Exposição de ônibus e caminhões antigos emociona público no Memorial da América Latina
Foram exibidos veículos pesados de diversas épocas. Evento foi oportunidade de ter um contato com a história do país pela memória dos transportes
A exposição “VVR – Viver, Ver e Rever, a Evolução”, promovida pelo Primeiro Clube do Ônibus Antigo Brasileiro, foi uma oportunidade de o público conhecer como eram realizados os transportes de cargas e passageiros em diferentes épocas e, assim, aprender um pouco mais da história das cidades e do país, já que o setor de transportes está inserido no dia a dia das pessoas e nos diversos momentos políticos e sociais de cada década.
Realizada nos últimos dias 10 e 11 de novembro, no Memorial da América Latina, na Capital Paulista, reuniu cerca de 60 ônibus e caminhões antigos que despertavam interesse do público e se tornaram os veículos para uma gostosa viagem ao passado.
Em cada veículo, uma história, um aprendizado, uma lembrança.
Foram exibidos veículos pesados de diversas épocas. Evento foi oportunidade de ter um contato com a história do país pela memória dos transportes
A exposição “VVR – Viver, Ver e Rever, a Evolução”, promovida pelo Primeiro Clube do Ônibus Antigo Brasileiro, foi uma oportunidade de o público conhecer como eram realizados os transportes de cargas e passageiros em diferentes épocas e, assim, aprender um pouco mais da história das cidades e do país, já que o setor de transportes está inserido no dia a dia das pessoas e nos diversos momentos políticos e sociais de cada década.
Realizada nos últimos dias 10 e 11 de novembro, no Memorial da América Latina, na Capital Paulista, reuniu cerca de 60 ônibus e caminhões antigos que despertavam interesse do público e se tornaram os veículos para uma gostosa viagem ao passado.
Em cada veículo, uma história, um aprendizado, uma lembrança.
Uma jardineira – ônibus rústico feito de madeira – dos anos de 1929 revelou para os mais jovens como era difícil operar serviços de transportes no Brasil no passado. Além de veículos muito simples, as estradas e ruas eram de terra e se tornavam verdadeiros atoleiros em qualquer dia de chuva.
Já o trólebus ACF Brill, ano 1948, importado de Denver, nos Estados Unidos, pela extinta CMTC – Companhia Municipal de Transportes Coletivos, revelou que já nesta década, os transportes em São Paulo precisavam evoluir. O veículo, muito avançado para a época, representou conforto para os passageiros. Tamanha era sua durabilidade, que os modelos circularam na cidade até o início dos anos de 1990.
Os ônibus expostos na VVR revelaram que o Brasil deixava com o tempo de ser um país tipicamente rural para se tornar urbano. Depois da política de Juscelino Kubitscheck, a partir da segunda metade dos anos de 1950, com o incentivo à indústria, as cidades começaram a crescer, assim como número de passageiros. Alguns ônibus convencionais não davam conta da demanda. Uma solução foi o Papa-Fila, cuja uma unidade do ano de 1966, carroceria Cermava, foi exposta no Memorial da América Latina. Tratava-se de uma enorme carroceria para passageiros tracionada por um cavalo de caminhão. Pode ser considerado antecessor do ônibus articulado.
O veículo pertence ao colecionador particular Antônio Sérgio Hurtado, que também levou um ônibus Flecha Azul CMA – Scania que marcou muito as paisagens das estradas brasileiras com a Viação Cometa.
Já o trólebus ACF Brill, ano 1948, importado de Denver, nos Estados Unidos, pela extinta CMTC – Companhia Municipal de Transportes Coletivos, revelou que já nesta década, os transportes em São Paulo precisavam evoluir. O veículo, muito avançado para a época, representou conforto para os passageiros. Tamanha era sua durabilidade, que os modelos circularam na cidade até o início dos anos de 1990.
