Apesar das reformas e ampliações que estão sendo realizadas nos principais aeroportos do país para melhorar a infraestrutura, ainda existe uma saturação nos aeroportos centrais que, de acordo com o assessor de infraestrutura aeroportuária da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Dorieldo dos Prazeres, só será aliviada quando dividir os voos com aeroportos menores.
A necessidade de separar a infraestrutura dos voos se tornou mais forte após o aumento da aviação executiva, mesmo sendo realizada em uma aeronave menor, que utiliza o mesmo espaço para pouso de um avião de alta capacidade. “Infelizmente essa limitação na infraestrutura causa um conflito de interesses, mas o poder público tem a obrigação de priorizar os voos comerciais porque são de uso coletivo. Em São Paulo, a solução foi direcionar os executivos para aeroportos menores a fim de desafogar os centrais.”
Exemplos que deram certo
De acordo com Prazeres, esse problema não é exclusivo do Brasil. Os Estados Unidos já adotaram essa estrutura e ganharam capacidade nos aeroportos centrais tornando mais rápido a decolagem e o pouso de aeronaves.
Outro exemplo bem sucedido foi em Londres, que durante as Olimpíadas deste ano separou as demandas. Enquanto os grandes aeroportos como Heathrow estavam priorizando voos coletivos, os aeroportos menores dos arredores ficaram responsáveis pelos voos executivos e de interesse individual.
Apesar de ser uma solução viável, o assessor de infraestrutura aeroportuária afirma que a divisão de demandas de voos não poderá ser realizada em curto prazo, já que ainda não foram realizados estudos sobre os impactos no controle aéreo, no meio ambiente e da descentralização da infraestrutura.
Copa e Olimpíadas
O assessor da Anac também frisa a importância dos aeroportos brasileiros possuir uma infraestrutura diferente para recepcionar os eventos esportivos, mas pontua a importância das concessões. “O governo não tem condições de arcar e gerir isso sozinho”, afirma.
O diretor de Infraestrutura da Autoridade Pública Olímpica, Hugo Maas, concorda que as mudanças na infraestrutura são essenciais, mas chama a atenção para os investimentos realizados.
Segundo ele, as obras tem que ser pensadas levando em consideração seu uso posterior para evitar cair na mesma situação de Atenas, na Grécia, que mobilizou recursos em infraestrutura e encontra-se com dívidas até hoje. “Não adianta proporcionar estádios, piscinas e aumentar em nível astronômico a capacidade de aeroportos que raramente serão usadas depois.”
Hugo Maas acredita que um dos melhores investimentos de infraestrutura que podem ser feitos durante as obras é em mobilidade urbana. Prazeres concorda que esse é um tema preocupante: “o país ainda não tem estrutura para fazer uma pessoa chegar ao aeroporto com rapidez e segurança”.
Agência T1, Por Danielle Sousa
Edição: Bruna Yunes
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