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Ônibus elétrico está entre alternativas para evitar 256 mil mortes pela poluição, diz estudo da USP
Até 2016, mais de um milhão de pessoas devem ser internadas por causa da má qualidade do ar
ADAMO BAZANI – CBN
É na mobilidade limpa, como ônibus elétricos, metrô e bicicleta que pode estar a salvação de 256 mil pessoas no Estado de São Paulo num período de 16 anos.
A constatação não é de nenhum entusiasta de transportes, de tecnologia ou amante da natureza, mas faz parte das alternativas de um inédito estudo realizado pela USP – Universidade de São Paulo, divulgado nesta sexta-feira, dia 08 de agosto de 2014.
Além disso, o trabalho que teve como uma das coordenadoras a professora Evangelina Vormittag, ressalta a necessidade de redução na frota de veículos particulares nas cidades e a melhoria da qualidade do diesel, não se restringindo à composição S-10 (10 partículas de enxofre por milhão), e dos motores dos ônibus e caminhões, havendo a necessidade de evolução e também não parando nas normas com base nos padrões internacionais EURO V, que significaram avanços, mas não o suficiente.
O estudo do Instituto de Saúde e Sustentabilidade, realizado por pesquisadores e doutores da USP, com base nos dados de mortes e internações hospitalares de 2011, foi minucioso e demorou quase dois anos para ser concluído. O trabalho projeta que em 16 anos, se estas medidas não ganharem ritmo de crescimento, 256 mil pessoas podem morrer por causa da poluição no Estado de São Paulo. Além disso, 1 milhão de pessoas podem ser internadas devido a má qualidade do ar.
Isso significa um gasto de R$ 1,5 bilhão a mais no sistema de saúde pública.
Deste total de mortos, 25%, ou 59 mil pessoas, devem perder a vida por causa da poluição do ar somente na capital paulista.
Além da mobilidade elétrica e não motorizada, também está entre as alternativas o estímulo a criação de áreas verdes.
As árvores são verdadeiros filtros do ar. No entanto, elas estão cada vez mais escassas. Não é exagero dizer que há um desmatamento urbano. Áreas verdes dão lugar a vias cada vez mais largas com o objetivo de atender à frota de veículos particulares que crescem numa taxa 10% maior que o crescimento da população.
Bairros com casas térreas e que tinham quintais, dão lugar a prédios que não contemplam um jardim nos projetos para os construtores “não perderem nenhum centímetro” e criarem mais espaços de moradia e venderem.
Integrar área verde com transporte limpo é uma ação que já existe no Brasil e precisa ser ampliada.
Em Curitiba, está em expansão a Linha Verde, que deve se estender da capital paranaense para a cidade de Fazenda Rio Grande, na região metropolitana. Trata-se de um corredor de ônibus que incorpora área ajardinada e ciclovia.
Já na região Metropolitana de São Paulo, há o Programa Corredor Verde desenvolvido pela empresa operadora de ônibus, trólebus e ônibus elétrico a bateria, Metra, que desde 2008 foi responsável por plantar aproximadamente 5 mil árvores nos 33 quilômetros de extensão do Corredor Metropolitano ABD, que liga São Mateus, na zona Leste da Capital Paulista, ao bairro do Jabaquara, na zona Sul da cidade de São Paulo, passando pelos municípios de Santo André, Mauá (Terminal Sônia Maria), São Bernardo do Campo e Diadema, na região do ABC Paulista. Há também a extensão de 11 quilômetros entre Diadema e a estação Berrini da CPTM – Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, também na zona Sul de São Paulo por onde é testado um ônibus elétrico que se move apenas com baterias e elétricos híbridos já em operação comercial, que funcionam com dois motores: diesel e elétrico.
Em várias cidades brasileiras a BYD, empresa chinesa que deve se instalar em Campinas, no interior de São Paulo, testa um ônibus elétrico movido somente com baterias também.
