Veículos começaram a circular em 1958 e tinham 20 lugares cada. Velocidade chegava a 90 km/h em alguns pontos da linha
ADAMO BAZANI
O jornal “O Estado de São Paulo” brindou os saudosistas e amantes da história da capital paulista e dos transportes com fotos e trechos de uma reportagem de época sobre o que chama de “primeiro micro-ônibus de São Paulo”.
Em 14 de maio de 1958, o jornal noticiava : “Chegou o primeiro micro-ônibus de uma frota de 200 que começarão a circular no próximo mês na cidade”
Em 5 de junho de 1958, segundo outra reportagem do jornal, começava a operação da primeira linha entre Santo Amaro, na zona Sul, e o centro com dez veículos trazidos usados do Rio de Janeiro. Diz a reportagem que em alguns pontos da linha, os pequenos ônibus Mercedes-Benz chegavam a 90 km/h. A linha foi inaugurada com a presença do então prefeito Ademar de Barros.
A segunda linha começou a operar em julho entre o Tucuruvi, na zona norte, até o centro.
ÔNIBUS SELETIVOS:
Guardadas as devidas proporções pelos padrões da época, pode-se considerar que os micros adquiridos pela CMTC – Companhia Municipal de Transportes Coletivos, empresa pública, eram ônibus seletivos.
Algumas características mostradas na reportagem:
– Não poderiam viajar passageiros em pé.
– Os micros eram mais ágeis que os convencionais
– O motorista realizava a cobrança da tarifa
– A passagem era mais alta que de bondes, ônibus e trólebus: 10 cruzeiros
– Havia apenas uma porta de acesso.
NÃO FORAM OS PRIMEIROS PEQUENOS:
A reportagem diz que eram “os primeiros micro-ônibus” porque se tratava de uma informação da prefeitura, mas ônibus no mesmo padrão dos apresentados em 1958 pela CMTC já circulavam há muito tempo na cidade. Os chamados “lotações” em algumas partes do país ligavam as regiões mais distantes do município e de difícil acesso à área central. Muitos donos destes veículos desistiram do negócio e outros prosperavam se tornando grandes empresários de transportes.
HOJE MICRO NÃO TEM NADA DE SELETIVO:
Ao longo da história, a CMTC investiu em linhas seletivas, com micros de gerações mais novas até ônibus executivos com padrões de veículos rodoviários.
Até hoje há especialistas que defendem a volta de linhas seletivas planejadas de forma melhor. Seria uma maneira de atrair quem normalmente se desloca de carro para transporte público e que ainda possui resistência aos serviços de ônibus convencionais.
Hoje a cidade de São Paulo possui uma frota de micro-ônibus, mas os serviços fazem parte da rede de linhas regulares e estão bem longe de ser seletivos.
O link da matéria de “O Estado de São Paulo” é:
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes
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