AUTOR: RENATO LOBO /
O questionamento da eficacia do Monotrilho já foi colocado à prova na década passada quando o Governo Estadual escolheu o meio de transporte, sob a alegação que as obras seriam mais baratas e com execução mais rápida que o Metrô convencional.
Com a extensão do horário de operação do trecho entre Vila Prudente e Oratório da Linha 15-Prata, a discussão vem a tona, com opiniões que divergem dos técnicos e engenheiros do Metrô.
No final de semana, na reportagem da Folha de São Paulo intitulada “Em SP, falhas encarecem e atrasam obra do monotrilho“, o consultor em transporte Flamínio Fichmann afirma que a “agilidade da obra e a interferência menor no viário, por exemplo, já deixaram de existir”. O consultor defende que um BRT (tipo de corredor de ônibus com maior capacidade) teria sido mais barato e eficaz.
A ideia de ter construído um corredor de ônibus no lugar do monotrilho também é defendida por Sérgio Ejzenberg, engenheiro civil e mestre em Engenharia de Transportes pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP). Em clima de “frustração”, Ejzenberg disse ao telejornal SPTV que antes da instalação do monotrilho, poderia ter sido feito um corredor de ônibus para atender rapidamente a população. Enquanto isso, o governo estadual faria por meio de uma Parceria Publico Privada uma linha de Metrô convencional.
O Especialista que tanta vezes é ouvido pela Rede Globo terminou com sua participação dizendo que “um bom corredor de ônibus tem mais capacidade que um monotrilho”.
Afinal, um BRT da conta do recado?
De acordo com medições da Embarq e do C 40, a capacidade de transporte de sistemas como o Transmilênio, na Colômbia, chegou a 51 mil passageiros por hora-sentido. No mesmo estudo é dito que na China na
província de Ghuangzou um sistema de BRT atende até 45 mil passageiros/hora nos horários de pico. (Leia aqui)
província de Ghuangzou um sistema de BRT atende até 45 mil passageiros/hora nos horários de pico. (Leia aqui)
No entanto, os dois sistemas mencionados acima são exceção frente aos demais sistemas de BRT do mundo, que levam de 10 e 30 mil passageiros por hora e sentido, em média, segundo publicação do site Mobilize.
Em Curitiba, o sistema que é visto como modelo já dá sinais de saturação. O maior volume de passageiros está na linha Santa Cândida / Capão Raso, com 170 mil pessoas por dia, chegando a picos de 45 mil passageiros nos dois sentidos em horário de pico. “O BRT tem uma capacidade de transporte de 40 mil passageiros por hora, por sentido. Se não existe mais possibilidade de ampliação do serviço, tem de investir em outro modal”, afirma Otávio Cunha, presidente da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), em reportagem ao jornal “Gazeta do Povo“.
Voltando ao nosso monotrilho, a Linha 15-Prata será o primeiro sistema de maior capacidade de transporte do mundo, atendendo até 48 mil passageiros por hora e por sentido.
Outra vantagem em relação ao Monotrilho é referente a emissão de poluentes, por ser movido a energia elétrica. Comparando a um BRT, ganhos semelhantes seriam obtidos se o corredores fosse operado por ônibus movido a energia elétrica, como os trólebus.
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