“Caderno Mobilidade Humana para o Brasil Urbano” foi elaborado por especialistas da ANTP – Associação Nacional dos Transportes Públicos
ADAMO BAZANI
A mobilidade urbana cada vez mais tem ganhado espaço nas discussões do dia a dia da população, mas em época de campanhas eleitorais, em especial, de eleições municipais, que o tema recebe um destaque especial.
Afinal, são os municípios os principais responsáveis pelo gerenciamento não só dos transportes por ônibus, mas de todos os deslocamentos dos cidadãos, o que inclui desde a conservação das calçadas, velocidade das vias, táxis, estacionamentos rotativos até a regulamentação de novos serviços de transportes, como o Uber, por exemplo.
Também em época de eleições municipais é que são prometias muitas coisas sobre mobilidade. Algumas delas são essenciais para o administrador municipal e vereadores, outras são apenas ilusões vendidas para se ganhar voto.
Aliás, não são poucos os exemplos que mostram que o tema transporte pode fazer com que um candidato ganhe ou perca determina eleição.
Mas como cidadão pode identificar uma boa proposta? E como o gestor público que quer manter-se no cargo ou o novo postulante pode lidar com essa questão?
Para auxiliar qualificação desse debate, a ANTP – Associação Nacional de Transportes Públicos lançou a cartilha “Mobilidade Humana para o Brasil Urbano”
Com 25 páginas, o documento, elaborado por técnicos, traz experiências, os principais conceitos de mobilidade e o avanço das leis sobre o tema.
Um dos assuntos de destaque é como reverter a perda de competitividade do transporte público.
“O transporte coletivo perdeu competitividade com o automó-vel, tanto pelo custo, quanto pelo conforto. Resultado: com mais carros nas ruas tem-se um grande impacto negativo no desempenho do transporte público, pois reduz a velocidade dos ônibus, aumentando a frota necessária para transportar as pessoas. O resultado é um aumento direto no custo de opera- ção e na tarifa, uma espécie de “pedágio” urbano às avessas… Um dos efeitos danosos dessa má distribuição no uso do espaço público está nos gastos com infraestrutura. Nas cidades do Brasil com mais de 60 mil habitantes, em 2013, o transporte individual (autos e motos) foi responsável por R$ 8,7 bilhões de manutenção do sistema viário, ao passo que o transporte coletivo custou R$ 2,5 bilhões (menos de 30% do custo do transporte individual), sendo que os dois sistemas serviram uma quantidade semelhante de viagens. Os grandes prejudicados: (a) o sistema de transporte por ônibus (menor velocidade comercial, maiores custos para o sistema, impactando diretamente no valor da tarifa); (b) os pedestres, que perdem espaço para a expansão do viá- rio destinado ao automóvel; (c) aumento dos ciclos semafóricos e dos tempos de espera, causando grandes atrasos a pedestres e à circulação dos ônibus e (d) a saúde pública, que sofre com as doenças provenientes de uma cidade voltada para veículos em lugar de pessoas (poluição, atropelamentos, perda de produtividade). – diz um dos trechos
É possível ter acesso gratuito ao caderno por este link:http://files.antp.org.br/2016/9/1/caderno-mobilidade-e.pdf
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