A Gol anunciou ontem a aquisição de 60 aviões, modelo Boeing 737 Max, que serão entregues entre 2018 e 2026. O valor total do contrato é de US$ 6 bilhões. Trata-se da maior encomenda efetuada pela Gol desde o início de suas atividades. Cada avião é orçado em US$ 100 milhões e todos são pedidos firmes de compra.
O papel da aérea (Gol PN) subiu 10,63% ontem na bolsa, para R$ 12,80. O Ibovespa fechou em alta de 0,63%. O contrato com a Boeing é anunciada em um momento em que o setor aéreo mostra oferta maior do que o apetite do consumidor para voar.
“O atual cenário é transitório e essa compra é de longo prazo”, disse Paulo Kakinoff, presidente da Gol. Ele anunciou a encomenda ao lado de Constantino de Oliveira Junior, presidente do conselho de administração da companhia aérea, e de executivos da Boeing e da CFM, fabricante do motor da nova aeronave.
“Entramos nesse projeto porque a parceria com a Boeing e CFM foi além da compra. Nossos engenheiros participaram também do desenvolvimento das aeronaves, conforme nossas necessidades”, disse Kakinoff. As empresas compartilharam o projeto do Boeing 737 Max durante seis meses.
Os recursos para aquisição virão, provavelmente, de contratos de leasing e do Eximbank, banco de fomento dos Estados Unidos. A forma exata de pagamento será definida em uma data próxima à entrega dos aviões.
Para 2018, está prevista a entrega de duas novas aeronaves. Mas ainda não há um calendário efetivo de entrega até 2026. “Nosso acordo é bem flexível e para as entregas poderemos levar em consideração as demandas do mercado”, disse o presidente da Gol.
Neste ano, informou a Gol, sua frota total é de 128 aviões. Em 2013, sobe para 135 e daqui dois anos, 140. Esses aviões poderão ser de três modelos, já usados pela Gol: 737-300, 737-800 e 737-NG.
Kakinoff não informou o número de aviões a serem entregues em 2016, 2017 e 2018. O modelo 737 Max tem como um dos principais diferenciais a economia de 13% de combustível em relação às atuais aeronaves que a Gol utiliza.
Apesar de ter avanços em relação à geração anterior de Boeings, as novas aeronaves não serão destinadas exclusivamente aos voos internacionais, de longa distância, como os Estados Unidos, por exemplo. Em voos para a América do Sul e para o sul dos Estados Unidos ainda será necessária uma escala. Para voos domésticos, não será preciso fazer escalas.
A Gol iniciará no fim deste ano uma fase de experimentação de voos com destino a Miami, Orlando e Nova York, nos Estados Unidos. Nessa fase, os voos destinam-se apenas a clientes do cartão fidelidade Smiles. Caso o projeto seja bem-sucedido, a Gol começa a operar voos para os Estados Unidos já no próximo ano.
Fonte: Valor Econômico, Por Beth Koike
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