A execução dos 537 quilômetros de linha férrea entre Ilheús e Caetitê, ambos na Bahia, que integram a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), é a maior preocupação da Valec, segundo o novo presidente da estatal, Josias Sampaio Cavalcante Júnior.
Com previsão de entrega em junho de 2014, o trecho tem apenas 11% das obras concluídas. “Há risco [na execução no prazo], estamos atrasados. As empresas que trabalhavam na região se desmobilizaram após o Ibama negar licença, mas já estão retomando os trabalhos”, disse ao participar de seminário em São Paulo.
O segundo trecho da Fiol, entre Caetitê e Barreiras (BA), de 485 quilômetros, está com projeto executivo em implementação. Já o terceiro trecho, entre Barreiras e Figueirópolis (TO), de 505 quilômetros, está na fase de desenvolvimento de projetos.
O Porto de Ilhéus, por sua vez, que receberá as cargas da ferrovia para exportação, deve receber licença ambiental na próxima semana, segundo Cavalcante.
Já as obras da Ferrovia Norte-Sul estão com “prazos garantidos”, de acordo com o presidente da Valec. Ele reafirmou que o trecho de 855 quilômetros entre Palmas (TO) e Anápolis (GO) será entregue em setembro de 2013.
“A obra está 98% concluída. Estamos com a licitação em curso [para os 2% restantes] e devem ser investidos R$ 375 milhões para reparar os problemas do projeto”, ressalta.
Cavalcante também garantiu execução no prazo para o trecho entre Anápolis e Estrela D’Oeste (SP), de 682 quilômetros, para junho de 2014. De acordo com balanço da estatal, essa obra tem 25% de execução.
“Ela foi paralisada parcialmente pelo Tribunal de Contas da União (TCU), mas não há interrupção da obra e os trabalhos continuam”, afirmou.
Entre os trechos de transporte sobre trilhos, a chamada Ferrovia do Pantanal, extensão da Norte-Sul que iria ligar Maracaju (MS) a Porto Murtinho (MS), acompanhando o traçado da BR-267 foi descartada. “Ela não se mostrou viável em estudos da Valec. Não há demanda suficiente que garantisse taxa de retorno”, disse o presidente da estatal. A região sudoeste do Mato Grosso do Sul tem produção de soja, milho e criação de gado.
A ligação ferroviária até Porto Murtinho, na fronteira com o Paraguai, permitiria que as cargas chegassem a hidrovia do Rio Paraguai, que já transporta produtos da região. Hoje, um ramal entre Maracaju e Ponta Porã (MS), também na fronteira com o Paraguai, administrado pela ALL não é mais utilizado para transporte de cargas.
Fonte: Valor Online, Por Guilherme Soares Dias
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