Viomundo
Geraldo? Este paga as contas dos barões midiáticos
Alckmin, as obras “fakes” e a mídia
Por Altamiro Borges, em seu blog
Com os holofotes da mídia chapa-branca, o governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) inaugurou na sexta-feira (29) o primeiro monotrilho da capital paulista – a chamada linha 15-Prata do Metrô. A inauguração foi um típico “fake” (falsa), como ironizou o petista Alexandre Padilha. A entrega da obra atrasou várias vezes; foram abertas apenas duas estações (Vila Prudente e Oratório); e elas funcionarão apenas aos sábados e domingos, das 10 às 15 horas, em caráter experimental. Pura demagogia eleitoreira! Mas neste jogo para enganar os mais tapados o tucano conta com a cumplicidade da mídia, que evita qualquer crítica ao “choque de indigestão” que paralisa São Paulo a quase duas décadas de reinado do PSDB.
No início de julho, Geraldo Alckmin já havia inaugurado às pressas o Rodoanel Leste. O trecho da rodovia, que também atrasou uma eternidade, foi entregue em péssimas condições, colocando em risco a vida dos usuários. O repórter Renan Fonseca, do jornal ABCD Maior – que adota uma linha crítica ao tucanato –, relatou a situação deplorável da estrada inaugurada demagogicamente pelo governador tucano, que tenta a reeleição:
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Os motoristas que tentarem acessar o trecho Leste do Rodoanel Mário Covas nos próximos dias precisarão de sorte e senso de direção apurado. Faltam placas de sinalização, não há sinal para telefones celulares, os guichês de atendimento não estão funcionando e em diversos pontos é possível se deparar com canteiros de obras. Quem utiliza a via logo pela manhã encontra cena bem conhecida: em velocidade alta, o motorista encontra operários no acostamento fazendo sinal com a mão indicando a redução da velocidade. À noite, o cenário é mais dificultoso, pois longos trechos permanecem sem iluminação.
Após três semanas de o governador Geraldo Alckmin (PSDB) usar o modal ainda inacabado para evento político de inauguração, as falhas da rodovia lembram os percalços vividos pelos condutores que tentaram usar o trecho Sul em seus primeiros meses de funcionamento. No caso do ramo Leste, com entroncamento em Mauá e que segue passando por Ribeirão Pires até a rodovia Ayrton Senna, a previsão inicial do próprio Alckmin era que os 43,5 quilômetros de extensão da rodovia não tivessem qualquer iluminação.
O Rodoanel Leste cruza as cidades de Arujá, Itaquaquecetuba, Mauá, Poá, Suzano e Ribeirão Pires. Porém, ao longo do trajeto, não é possível ao motorista descobrir em qual município se encontra. As placas de retorno, de fato, estão posicionadas. Informações ao condutor ou socorro imediato são soluções que o próprio motorista deve alcançar. Ainda na manhã de ontem (21), a reportagem do ABCD Maior flagrou operários instalando um dos call box (caixas com telefones para os casos de emergência) – os demais, em todo o trecho, estão cobertos por plástico preto.
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A mídia tucana, que adora espinafrar as obras em execução do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), com o nítido objetivo de desgastar a presidenta Dilma, sempre poupa Geraldo Alckmin. As inaugurações “fakes” não ocupam as manchetes dos jornais e nem são motivos de comentários ácidos dos “calunistas” da tevê. Até os protestos contra o governador são ofuscados. Na semana retrasada, o tucano foi vaiado durante uma vistoria a obras da estação Barra Fundo do Metrô. “Estou com sede”, gritou um popular, numa crítica à grave crise de abastamento de água em São Paulo. Outras pessoas também criticaram a péssima situação do transporte pública.
A mídia chapa-branca, financiada pelos milionários anúncios do Palácio dos Bandeirantes, evitou dar destaque aos protestos.
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