BRUNO RIBEIRO E TIAGO QUEIROZ, COM A COLABORAÇÃO DE ARTUR RODRIGUES E RODRIGO BURGARELLI - Agência Estado
Uma falha técnica que atinge um terço das 58 estações do Metrô está impedindo que passageiros comprem créditos para o bilhete único. O Metrô, que terceiriza a venda dos créditos para quatro empresas, diz que não há prazo para a crise ser solucionada. O problema já dura duas semanas.
As estações com problemas, segundo nota enviada pelo Metrô, são: Ana Rosa, Vila Mariana, Santa Cruz, Praça da Árvore, Saúde, São Judas, Tucuruvi, Parada Inglesa, Jardim São Paulo-Ayrton Senna, Santana e Armênia (Linha 1-Azul) e Corinthians-Itaquera, Artur Alvim, Patriarca, Guilhermina-Esperança, Vila Matilde e Penha (Linha 3-Vermelha). Mas a reportagem constatou que cabines das Estações Brigadeiro, Consolação e Vila Madalena, da Linha 2-Verde, também estão inoperantes.
Passageiros reclamam que, sem lugar para recarregar o bilhete nessas estações, as pessoas precisam sair de seus percursos diários para comprar créditos em outros lugares. Mas a queixa principal é de que, na correria diária, o passageiro acaba comprando bilhetes de papel nas estações do Metrô. Essas passagens não dão direito ao desconto nem às gratuidades quando parte da viagem é feita de ônibus.
"Eu passei a comprar crédito em uma banca de jornal perto do trabalho. Mas nem sempre lembro disso, porque saio apressada e tenho um curso à noite. Então acabo comprando o bilhete de papel, o que me faz gastar mais", conta Danielle Viana Assis, de 19 anos, moradora da zona leste que trabalha em Santa Cecília, na região central.
O problema atinge também postos de venda automática, os únicos equipamentos que permitem ao passageiro comprar créditos para o mês inteiro e pagar com cartão bancário.
Segundo explicação enviada por meio de nota pelo Metrô, há uma pendência financeira envolvendo apenas uma das quatro empresas que oferecem os créditos, a Serviços Digitais. O texto diz que a empresa deixou de fazer pagamentos à São Paulo Transporte, que gerencia o sistema do bilhete único.
"Diante desses fatos, o Metrô instaurou dez processos administrativos visando a penalizar a empresa Serviços Digitais com multa de R$ 100 mil para cada um dos dez contratos firmados com a Companhia, por má prestação de serviço de recarga", diz o texto - a carta não revela se as multas já foram aplicadas.
Sem prazo
Na nota, o Metrô diz que "ainda não há prazo definido para a normalização" do serviço e, "até a resolução do problema, o Metrô orienta os usuários sobre as alternativas de recargas" em outros pontos da rede. A reportagem procurou a Serviços Digitais durante a tarde de ontem, mas ninguém atendeu o telefone informado no site da empresa na internet. A empresa também não consta da lista telefônica. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
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