segunda-feira, 17 de outubro de 2016

HISTÓRIA: Greyhound, a empresa de ônibus mais conhecida do mundo nasceu após um erro de negócios

Os imponentes ônibus da Greyhound cruzam milhões de quilômetros todos os anos e se tornaram patrimônios do transporte mundialOs imponentes ônibus da Greyhound cruzam milhões de quilômetros todos os anos e se tornaram patrimônios do transporte mundial

Empresa transporta aproximadamente 25 milhões de passageiros por ano somente nos Estados Unidos e tem filiais em diversos países
ADAMO BAZANI
DIÁRIO DO TRANSPORTE
Eles são verdadeiras estrelas dos filmes norte-americanos: os ônibus grandes, imponentes, prateados, com detalhes azuis e vermelhos e com um cão galgo como símbolo.
São os veículos da Greyhound Lines, uma das maiores e mais famosas empresas de ônibus do mundo.
Seus números são gigantescos, com atuação direta nos Estados Unidos, México e Canadá.
A demanda de passageiros chega a 25 milhões de pessoas por ano.
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O modelo GMC PD-4501 Super Scenicruiser foi um dos marcos da empresa e fizeram parte da paisagem dos transportes da América do Norte
O modelo GMC PD-4501 Super Scenicruiser foi um dos marcos da empresa e fizeram parte da paisagem dos transportes da América do Norte
Subsidiária do FirstGroup plc,  um dos líderes em transportes do Reino Unido e da América do Norte, a Greyhound hoje reúne cerca de 7 mil funcionários oferece 3 mil 800 destinos, passando ao todo por 50 mil localidades todos os dias e faturou em 2015, US$ 925 milhões.
Já o FirstGroup plc, pode ser considerado um império dos transportes mundiais. Atua em transportes públicos no Reino Unidos, é o maior transportador escolar da América do Norte presta serviço de gestão de transporte público, detém concessões de ferrovias na América do Norte e registra por ano 2,4 bilhões de passagens, com receita anual média de 6,9 bilhões de euros – dados de 2015.
Toda essa gigante dos transportes nasceu por causa de uma decepção nos negócios.
O fundador da Greyhound, o imigrante sueco, Carl Eric Wickman, era um operador de sonda para mineração e decidiu abrir uma franquia de automóveis em Hibbing, Minnesota, muito perto da até então maior mina de ferro a céu aberto do mundo.
Só ele conseguiu comprar seu carro próprio. Os trabalhadores não tinham dinheiro, mas precisavam se deslocar.
Mesmo perto da falência, em 1914, Wickman decidiu dar sua última cartada e iniciou os transportes entre Hibbing e Alice que ficava a duas milhas de distância e oferecia oportunidades de empregos no setor de mineração.
O negócio foi certeiro e aos poucos mais pessoas buscavam o transporte inicialmente feito numa espécie de “carro de turismo” com 8 lugares que já tinha 20 anos de uso. A tarifa era de 15 centavos de dólares.
No ano seguinte, em 1915, o imigrante se associou a Ralph Bogan e criou mais uma linha: Hibbing a Duluth.
Em 1931, empresa já era uma das maiores dos EUA. Modelo foi restaurado
Em 1931, empresa já era uma das maiores dos EUA. Modelo foi restaurado
Passados quatro anos, em 1918, a companhia já tinha 18 ônibus em Minnesota e já lucrava US$ 40 mil, algo gigantesco para época.
O cão galgo como símbolo remota a 1921, quando a empresa comprou ônibus da Fageol. Os veículos receberam o apelido de galgos por causa da pintura cinza e da aparência elegante que tinham, mas o símbolo mesmo só passou a ser usado em 1929.
Nesta época, a empresa já tinha formações societárias diferentes, contando inclusive com fusões e negociações complexas.
Em 1926, Wickman formava a Motor Transti Corporation. Já em 1929, a Great Northern Railroad vende 90% de suas ações para a Northland Transportation Company, presidida  por Wickman desde 1925, surgindo a Northland Greyhound Lines.
Já a Great Northern Railroad adquire  30% das ações da Northland Greyhound Lines e a Motor Transti Corporation passa a se chamar Greyhound Corporation.
Após 25 anos de operação, negócios contavam com terminais próprios
Após 25 anos de operação, negócios contavam com terminais próprios
A empresa prosperava de tal maneira que influenciava até mesmo as decisões governamentais e da indústria.
Quando houve a Grande Depressão, a crise econômica mundial de 1930, a Greyhound deixou de operar várias linhas. Mas era uma empresa importantíssima na economia e ela não poderia acabar. Tanto é que em 1931, a General Motors assumiu US$ 1 milhão de dívidas da Greyhound. Um cliente tão importante não poderia desaparecer assim.
Em 1941, a empresa já operava forte no Canadá.
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Acima, ônibus de 1948, restaurado. Abaixo, no final dos anos de 1940, oficina em São Francisco
Acima, ônibus de 1948, restaurado. Abaixo, no final dos anos de 1940, oficina em São Francisco
A companhia era tão grande que começava a ter inclusive serviços de terminais rodoviários exclusivos.
A empresa também foi laboratório para protótipos que faziam sucesso ou logo eram aposentados, como este ônibus de dois andares, feito em 1947. O motorista ficava no segundo pavimento
Protótipo de ônibus de dois andares, feito em 1947. Motorista ficava no segundo andar
Protótipo de ônibus de dois andares, feito em 1947. Motorista ficava no segundo andar
Seus ônibus eram sinônimos de luxo e a empresa chegava comprar grandes lotes de veículos como em 1979, que chegou de uma só vez adquirir 500 ônibus.
Linhas de média estão entre os principais negócios há décadas
Linhas de média estão entre os principais negócios há décadas
ônibus prateados, com o cão galgo e cores da bandeira norte-americana, foram personagens em diversos filmes de Holywood
ônibus prateados, com o cão galgo e cores da bandeira norte-americana, foram personagens em diversos filmes de Holywood
Mas não foram apenas flores e sucessos que marcaram história da companhia.
Em 1990 após insatisfações por uma situação financeira delicada, os trabalhadores iniciaram uma greve que, entre idas e vindas, durou três anos.
A empresa teve de entrar em recuperação judicial em 1991, chegou a contar com apoio governamental.
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Ônibus usados pela Greyhound chamavam a atenção de operadoras de todo o mundo. A brasileira Cometa importou dos EUA modelo da GM que também se destacou na empresa norte-americana
Ônibus usados pela Greyhound chamavam a atenção de operadoras de todo o mundo. A brasileira Cometa importou dos EUA modelo da GM que também se destacou na empresa norte-americana
A companhia até hoje é algumas das mais influentes transportadoras de passageiros do mundo.  Muitas outras companhias de ônibus ao longo da história escolheram seus veículos depois de vê-los na Greyhound, como a brasileira Viação Cometa, por exemplo, que entre os anos de 1950 e 1960 comprava ônibus norte-americanos da GM.

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