O gestor da comissão de fadiga da Associação Brasileira de Pilotos da Aviação Civil (Abrapac), Paulo Licati, disse nesta terça-feira (27), em audiência pública no Senado Federal, que aproximadamente 80% dos acidentes aéreos cometidos por pilotos são ocasionados pela fadiga humana.
Segundo o especialista, qualquer jornada de trabalho que ultrapasse 11 horas aumenta em 300% as chances de acidentes. Licati desaprovou o PLS 434/11 que altera a lei que regula o exercício da Profissão de Aeronauta (nº 7.183/84), e aumenta a jornada de trabalho do aeronauta de 11 para 14 horas. O autor do projeto é o senador Blairo Maggi (PR-MT). “A carga horária excessiva prejudica o estado de alerta e os reflexos dos pilotos”, disse Licati.
Além da jornada de trabalho extensa, o gestor da comissão de fadiga informou que é preciso uma legislação moderna para o setor. Ele falou também das condições precárias que vivem os pilotos. “Ficamos em hotéis barulhentos, sem blecautes, muitas vezes em lugares distantes, causando a exaustão da tripulação. Não podemos aceitar esse projeto do Senado.”
O PLS tem como relator o senador João Costa (PPL-TO), presidente da Subcomissão Temporária sobre Aviação Civil (Cistac). O texto deverá ser votado, ainda sem data prevista, pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS), em decisão terminativa.
Agência T1, Por Bruna Yunes
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