Os ônibus expostos na VVR revelaram que o Brasil deixava com o tempo de ser um país tipicamente rural para se tornar urbano. Depois da política de Juscelino Kubitscheck, a partir da segunda metade dos anos de 1950, com o incentivo à indústria, as cidades começaram a crescer, assim como número de passageiros. Alguns ônibus convencionais não davam conta da demanda. Uma solução foi o Papa-Fila, cuja uma unidade do ano de 1966, carroceria Cermava, foi exposta no Memorial da América Latina. Tratava-se de uma enorme carroceria para passageiros tracionada por um cavalo de caminhão. Pode ser considerado antecessor do ônibus articulado.
O veículo pertence ao colecionador particular Antônio Sérgio Hurtado, que também levou um ônibus Flecha Azul CMA – Scania que marcou muito as paisagens das estradas brasileiras com a Viação Cometa.
Ainda da época do crescimento a partir da política de Juscelino Kubitscheck foi o caminhão FNM que esteve presente no Memorial da América Latina. O veículo foi usado na construção de Brasília e em outras grandes obras de aberturas de estradas.
Foi encontrado pelo atual dono abandonado na beira de uma rodovia e restaurado.
Várias histórias pessoais também explicavam como as cidades cresceram em diversas regiões.
O empresário Alexandre Cortes, de 44 anos, restaurou um modelo de ônibus Ciferal Flecha de Prata, ano 1974, em homenagem ao pai, João Batista Cortes, que em 1962 fundou uma empresa de ônibus em Belo Horizonte.
A companhia, que hoje não existe mais, ligava a capital mineira ao Vale do Mucuri.
“Pela história do meu pai conto a história do desenvolvimento do Vale do Mucuri. Para se ter uma ideia, enquanto algumas cidades já tinham corredores de ônibus, estradas largas e avenidas, para chegar às cidades do Vale era necessário enfrentar estradas de terra até 1982. Eu quase nasci em um ônibus do meu pai. Morávamos na garagem mesmo, o que era muito comum na época. Minha mãe começou a entrar em trabalho de parto, e sem carro, fomos de ônibus mesmo para o hospital” – relembra.
Foi encontrado pelo atual dono abandonado na beira de uma rodovia e restaurado.
Várias histórias pessoais também explicavam como as cidades cresceram em diversas regiões.
O empresário Alexandre Cortes, de 44 anos, restaurou um modelo de ônibus Ciferal Flecha de Prata, ano 1974, em homenagem ao pai, João Batista Cortes, que em 1962 fundou uma empresa de ônibus em Belo Horizonte.
A companhia, que hoje não existe mais, ligava a capital mineira ao Vale do Mucuri.
“Pela história do meu pai conto a história do desenvolvimento do Vale do Mucuri. Para se ter uma ideia, enquanto algumas cidades já tinham corredores de ônibus, estradas largas e avenidas, para chegar às cidades do Vale era necessário enfrentar estradas de terra até 1982. Eu quase nasci em um ônibus do meu pai. Morávamos na garagem mesmo, o que era muito comum na época. Minha mãe começou a entrar em trabalho de parto, e sem carro, fomos de ônibus mesmo para o hospital” – relembra.
Outra fase marcante dos transportes foi a do final dos anos de 1950, quando aos poucos os ônibus começavam a deixar de ser caminhões encarroçados para passageiros. Surgia no Brasil o conceito de monobloco, pelo qual carroceria, chassi e motor formavam um bloco só no ônibus. Os primeiros monoblocos teriam sido feitos nos anos de 1940 pela GM, em São Caetano do Sul. Mas foi a partir de 1958, com os modelos da Mercedes Benz que o conceito começou a se firmar. E unidades de monoblocos também fizeram parte da exposição, como um particular e outro da Passaredo, ambos dos anos de 1960.
Alguns veículos chamaram a atenção por serem diferentes e por também marcarem ocasiões especiais.
