Cidades com investimentos em mobilidade urbana estimam reduções que chegam a até 60% do tempo gasto em alguns percursos.
A implementação do transporte rápido por ônibus (BRT) poderá reduzir percursos a menos da metade do tempo em algumas capitais. A expectativa, além disso, é que com ônibus trafegando em maior velocidade e com mais conforto, muita gente deixe o carro em casa e opte pelo coletivo, contribuindo para reduzir os congestionamentos.
No Rio de Janeiro, conforme o subsecretário de Transportes, Alexandre Sansão, as mudanças previstas prometem uma mudança significativa na mobilidade urbana até 2016. “Se hoje 15% das pessoas viajam em sistemas de alta capacidade, em três anos o índice deve saltar para 60%”.
A mudança está prevista porque, além de quatro novas linhas de BRT (com a Transoeste já em funcionamento, que reduziu em até 50% o tempo de deslocamento em alguns trechos entrer a zona oeste e a Barra da Tijuca), há medidas de melhorias no trem e no metrô.
Em alguns trechos, os corredores do BRT podem reduzir em até 60% a duração da viagem. É o caso do percurso entre a Penha e a Barra da Tijuca, da linha Transcarioca (que ligará o aeroporto do Galeão à Barra, atendendo regiões que, hoje, são carentes de sistemas eficientes de mobilidade).
A prefeitura da capital fluminense ainda não tem estimativas de quantas pessoas poderão deixar o carro em casa quando todos os sistemas estiverem em funcionamento e integrados. Mas Sansão afirma que “quem optar pelo transporte individual, optará por um tempo maior de viagem. O individual é uma opção, mas todos terão uma alternativa para fazer viagens rapidamente e com conforto em transportes de alta capacidade”.
Em Brasília, por exemplo, está em construção o BRT Expresso DF, com 43 quilômetros de extensão e capacidade para até 200 passageiros nos horários de pico. A previsão da Secretaria de Transportes do Distrito Federal é que o tempo de viagem no trecho caia de 90 para 40 minutos. O corredor está em obras e não tem data para a inauguração.
Em Goiânia (GO), o ônibus em faixas segregadas permitirá que o percurso do corredor Norte/Sul, de 21,7 quilômetros, seja feito em, no máximo, uma hora. Hoje a viagem neste trajeto demanda 2 horas e 20 minutos.
Aproximadamente 120 mil usuários devem utilizar o sistema diariamente. Mas os benefícios, num primeiro momento, devem se restringir a usuários do transporte coletivo.
Segundo o representante da Gerência de Planejamento da Companhia Municipal de Transportes Coletivos (CMTC), Benjamin Kennedy, “sem medidas restritivas de utilização dos veículos individuais, não deve haver um número considerável de novos usuários do sistema integrado de transportes coletivos”.
Apesar disso, ele acredita que “alguns motoristas, ao perceberem a qualidade do novo serviço, irão optar pelo BRT nos deslocamentos diários”. A expectativa, além disso, é de qualificação na sinalização horizontal, vertical e semafórica, além de requalificação urbana.
No Ceará, em Fortaleza, a prefeitura aposta que pelo menos 5% de quem hoje só faz trajetos de carro, deve migrar para o ônibus quando as quatro linhas, já em construção, estiverem finalizadas.
A projeção é que a velocidade média dos ônibus passe de 13 para 21km/h. A redução no tempo de viagem está estimada em 59%. Mas ainda não há prazo para conclusão das obras.
Em Cuiabá, o corredor Norte/Sul/Sudoeste vai ampliar a velocidade média dos veículos de 17 para 21km/h. O projeto do corredor prevê 55km, mas a execução da obra ainda não começou.
Em Belo Horizonte, quatro corredores estão em obras. No maior deles (Antônio Carlos/Pedro I), com 16 quilômetros de extensão, o tempo de viagem deve cair em 50% com o novo sistema. A obra deve ficar pronta ainda neste ano.
Fonte: CNT, Por Natália Pianegonda
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