Estudo do BNDES sobre aportes nos próximos quatro anos aponta para o crescimento do setor de 57%, como consequência das concessões
A previsão de investimentos de R$ 240 bilhões em projetos logísticos - construção e 11 mil km de linhas férreas e 7 mil km de rodovias, além da modernização de dois aeroportos e dos portos brasileiros, previstos no Programa de investimento sem Logística (PIL) - posiciona o setor de mobilidade entre os que tiveram maior taxa de crescimento nos próximos quatro anos. Estudo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES) confirma as perspectivas e apontam para um crescimento do setor de 57% até 2017.
De acordo com o levantamento Perspectivas do Investimento 2014-2017, divulgado ontem, com as concessões, a taxa de investimentos em logística no Brasil deve alcançar 22,2% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2018. Segundo o BNDES, só as ferrovias deverão receber R$ 59 bilhões de 2014 a 2017, R$ 31 bilhões a mais que nos últimos cinco anos. Já os portos terão R$ 34 bilhões, R$ 19 bilhões a mais que o período de 2009 a 2012. Somados, os modais receberão R$ 50 bilhões.
Enquanto isso, os aeroportos ficarão com apenas R$ 1 bilhão a mais e as rodovias, R$ 8 bilhões, comparado ao período anterior.
"Os setores de logística são disparados os principais da área de infraestrutura que receberão investimentos nos próximos anos. Por causa da necessidade de se antecipar as obras devido à Copa e aos Jogos Olímpicos,os aeroportos apresentam uma taxa de incremento menor que os demais", observa o economista-chefe do BNDES, Fernando Pimentel Puga.
Quanto às rodovias, Puga ressalta a valorização histórica do modal, que ainda costuma contar com investimentos mais equilibrados e distribuídos nos anos.
Para a pesquisadora do Departamento de Economia Aplicada do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV) Júlia Fontes, o incremento do setor de
logística traz nova esperança para a economia brasileira, com impactos positivos para o PIB. Mas, segundo ela, os resultados virão a longo prazo.
logística traz nova esperança para a economia brasileira, com impactos positivos para o PIB. Mas, segundo ela, os resultados virão a longo prazo.
"As mudanças ocorrerão em doses pequenas, um incremento de 1% a 2% ao ano no PIB", avalia a economista, que chama a atenção para a grande insegurança que ainda envolve os empresários quanto ao investimento nas ferrovias, o que pode comprometer o processo de concessão, cujo marco regulatório deve sair nos próximos meses.
"Como há um questionamento sobre as condições da Valec (controlada pela União) de pagar pela compra da capacidade de infraestrutura e de que maneira ela venderia a concessão ao capital privado, que exploraria o serviço, há o risco do processo de concessão das ferrovias demorar mais do que o previsto ou ter poucos concorrentes", destaca Júlia Fontes.
No estudo, o BNDES apontou também para os baixos níveis de investimentos em siderurgia, uma queda de 68% comparado ao período de 2009 a 2012. Presidente da InterB Consultoria Internacional de Negócios, Claudio Frischtak explica que a forte concorrência com a China e a Coreia do Sul vem colocando o empresário brasileiro em dificuldade.
Petróleo ainda é o que mais atrai investidores
O levantamento do BNDES demonstrou que o Brasil vai ter um crescimento real em investimentos nos próximos quatro anos da ordem de 26%, em comparação ao quadriênio 2009-2012. Serão destinados, ao todo, recursos de R$ 3,9 trilhões, de 2014 a 2017. A alta equivale a uma taxa anual de crescimento de 4,7%.
O banco revelou ainda que os investimentos mais vultosos serão para o setor de petróleo e gás. São estimados aportes de R$ 458 bilhões, excluído o Campo de Libra.
O setor automotivo, que inclui montadoras e autopeças, vem em seguida, com R$ 74,4 bilhões. As perspectivas se fundamentam nos recordes sucessivos de vendas, devido ao crescimento da classe média, e o novo Regime Automotivo (Inovar-Auto), do governo federal, que visa ao estímulo à inovação tecnológica.
O levantamento do BNDES mapeou 17 setores, que cobrem 58% dos investimentos na economia e em projeções de especialistas para os demais setores responsáveis por 42%
do total da formação bruta de capital fixo.
do total da formação bruta de capital fixo.
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