De acordo com a Scania, nas demonstrações com veículo similar que ainda contava com chassi e carroceria importado, custo por quilômetro rodado foi de R$ 0,89 com biometano e R$ 1,24 com GNV
ADAMO BAZANI
A Scania informou que começou nesta quinta-feira, 8 de setembro de 2016, em Sorocaba, no interior de São Paulo, a circulação de um ônibus da marca que pode ser movido com GNV – Gás Natural Veicular, biometano( gás obtido na decomposição do lixo) ou mesmo a mistura dos dois combustíveis em qualquer proporção.
O veículo possui carroceria e chassis nacionais, mas o “trem de força importado da Suécia, pois seu motor já atende a geração mais avançada da legislação de emissões, a Euro 6. No Brasil, a lei atual exige conformidade com a norma equivalente à Euro 5.” – de acordo com a fabricante.
Segundo o diretor de Vendas de Ônibus da Scania no Brasil, Silvio Munhoz, as emissões de poluentes podem ser reduzidas entre 70% e 85%, dependendo da escolha do combustível.
Em 2014 e 2015, houve demonstrações em diversas cidades, mas com um modelo similar ainda com chassi e carroceria importados.
“Desde quando a Scania trouxe o modelo sueco, no fim de 2014, para uma série de apresentações, o veículo, que utiliza como combustível biometano, GNV ou uma mistura de ambos em qualquer proporção, vem despertando o interesse da sociedade como uma solução para mobilidade urbana mais sustentável, considerando os aspectos sociais, ambientais e econômicos … A partir da disponibilização desse veículo completo nacionalizado,estamos habilitados a realizar demonstrações transportando passageiros nas linhas urbanas. Ou seja, neste segundo momento vamos levar o ônibus para a população poder conhecê-lo, indo ou voltando do trabalho, por exemplo. Por outro lado, as empresas de transporte e os órgãos gestores dos municípios poderão comprovar na prática todos os seus benefícios … Mais do que demonstrações com os usuários, queremos provar que essa solução é viável para a mobilidade urbana, que necessita de medidas sustentáveis urgentes ” – disse, em nota.
A Scania tem um cronograma de demonstrações até o ano que vem, em cidades como Recife, Fortaleza e São Paulo.
Ao Blog Ponto de Ônibus/Diário do Transporte, o executivo revelou as datas. Veja neste link: https://blogpontodeonibus.wordpress.com/2016/08/26/entrevista-confira-onde-sera-testado-o-onibus-gnve-biometano-da-scania-com-carroceria-nacional/
VÁRIOS MODELOS:
A Scania reafirmou, em nota, que pode fazer no Brasil uma linha completa de ônibus a gás natural /biometano, com modelos que vão de convencionais a articulados:
– K 280 4×2, que pode receber carrocerias de 12,5 a 13,20 metros de comprimento e levar de 86 a 100 passageiros.
– K 280 6×2, de 15 metros de comprimento, dois eixos direcionais e capacidade para até 130 passageiros – ambos equipados com motor de 280 cavalos
– K 320 6×2/2, articulado,de 18 metros e capacidade para 160 ocupantes, com propulsor de 320 cavalos.
O atual modelo em demonstração é o de 15 metros, que recebe carroceria modelo Viale, da Marcopolo, com piso baixo e ar-condiconado.
A carroceria foi reforçada para receber os cilindros de gás no teto, já que o modelo é de piso baixo. São seis cilindros no total, e cada um com capacidade de 200 litros, o que, segundo a Scania, garante autonomia de 300 quilômetros.
“Caso a operação necessite de autonomia maior, é possível avaliar a colocação de mais cilindros.” – diz a fabricante na nota.
MODELO FOI MAIS ECONÔMICO QUE SIMILAR A DIESEL:
A Scania realizou oito demonstrações com o modelo sueco, sendo cinco usando GNV e três com biometano nas seguintes datas e cidades:
BIOMETANO
– De outubro a novembro de 2014: Itaipu Binacional
– Janeiro de 2015: no Rio Grande do Sul
– Março de 2015: no Rio de Janeiro
GNV – GÁS NATURAL VEICULAR:
2015: Sorocaba (SP), Londrina (PR), Florianópolis (SC), São José dos Campos (SP) e pela capital paulista.
“Em São Paulo, a demonstração foi durante os meses de junho a agosto de 2015. No período, o veículo rodou 5.000 km movido a gás, e os resultados foram aferidos pela Netz Engenharia Automotiva. O teste idôneo de campo monitorado pela Netz consistiu em pôr o veículo a gás para acompanhar um ônibus similar a diesel (chamada operação sombra) num total de 12 semanas por duas linhas do Sistema SPTrans. O custo por km do GNV foi 28% inferior ao do diesel, já contabilizado o consumo do Arla 32.” – informa a montadora, em nota, que ainda traz os resultados de algumas demonstrações
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