“Estamos bancando que a ferrovia será o elemento alavancador da economia brasileira”, disse o presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo, ontem (04) no III Fórum Brasil de Investimentos em Infraestrutura, em Nova Iorque, Estados Unidos. O encontro reuniu líderes da infraestrutura e logística para discutir os investimentos que serão feitos no Brasil nos próximos anos.
De acordo com o presidente da EPL, o Programa de Investimentos em Logística, recém-lançado pelo governo federal e que aplicará R$ 133 bilhões na ampliação e modernização de rodovias e ferrovias, é uma forma de recuperar os anos perdidos de investimentos em infraestrutura no país. “Passamos um longo tempo sem investir e temos que recuperar os passivos.”
Bernardo Figueiredo afirmou que o governo federal inovou ao iniciar um processo de gestão pública desses investimentos e de implantar um sistema de recuperação dessa capacidade. “Em 2007 nós demos o primeiro passo, com o lançamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que mudou o patamar de investimentos públicos. Antes da criação do PAC, o país recebia R$ 1 bilhão por ano para investir em transporte e logística e, hoje, o Ministério dos Transportes investe R$ 20 bilhões.”
Com o pacote de concessões, o governo pretende que o valor dos investimentos dobre, alcançando algo em torno de R$ 40 bilhões por ano. “Precisamos trabalhar em toda a cadeia de infraestrutura, que cria o serviço logístico no país.”
O intuito das Parcerias Público-Privadas (PPPs) é dar mais agilidade no processo de realização das obras e aumentar as condições de escoamento da produção do país, além de fortalecer os grandes polos produtivos do país e gerar resultados mais rápidos para o crescimento econômico. Figueiredo, mais uma vez, confirmou que o anúncio do pacote de concessões de portos e aeroportos deve ocorrer ainda este mês.
“Época favorável”
O vice-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), João Carlos Ferraz, disse que os 20 anos sem investimentos em infraestrutura no país, tanto por conta de uma economia modesta e de regras instáveis, não fez com que os investidores perdessem o interesse no Brasil. “Atualmente, temos um fortalecimento do BNDES e um interesse emergente da indústria privada em participar dos investimentos.”
Segundo ele, essa é uma “época favorável” para investimentos no país, apesar do estado ainda não ter um modelo integrado de infraestrutura pronto. “A fronteira do investimento no Brasil é vasta e atraente. Mesmo não tendo um modelo econômico de infraestrutura pronto, a criação de empresas que prestam serviços na área de estudos e pesquisas destinadas a subsidiar o planejamento dos setores estruturantes, como a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e a Empresa de Planejamento e Logística (EPL) são de extrema importância para o desenvolvimento do país.”
Entre os palestrantes estavam, também, presentes o presidente da Azul Trip, David Neeleman; e o presidente e vice-presidente dos Conselhos da Multiterminais e Santos-Brasil, Richard Klien.
Agência T1, Por Bruna Yunes
Colaborou Danielle Sousa
Colaborou Danielle Sousa
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