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Rede Nossa São Paulo divulga estudo que mostra o ônibus como uma das principais soluções para a mobilidade
Professor Horácio Figueira revela no estudo que metrô é essencial, mas São Paulo não ficar refém do ritmo das obras e que rede de ônibus articulados e biarticulados deve crescer
ADAMO BAZANI – CBN
Prioridade total ao transporte público, principalmente para o ônibus, com a expansão da frota de modelos articulados e biarticulados, e também ao pedestre estão entre as principais sugestões elaboradas num documento da Rede Nossa São Paulo, organização que discute os interesses da cidade, que foi entregue nesta quarta-feira, dia 26 de março de 2014 ao Conselho Municipal de Trânsito e Mobilidade de São Paulo.
O estudo mostra também a importância do transporte coletivo privado, no caso os ônibus de fretamento, que ainda sofrem restrição de circulação e parada.
As sugestões foram elaboradas com base na pesquisa de Origem e Destino do Metrô de 2007 e em outros estudos sobre trânsito e mobilidade.
“O Ônibus é um modo de transporte em si mesmo e também o complemento natural da viagem com o Metrô e o Trem. Privilegiar o ônibus no sistema viário significa: Dividir o número de faixas de tráfego x Nº de pessoas a transportar de forma eficiente, produtiva e ambientalmente melhor” – diz o estudo da Rede Nossa São Paulo – ao qual a reportagem do Blog Ponto de Ônibus teve acesso na íntegra.
O membro do GTM – Grupo de Trabalho de Mobilidade da Rede, Horário Figueira, engenheiro de tráfego e mestre em mobilidade urbana da USP – Universidade de São Paulo, foi enfático ao dizer que os ônibus são uma forma de aproveitar melhor o espaço na cidade e que o meio de transporte é essencial para que as pessoas tenham acesso ao emprego, renda e demais serviços na cidade. Ele defende mais investimentos para que haja mais linhas de ônibus de alta demanda e para que este tipo de veículo consiga alcançar velocidades maiores e oferecer mais conforto à população. ” Hoje, com todos os veículos dividindo as vias, 1,4 milhões de pessoas se deslocam pela cidade todos os dias. Se os ônibus fossem retirados e o mesmo espaço físico fosse ocupado por veículos individuais, seriam apenas 851 mil pessoas transportadas. A queda é de 42%. Ou seja, 42% das pessoas que hoje transitam pela cidade e que não conseguiriam sair de casa, já que o espaço ocupado é o mesmo, já saturado.” – sustenta Figueira, de acordo com a RBA – Rede Brasil Atual.
ÔNIBUS COMO MEIO DE TRANSPORTE ESTRUTURAL E NÃO APENAS ALIMENTADOR:
Ele afirma que os investimentos em sistemas de ônibus são necessários mesmo com a expansão do metrô. Segundo o estudo, por mais que cresça a malha metroferroviária, sempre as pessoas vão depender dos ônibus para chegar ao metrô. No entanto, estudo vai além e mostra que pela velocidade com que se dá a expansão da rede de trilhos, em ritmo muito lento, e pelo fato de as linhas de metrô já existentes estarem saturadas, em curto e em longo prazos o ônibus devem ser vistos como solução estrutural de mobilidade e não apenas como alimentador do sistema de trilhos.
“Fala-se muito do Metrô, mas nós não vamos ter 200 quilômetros de metrô nos próximos 10, 20 ou 30 anos. Temos, hoje, 70 quilômetros de metrô, e já precisaríamos dos 200 quilômetros. A Linha Vermelha está saturada. A Linha Azul está saturada. Quando o metrô chegar a Guarulhos, então, como prometeu o governador, acabou a Linha Verde. Você tem, em uma cidade que passou as últimas décadas investindo no transporte sobre quatro rodas, a necessidade de fortalecer o ônibus” – disse Horácio Figueira, conforme reproduziu a RBA – Rede Brasil Atual.
Segundo o estudo, a importância do ônibus em São Paulo continuará mesmo com a expansão da rede de trilhos e hoje levando em conta somente as pessoas que têm os pontos de origem e destino dentro da cidade, sem ir para outros municípios, o ônibus é mais representativo para o transporte coletivo.
São 390 mil viagens sobre os trilhos por dia e 3 milhões e 600 mil de viagens em ônibus urbanos.
