Sistemas BRT se expandem por todo o mundo, tanto em cidades dos países desenvolvidos como nos países em desenvolvimento. Em 1995 existiam 350 km de BRT no planeta. No início dos anos 2000, esse número era da ordem de 600 km. Hoje, existem 3.307 km de BRT, em 117 cidades de todos os continentes. Por sua flexibilidade e alto desempenho, aliados a rapidez e ao baixo custo de implantação, o BRT tornou-se uma excelente solução para cidades que querem oferecer a seus cidadãos uma alternativa ao congestionamento.
Quem não reconhece o BRT como transporte de massa carece de embasamento técnico e desconhece sistemas como o TransMilenio, de Bogotá, capital da Colômbia, que nas horas pico carrega 45 mil passageiros por hora e por sentido. Essa demanda é superada por poucos metrôs no mundo, entre eles as linhas mais carregadas de São Paulo e Hong Kong. Já em comparação com o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos – também conhecido como “bonde”), o BRT dotado de ultrapassagens tem o potencial de carregar uma quantidade maior de pessoas.
Não há dúvida de que tanto o BRT, quanto o VLT e o metrô, todos são sistemas de alto desempenho que podem revolucionar os deslocamentos em uma cidade. As maiores diferenças entre os sistemas de trilhos e o BRT são o custo e o tempo de implantação, tema de grande interesse neste momento em que vivemos o maior ciclo de investimentos em transporte público do país nos últimos 50 anos, e no qual as cidades de médio porte, com população entre 250 mil e 700 mil habitantes, acabam de ser beneficiadas com R$ 7 bilhões dentro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Mobilidade Médias Cidades, recém lançado pelo governo federal.
Do ponto de vista ambiental, as emissões do transporte coletivo sobre pneus vêm diminuindo gradualmente graças a novas tecnologias e combustíveis mais limpos. O BRT Transoeste já incorpora veículos e combustíveis mais limpos que em outras cidades brasileiras.
Concebido no Brasil, o BRT foi implantado em Curitiba na década de 70. Especialistas da Colômbia, Estados Unidos, França, Austrália, China e diversos outros países vieram aprender sobre o sistema para implantá-lo em suas cidades. O BRT viajou o mundo e agora retorna às origens a partir do Transoeste do Rio de Janeiro, que já surge como modelo por ser um projeto de qualidade e alto desempenho. Como é muito recente, o Transoeste ainda precisa de ajustes na operação, mas já está causando um grande impacto positivo para quem mora na Zona Oeste. Os expressivos ganhos de tempo agora podem ser usados ao melhor prazer de cada um. Em qualquer lugar do mundo, o tempo está entre os bens mais preciosos.
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