O veículo será produzido no Brasil na nova planta.
Em Curitiba e em São José dos Pinhais, a empresa de ônibus Auto Viação São José, faz um balanço positivo dos testes do ônibus elétrico híbrido Biobus, que como diferencial possui um sistema de supercapacitores que dispensa o uso de baterias e faz com que o motor a diesel seja acionado poucas vezes.
Na planta de Curitiba, a Volvo já produz desde 2012 ônibus elétricos híbridos que reduzem a poluição de 35% a 80% dependendo do material lançado na atmosfera.
Estes veículos circulam pela capital paranaense.
A cidade de São Paulo deve ter unidades.
Os ônibus elétricos e trólebus novos operados pela Metra, no ABC Paulista, e pela Ambiental Transportes, na Capital, são fabricados pela empresa Eletra, de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista.
A empresa faz parte do Grupo ABC, da família Setti & Braga, controladora da Metra.
DOENÇAS:
Entre as principais doenças ocasionadas e agravadas pela poluição que podem provocar até 2030, 256 mil mortes no Estado de São Paulo estão:
– Asma, bronquites e outros males respiratórios: 93 mil mortes, já contabilizando crianças e idosos
– Câncer: 30 mil mortes. Além de câncer no pulmão, há também o câncer na laringe, faringe e esôfago, que também podem ter relação com a poluição.
MEDIÇÃO DE POLUIÇÃO:
A professora Evangelina Vormittag defende também que o governo brasileiro mude as formas de medir e tolerar a poluição.
Os padrões brasileiros são pouco rígidos, por exemplo, em relação ao material particulado que são poluentes no ar com poeira, fuligem e fumaça.
O Brasil tolera 150 microgramas por metro cúbico, número três vezes maior que o considerado máximo tolerável pela OMS – Organização Mundial da Saúde que é de 50 microgramas por metro cúbico.
Com índices mais rigorosos, o governo brasileiro poderia implantar ações e exigir de empresas atitudes mais firmes de combate à poluição.
Até 2016, mais de um milhão de pessoas devem ser internadas por causa da má qualidade do ar
ADAMO BAZANI – CBN
É na mobilidade limpa, como ônibus elétricos, metrô e bicicleta que pode estar a salvação de 256 mil pessoas no Estado de São Paulo num período de 16 anos.
A constatação não é de nenhum entusiasta de transportes, de tecnologia ou amante da natureza, mas faz parte das alternativas de um inédito estudo realizado pela USP – Universidade de São Paulo, divulgado nesta sexta-feira, dia 08 de agosto de 2014.
Além disso, o trabalho que teve como uma das coordenadoras a professora Evangelina Vormittag, ressalta a necessidade de redução na frota de veículos particulares nas cidades e a melhoria da qualidade do diesel, não se restringindo à composição S-10 (10 partículas de enxofre por milhão), e dos motores dos ônibus e caminhões, havendo a necessidade de evolução e também não parando nas normas com base nos padrões internacionais EURO V, que significaram avanços, mas não o suficiente.
O estudo do Instituto de Saúde e Sustentabilidade, realizado por pesquisadores e doutores da USP, com base nos dados de mortes e internações hospitalares de 2011, foi minucioso e demorou quase dois anos para ser concluído. O trabalho projeta que em 16 anos, se estas medidas não ganharem ritmo de crescimento, 256 mil pessoas podem morrer por causa da poluição no Estado de São Paulo. Além disso, 1 milhão de pessoas podem ser internadas devido a má qualidade do ar.
Isso significa um gasto de R$ 1,5 bilhão a mais no sistema de saúde pública.
Deste total de mortos, 25%, ou 59 mil pessoas, devem perder a vida por causa da poluição do ar somente na capital paulista.
Além da mobilidade elétrica e não motorizada, também está entre as alternativas o estímulo a criação de áreas verdes.