Professor Horácio Figueira revela no estudo que metrô é essencial, mas São Paulo não ficar refém do ritmo das obras e que rede de ônibus articulados e biarticulados deve crescer
ADAMO BAZANI – CBN
Prioridade total ao transporte público, principalmente para o ônibus, com a expansão da frota de modelos articulados e biarticulados, e também ao pedestre estão entre as principais sugestões elaboradas num documento da Rede Nossa São Paulo, organização que discute os interesses da cidade, que foi entregue nesta quarta-feira, dia 26 de março de 2014 ao Conselho Municipal de Trânsito e Mobilidade de São Paulo.
O estudo mostra também a importância do transporte coletivo privado, no caso os ônibus de fretamento, que ainda sofrem restrição de circulação e parada.
As sugestões foram elaboradas com base na pesquisa de Origem e Destino do Metrô de 2007 e em outros estudos sobre trânsito e mobilidade.
“O Ônibus é um modo de transporte em si mesmo e também o complemento natural da viagem com o Metrô e o Trem. Privilegiar o ônibus no sistema viário significa: Dividir o número de faixas de tráfego x Nº de pessoas a transportar de forma eficiente, produtiva e ambientalmente melhor” – diz o estudo da Rede Nossa São Paulo – ao qual a reportagem do Blog Ponto de Ônibus teve acesso na íntegra.
O membro do GTM – Grupo de Trabalho de Mobilidade da Rede, Horário Figueira, engenheiro de tráfego e mestre em mobilidade urbana da USP – Universidade de São Paulo, foi enfático ao dizer que os ônibus são uma forma de aproveitar melhor o espaço na cidade e que o meio de transporte é essencial para que as pessoas tenham acesso ao emprego, renda e demais serviços na cidade. Ele defende mais investimentos para que haja mais linhas de ônibus de alta demanda e para que este tipo de veículo consiga alcançar velocidades maiores e oferecer mais conforto à população. ” Hoje, com todos os veículos dividindo as vias, 1,4 milhões de pessoas se deslocam pela cidade todos os dias. Se os ônibus fossem retirados e o mesmo espaço físico fosse ocupado por veículos individuais, seriam apenas 851 mil pessoas transportadas. A queda é de 42%. Ou seja, 42% das pessoas que hoje transitam pela cidade e que não conseguiriam sair de casa, já que o espaço ocupado é o mesmo, já saturado.” – sustenta Figueira, de acordo com a RBA – Rede Brasil Atual.
ÔNIBUS COMO MEIO DE TRANSPORTE ESTRUTURAL E NÃO APENAS ALIMENTADOR:
Ele afirma que os investimentos em sistemas de ônibus são necessários mesmo com a expansão do metrô. Segundo o estudo, por mais que cresça a malha metroferroviária, sempre as pessoas vão depender dos ônibus para chegar ao metrô. No entanto, estudo vai além e mostra que pela velocidade com que se dá a expansão da rede de trilhos, em ritmo muito lento, e pelo fato de as linhas de metrô já existentes estarem saturadas, em curto e em longo prazos o ônibus devem ser vistos como solução estrutural de mobilidade e não apenas como alimentador do sistema de trilhos.
“Fala-se muito do Metrô, mas nós não vamos ter 200 quilômetros de metrô nos próximos 10, 20 ou 30 anos. Temos, hoje, 70 quilômetros de metrô, e já precisaríamos dos 200 quilômetros. A Linha Vermelha está saturada. A Linha Azul está saturada. Quando o metrô chegar a Guarulhos, então, como prometeu o governador, acabou a Linha Verde. Você tem, em uma cidade que passou as últimas décadas investindo no transporte sobre quatro rodas, a necessidade de fortalecer o ônibus” – disse Horácio Figueira, conforme reproduziu a RBA – Rede Brasil Atual.
Segundo o estudo, a importância do ônibus em São Paulo continuará mesmo com a expansão da rede de trilhos e hoje levando em conta somente as pessoas que têm os pontos de origem e destino dentro da cidade, sem ir para outros municípios, o ônibus é mais representativo para o transporte coletivo.
São 390 mil viagens sobre os trilhos por dia e 3 milhões e 600 mil de viagens em ônibus urbanos.
