quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Metrô de Curitiba deve sair mais caro e trajeto original é criticado por especialistas

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Metrô Curitiba
Metrô de Curitiba é necessário, mas sobreposição em área onde já existe oferta de transportes é criticada. – Reprodução
Sistema é apontado como necessário na capital do Paraná, mas sobreposição com rede de ônibus recebe contestações
ADAMO BAZANI
Curitiba é considerada referência em mobilidade urbana por causa do BRT – Bus Rapid Transit, sistema de corredores de ônibus que permitem maior capacidade e velocidade aos veículos de transporte público. Entretanto, devido ao crescimento populacional, já é apontada a necessidade da implantação de um sistema de metrô, que não deveria anular os serviços de ônibus formando assim uma rede de transportes entre diferentes modais.
Mas a implantação do Metrô em Curitiba ainda gera muitas dúvidas e até mesmo críticas por parte de especialistas pela maneira como o sistema tem sido concebido. As discussões para que a cidade tenha o sistema já passam de dez anos.
Nesta semana, o secretário de Planejamento e Administração de Curitiba, Fábio Scatolin, disse ao jornal Tribuna Paraná Online que o município acredita num acordo com Governo Federal para lançar o edital de licitação do metrô ainda neste semestre de 2016. No entanto, pela correção da inflação e por causa do cenário econômico geral do País, o que inclui as taxas de câmbio, o metrô de Curitiba sairia neste ano mais caro do que o projetado em 2015. Se o edital for mesmo lançado até junho, o projeto não sairá por menos de R$ 5,5 bilhões. No ano passado o projeto estava orçado em R$ 4,7 bilhões, por uma PPP – Parceira Público Privada sendo que R$ 1,8 bilhão viriam do governo federal, R$ 700 milhões da prefeitura, R$ 700 milhões do governo estadual e R$ 1,5 bilhão da iniciativa privada.
Completo, o metrô de Curitiba teria 17,6 quilômetros de extensão fazendo a ligação Norte e Sul entre o CIC e o Cabral. Ao todo do seriam 19 Estações e o sistema transportaria 20 mil pessoas hora/sentido. A prefeitura prevê que as obras durem cinco anos após o início.
Mas não é apenas o custo maior que levanta polêmica nas discussões sobre o metrô de Curitiba.  A própria concepção da linha tem recebido críticas.
O trajeto seria sobreposto numa área onde há oferta de transportes por meio de um corredor de ônibus que podem atender à demanda, sendo que, na opinião de especialistas, existem outras ligações e trajetos que hoje necessitariam mais do metrô.
É o que diz ao mesmo jornal, engenheiro civil e diretor do Sindicato dos Engenheiros do Paraná (Senge-PR) José Ricardo Vargas de Faria.
“Ele subsistirá um sistema já amortizado, investimento que já foi pago em vez de ser implantando em um local onde estudos comprovem a demanda por novos sistemas de transporte, que complementem e não substituam o que já existe. Isto só pode ser apontado em uma pesquisa de origem-destino, que custa caro, mas é essencial em obras deste porte, afinal uma linha de ônibus pode ser alterada, já um trajeto de metro, não”

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