Até agora, havia o serviço de alta velocidade entre ambas cidades, mas os viajantes tinham que fazer uma baldeação em Figueira
El Pais
DANI CORDERO Barcelona
As redes de alta velocidade entre a Espanha e a França estão unidas desde este domingo (em espanhol). Depois de anos de investimentos milionários, de negociações entre os respectivos Governos e de trabalhos para aprovar os trens de um lado e de outro da fronteira, a aliança entre o operador público espanhol Renfe e o francês SNCF possibilitou fazer a jornada “em um dia histórico”, como o qualificou a ministra de Fomento, Ana Pastor, em um ato protocolar em Perpiñán, cidade em que finalizou seu trajeto no trem inaugural que partiu de Barcelona e no qual viajaram representantes políticos e institucionais e meios de comunicação dos dois países.
O ministro francês de Transportes, Frédéric Cuvillier, afirmou sentir-se “comovido” pelo que considera um passo adiante, que permite atingir “uma etapa muito importante” na rede de alta velocidade francesa. A França, disse ele, depois de se ligar a outros países europeus, agora se volta para “um elemento essencial do Sul”.
Pastor e Cuvillier não inauguraram nenhuma infraestrutura nova. Apenas deram início a novos serviços ferroviários que permitirão viajar em alta velocidade entre a Espanha e a França, após a inauguração em janeiro passado do trecho Barcelona-Girona-Figueira, que desbloqueou a região fronteiriça. Depois desse primeiro passo e do posterior acordo entre Renfe e SNCF, a partir de agora é possível viajar sem necessidade de mudar trem entre Madri e Marselha (em sete horas) e entre Barcelona e Paris (em seis horas e 25 minutos).
Também estreiam as rotas Barcelona-Toulouse (três horas) e Barcelona-Lyon (4 horas e 53 minutos). Embora já funcionasse em alta velocidade nos dois lados dos Pirineus, o viajante tinha de fazer uma baldeação em Figueira (Girona) e esperar entre 12 e 22 minutos pelo próximo trem.
Trata-se de uma aliança complexa que chega muito próxima da liberalização do transporte ferroviário de viajantes e com a qual as duas companhias projetam ganhar um milhão de viajantes em 2014, dos oito milhões que atualmente vão de um país a outro em avião e trem.
O atraso de oito meses em relação à última data prevista para a inauguração colca em evidência as dificuldades para pôr em marcha o serviço, embora as duas companhias públicas estejam há anos colaborando entre si na exploração de trens conjuntos. O principal obstáculo foi o ajustar os trens franceses às condições da rede espanhola e fazer o mesmo com os espanhóis, um processo que inclusive os dirigentes políticos achavam que poderia ter sido feito mais rapidamente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário