terça-feira, 10 de novembro de 2015

Bob Fernandes: A paralisação das rodovias e a ascensão fascista

Bob Fernandes: A paralisação das rodovias e a ascensão fascista

Bob Fernandes, via TV Gazeta e Reblogado do Blog Limpinho e Cheiroso
Protesto paralisa rodovias em 12 estados. Ação de caminhoneiros que se anunciam “independentes” de sindicatos, contrários a aumentos nos impostos e preços de combustíveis e… pela saída de Dilma.
Via WhatsApp, mensagens outras buscam espalhar pânico. Dizem que petroleiros querem provocar desabastecimento de gasolina e gás.
No domingo, dia 8/11, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, foi hostilizado em um restaurante em Belo Horizonte.
Ministro responsável pela implantação do Bolsa Família nos governos Lula, de 2004 a 2010, Patrus não tem acusações de corrupção contra si.
“Petista, ladrão, safado, bolivariano”, gritaram cidadão, que diz ser empresário, e um amigo. O ministro e um amigo não deixaram pra lá, reagiram. Patrus cobrou: “Escreva, põe isso no papel para que eu possa processá-lo…”
Confrontado, o empresário recuou e confessou: “Sou ladrão, sou corrupto igual ao PT e sonego para não dar dinheiro para partido ladrão”.
Filmada e exposta nas redes sociais, a cena entra para a história como clássico do moralismo caolho e hipócrita. De gente que sonega impostos, rouba, enquanto aponta para corrupção alheia.
Na segunda vez em que foi chamado de “ladrão”, o ex-ministro da FazendaGuido Mantega não deixou pra lá. Processou, e dois tipos pediram desculpas publicamente.
Na Califórnia, outro tratou a presidente Dilma como “assassina” e “ladra”. Repetiu-se o habitual “Deixa pra lá, é só um oportunista…”
Na mesma Belo Horizonte, no velório do ex-senador José Eduardo Dutra, há um mês, vaias e panfletos pregando: “Petista bom é petista morto…”
Outra vez, “deixa pra lá, são só oportunistas…”
Há semanas, em São Paulo, Eduardo Suplicy e o prefeito ouviram berros: “[…] comunista, bolivariano, Haddad vagabundo.”
Também o vídeo dessa cena viralizou nas redes sociais. Nos dias seguintes, os registros impressos do fato. Assépticos, acríticos, já que tratavam de “bolivarianos” que devem “ir pra Cuba” etc.
Isso numa livraria chamada “Cultura”. Aquela metáfora se completou com o berreiro se dando próximo a pilhas do livro Como conversar com um fascista, de Marcia Tiburi.
Então, mais uma vez, o habitual: “Deixa pra lá, são só oportunistas”.
Sim, são oportunistas, mas é preciso lembrar: a escalada começa sempre da mesma forma. E já sabemos como termina.

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