CARONA E FAIXA SOLIDÁRIA NÃO SÃO SOLUÇÕES PARA SÃO PAULO:
A Rede Nossa São Paulo, por este estudo, acredita que “faixa solidária” e a adoção do sistema de carona não são práticas adequadas para a cidade por incentivar ainda as viagens em carros de passeio.
Pelo lógica do estudo, se é para criar mais uma faixa para um veículo que transporta de dois a cinco ocupantes, seria melhor então priorizar esta faixa para veículos que transportam de 70 a 200 pessoas. Assim, faixas paralelas para ônibus em determinadas vias seriam uma forma de melhor aproveitar a via.
Horácio Figueira diz que o crescimento da frota de carros faz com que os veículos de passeio praticamente monopolizem o espaço urbano na cidade.
“Em 1957, tinha 77 carros por quilômetro quadrado na cidade. Naquela época, havia espaço para crescer a frota. Hoje, são 4,5 mil carros por quilômetro quadrado.”
Não há mais espaços para carros em São Paulo, na visão do mestre da USP.
O secretário municipal de transportes, Jilmar Tatto, esteve na reunião e recebeu as propostas.
Segundo ele, a prefeitura tenta dar prioridade ao transporte coletivo por ônibus, mas tem enfrentado dificuldades políticas e mesmo rejeição por parte da população que resiste a implantação de faixas e corredores em alguns pontos.
ÔNIBUS FRETADOS:
Ainda de acordo com os números dos estudos da Rede Nossa São Paulo, os ônibus fretados também devem ser encarados como solução de mobilidade. Os veículos possuem uma boa capacidade de transporte, atraem os usuários que dificilmente optariam pelo transporte público num primeiro momento, mas não são bem aproveitados na cidade.
Apesar de uma flexibilização no ano passado, os fretados ainda são submetidos a regras de restrição de tráfego e paradas.
A reportagem de Blog Ponto de Ônibus teve acesso à íntegra do estudo que mostra também a importância de a cidade ser projetada para pedestres, propondo mais semáforos para quem se desloca a pé e o aumento das calçadas, com no mínimo 1,20 metro de largura.
CONFIRA AQUI AS SUGESTÕES E OS ESTUDOS DA REDE NOSSA SÃO PAULO SOBRE MOBILIDADE URBANA:
A Rede Nossa São Paulo, por este estudo, acredita que “faixa solidária” e a adoção do sistema de carona não são práticas adequadas para a cidade por incentivar ainda as viagens em carros de passeio.
Pelo lógica do estudo, se é para criar mais uma faixa para um veículo que transporta de dois a cinco ocupantes, seria melhor então priorizar esta faixa para veículos que transportam de 70 a 200 pessoas. Assim, faixas paralelas para ônibus em determinadas vias seriam uma forma de melhor aproveitar a via.
Horácio Figueira diz que o crescimento da frota de carros faz com que os veículos de passeio praticamente monopolizem o espaço urbano na cidade.
“Em 1957, tinha 77 carros por quilômetro quadrado na cidade. Naquela época, havia espaço para crescer a frota. Hoje, são 4,5 mil carros por quilômetro quadrado.”
Não há mais espaços para carros em São Paulo, na visão do mestre da USP.
O secretário municipal de transportes, Jilmar Tatto, esteve na reunião e recebeu as propostas.
Segundo ele, a prefeitura tenta dar prioridade ao transporte coletivo por ônibus, mas tem enfrentado dificuldades políticas e mesmo rejeição por parte da população que resiste a implantação de faixas e corredores em alguns pontos.
ÔNIBUS FRETADOS:
Ainda de acordo com os números dos estudos da Rede Nossa São Paulo, os ônibus fretados também devem ser encarados como solução de mobilidade. Os veículos possuem uma boa capacidade de transporte, atraem os usuários que dificilmente optariam pelo transporte público num primeiro momento, mas não são bem aproveitados na cidade.
Apesar de uma flexibilização no ano passado, os fretados ainda são submetidos a regras de restrição de tráfego e paradas.
A reportagem de Blog Ponto de Ônibus teve acesso à íntegra do estudo que mostra também a importância de a cidade ser projetada para pedestres, propondo mais semáforos para quem se desloca a pé e o aumento das calçadas, com no mínimo 1,20 metro de largura.
CONFIRA AQUI AS SUGESTÕES E OS ESTUDOS DA REDE NOSSA SÃO PAULO SOBRE MOBILIDADE URBANA:
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