A SPTrans – gerenciadora dos transportes de São Paulo, levou um modelo preservado do Thamco ODA Scania 112, o popular Fofão, ônibus de dois andares, que foi ideia do então prefeito Jânio Quadros. O ônibus não deu certo em São Paulo por causa de suas dimensões: 4,25 m de altura. A primeira unidade foi entregue em outubro de 1987 e a capacidade de passageiros era grande: 26 sentados e 40 em pé embaixo e mais 46 sentados no andar superior.
A edição deste ano teve a participação da cantora Sula Miranda, que foi nomeada madrinha da VVR. Conhecida como rainha dos caminhoneiros, ela dirigiu alguns modelos antigos e se recordou de um dos seus marcos: o famoso ônibus cor de rosa que era usado nas turnês e que acabou virando uma casa sobre rodas.
“Era muito confortável e chamava a atenção. Quantas vezes a polícia parava, alegando precisar checar um pneu ou lanterna, mas os policiais queriam mesmo ver o ônibus. Era divertido, tenho saudades” – diz Sula que retoma a carreira e não descarta ter um novo ônibus.
Alguns veículos chamaram a atenção por serem diferentes e por também marcarem ocasiões especiais.
A SPTrans – gerenciadora dos transportes de São Paulo, levou um modelo preservado do Thamco ODA Scania 112, o popular Fofão, ônibus de dois andares, que foi ideia do então prefeito Jânio Quadros. O ônibus não deu certo em São Paulo por causa de suas dimensões: 4,25 m de altura. A primeira unidade foi entregue em outubro de 1987 e a capacidade de passageiros era grande: 26 sentados e 40 em pé embaixo e mais 46 sentados no andar superior.
A edição deste ano teve a participação da cantora Sula Miranda, que foi nomeada madrinha da VVR. Conhecida como rainha dos caminhoneiros, ela dirigiu alguns modelos antigos e se recordou de um dos seus marcos: o famoso ônibus cor de rosa que era usado nas turnês e que acabou virando uma casa sobre rodas.
“Era muito confortável e chamava a atenção. Quantas vezes a polícia parava, alegando precisar checar um pneu ou lanterna, mas os policiais queriam mesmo ver o ônibus. Era divertido, tenho saudades” – diz Sula que retoma a carreira e não descarta ter um novo ônibus.
A VVR é realizada todos os anos e tem patrocínio da Mercedes Benz, mas veículos de todas as marcas são expostos. Começou em 2004 na garagem da Expresso Redenção, empresa de fretamento da Capital Paulista, mas por causa do aumento do público e dos expositores foi transferida em 2007 para o Memorial da América Latina.
No ano passado, foi incluída pelo Governo do Estado no Calendário Oficial de Turismo de São Paulo.
“É uma emoção muito grande a cada edição. Fazemos amigos e de uma maneira muito descontraída aprendemos muito O evento é inclusive indicado para escolas e faculdades. Relembrar o passado é na verdade entender o presente e poder contribuir para melhorar o futuro” – disse Antônio Kaio Castro, presidente do Primeiro Clube do Ônibus Antigo e organizador do evento que, para a edição de 2013, promete veículos inéditos, entre ônibus, caminhões, guinchos e furgões.
Assessoria de Imprensa do Primeiro Clube do Ônibus Antigo Brasileiro
No ano passado, foi incluída pelo Governo do Estado no Calendário Oficial de Turismo de São Paulo.
“É uma emoção muito grande a cada edição. Fazemos amigos e de uma maneira muito descontraída aprendemos muito O evento é inclusive indicado para escolas e faculdades. Relembrar o passado é na verdade entender o presente e poder contribuir para melhorar o futuro” – disse Antônio Kaio Castro, presidente do Primeiro Clube do Ônibus Antigo e organizador do evento que, para a edição de 2013, promete veículos inéditos, entre ônibus, caminhões, guinchos e furgões.
Assessoria de Imprensa do Primeiro Clube do Ônibus Antigo Brasileiro
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