53,4 bilhões no Estado de São Paulo. Já no Rio de Janeiro, deixaram de ser produzidos R$ 24 bilhões em serviços e produtos e, em Minas Gerais, a perda foi de R$ 7 bilhões no ano passado.
E como diz a frase conhecida “tempo é dinheiro”, o estudo levou como um dos fatores determinantes para esses resultados, o tempo perdido pelos cidadãos nos congestionamentos, horas trabalhadas sem produtividade no caso de profissionais que trabalham nas ruas, além do gasto com a infraestrutura para receber tantos carros. Se fossem levados em consideração outros dados, como os gastos com a saúde pública devido a acidentes de trânsito e à poluição, por exemplo, os custos dos congestionamentos, somente em São Paulo, poderiam ultrapassar R$ 800 milhões.
Mas a perda não é somente financeira. É principalmente em relação à qualidade de vida. Tudo ainda pela insistência em privilegiar nos investimentos para cidades, os carros, em vez de pessoas, e dos transportes públicos (que atendem às pessoas de maneira mais racional).
Na região metropolitana de São Paulo, 5,2 milhões de cidadãos perdem diariamente em média 137 minutos nos deslocamentos cotidianos.  No Rio de Janeiro e nas cidades vizinhas, a situação chega a ser pior: 3 milhões de pessoas gastam, em média, 141 minutos todos os dia para se deslocar.
Na região metropolitana e Belo Horizonte, 1,1 milhão de trabalhadores perdem 123 minutos diários nos deslocamentos.
Sim, são horas que poderiam ser aproveitadas para a produtividade nos trabalho, mas também, para o lazer, o relacionamento com a família, em tratamentos de saúde e estudos para aperfeiçoamento ou até mesmo mudança na carreira.
Assim, pensar em mobilidade urbana com políticas que incentivem os transportes coletivos e os deslocamentos não motorizados é, acima de tudo, pensar de maneira humana.
 Adamo Bazani jornalista especializado em transportes

Nenhum comentário:

Postar um comentário