segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Brasil deve adotar estratégias em prol do transporte coletivo para cumprir acordo de Paris

Veículos de baixa emissão ou emissão zero devem ser estimulados.Veículos de baixa emissão ou emissão zero devem ser estimulados.

Atualmente o transporte motorizado individual responde por 77% do total de emissões do setor de passageiros
ADAMO BAZANI
Diário do Transporte
O Ministério do Meio Ambiente recebe até o dia 15 de março de 2017 comentários e sugestões para a elaboração do documento definitivo das Contribuições Nacionalmente Determinadas – NDCs (sigla em inglês), uma exigência para o cumprimento do acordo de Paris, assinado no ano passado por 190 países, que visa reduzir as emissões de poluentes em todo o planeta. O Brasil se comprometeu a reduzir em até 37% a emissão de GEE- Gases de Efeito Estufa até 2025, na comparação com 2005.
Entidades interessadas em apresentar comentários sobre o documento-base podem encaminhá-los por meio do formulário disponível, enviando-o preenchido para o endereço eletrônico: ndcdobrasil@mma.gov.br.
O documento pode ser consultado no site do Ministério: http://www.mma.gov.br/
Uma das grandes preocupações no mundo é em relação ao transporte, tanto de carga como de passageiros.
De acordo com o documento base, os transportes são responsáveis por 46% das emissões do setor de energia no Brasil.
O grande problema está em relação ao transporte motorizado individual de passageiros que tem participação de 77% do total de emissões nos deslocamentos de pessoas.
Cada passageiro de automóvel ocupa em torno de oito vezes mais espaço nas vias públicas do que o passageiro de ônibus e polui nesta mesma proporção.
Os transportes coletivos representam 23% do total de emissões de poluentes nos deslocamentos de passageiros. O número poderia ser ainda menor caso fossem adotadas tecnologias não poluentes; no caso dos ônibus, a adoção de trólebus e modelos elétricos à bateria, e, de uma forma geral, a ampliação da malha metroferroviária.
O documento divide o setor de transportes nos itens: veículos leves; veículos pesados; aviação e mobilidade urbana.
No caso dos veículos leves, uma das propostas é o estímulo à inovação e à eficiência energética para os novos modelos. O programa Inovar-Auto, adotado no país em 2012, é citado como uma das alternativas que precisam ser melhoradas.  Caso haja um aumento de produtividade da cadeia automotiva e ganhos de eficiência, poderia surgir um potencial de redução de 39,55 MtCO2e  – tonelada métrica de dióxido de carbono equivalente, o que significa, 51% do emitido por veículos leves em 2012.
Já os veículos pesados estão entre os grandes vilões de emissão de dióxido de carbono.
De acordo com o documento, ônibus e caminhões representam em torno de 4% da frota nacional de veículos, mas respondem por 50% da emissão de dióxido de carbono, principalmente no caso dos caminhões. Entre as ações esperadas estão a capacitação de motoristas para condução econômica, instalação de equipamentos para melhorar a eficiência energética e a renovação da frota. Com isso, seria possível reduzir as emissões em 21,81 Mt ou 22 % do total emitido pelos veículos pesados , o que representa 11% do total dos veículos em geral.
Programas como o Despoluir, da CNT – Confederação Nacional do Transporte, que atua junto com empresários de ônibus, caminhões e autônomos, é citado como um exemplo que poderia ser ampliado.
No entanto, uma das principais medidas sugeridas é o Planejamento Urbano.
Por isso, é necessária a coordenação das exigências da Política Nacional de Mobilidade Urbana com a Política Nacional sobre Mudança do Clima.
Governos municipais, estaduais e Federal devem assumir suas responsabilidades, mas sempre agindo de forma conjunta, ou seja, uma ação complementando a outra.
Nesse aspecto, o conceito de Região Metropolitana é fundamental para o cumprimento dos objetivos climáticos brasileiros.
O Programa de Mobilidade Urbana de Baixo Carbono em Grandes Cidades idealizada pelo Ministério das Cidades, BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento e IEE – Instituto de Energia e Meio Ambiente é apontado no documento como suporte do Governo Federal para que estados e municípios atuem de forma a oferecer mobilidade com qualidade e respeito ao meio ambiente

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