As árvores são verdadeiros filtros do ar. No entanto, elas estão cada vez mais escassas. Não é exagero dizer que há um desmatamento urbano. Áreas verdes dão lugar a vias cada vez mais largas com o objetivo de atender à frota de veículos particulares que crescem numa taxa 10% maior que o crescimento da população.
Bairros com casas térreas e que tinham quintais, dão lugar a prédios que não contemplam um jardim nos projetos para os construtores “não perderem nenhum centímetro” e criarem mais espaços de moradia e venderem.
Integrar área verde com transporte limpo é uma ação que já existe no Brasil e precisa ser ampliada.
Em Curitiba, está em expansão a Linha Verde, que deve se estender da capital paranaense para a cidade de Fazenda Rio Grande, na região metropolitana. Trata-se de um corredor de ônibus que incorpora área ajardinada e ciclovia.
Já na região Metropolitana de São Paulo, há o Programa Corredor Verde desenvolvido pela empresa operadora de ônibus, trólebus e ônibus elétrico a bateria, Metra, que desde 2008 foi responsável por plantar aproximadamente 5 mil árvores nos 33 quilômetros de extensão do Corredor Metropolitano ABD, que liga São Mateus, na zona Leste da Capital Paulista, ao bairro do Jabaquara, na zona Sul da cidade de São Paulo, passando pelos municípios de Santo André, Mauá (Terminal Sônia Maria), São Bernardo do Campo e Diadema, na região do ABC Paulista. Há também a extensão de 11 quilômetros entre Diadema e a estação Berrini da CPTM – Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, também na zona Sul de São Paulo por onde é testado um ônibus elétrico que se move apenas com baterias e elétricos híbridos já em operação comercial, que funcionam com dois motores: diesel e elétrico.
Em várias cidades brasileiras a BYD, empresa chinesa que deve se instalar em Campinas, no interior de São Paulo, testa um ônibus elétrico movido somente com baterias também.
O veículo será produzido no Brasil na nova planta.
Em Curitiba e em São José dos Pinhais, a empresa de ônibus Auto Viação São José, faz um balanço positivo dos testes do ônibus elétrico híbrido Biobus, que como diferencial possui um sistema de supercapacitores que dispensa o uso de baterias e faz com que o motor a diesel seja acionado poucas vezes.
Na planta de Curitiba, a Volvo já produz desde 2012 ônibus elétricos híbridos que reduzem a poluição de 35% a 80% dependendo do material lançado na atmosfera.
Estes veículos circulam pela capital paranaense.
A cidade de São Paulo deve ter unidades.
Os ônibus elétricos e trólebus novos operados pela Metra, no ABC Paulista, e pela Ambiental Transportes, na Capital, são fabricados pela empresa Eletra, de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista.
A empresa faz parte do Grupo ABC, da família Setti & Braga, controladora da Metra.
DOENÇAS:
Entre as principais doenças ocasionadas e agravadas pela poluição que podem provocar até 2030, 256 mil mortes no Estado de São Paulo estão:
– Asma, bronquites e outros males respiratórios: 93 mil mortes, já contabilizando crianças e idosos
– Câncer: 30 mil mortes. Além de câncer no pulmão, há também o câncer na laringe, faringe e esôfago, que também podem ter relação com a poluição.
MEDIÇÃO DE POLUIÇÃO:
A professora Evangelina Vormittag defende também que o governo brasileiro mude as formas de medir e tolerar a poluição.
Os padrões brasileiros são pouco rígidos, por exemplo, em relação ao material particulado que são poluentes no ar com poeira, fuligem e fumaça.
O Brasil tolera 150 microgramas por metro cúbico, número três vezes maior que o considerado máximo tolerável pela OMS – Organização Mundial da Saúde que é de 50 microgramas por metro cúbico.
Com índices mais rigorosos, o governo brasileiro poderia implantar ações e exigir de empresas atitudes mais firmes de combate à poluição.
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