quarta-feira, 20 de agosto de 2014

A revitalização das hidrovias no Rio Grande do Sul

Há três décadas o Rio Grande do Sul contava com 1,2 mil quilômetros de áreas navegáveis. Mas esse espaço foi limitado para 758 quilômetros, ao longo dos anos, por conta do aumento de trechos assoreados e falta de políticas para o incentivo de instalações de empreendimentos às margens das lagoas e rios. 
 
Agora, o governo local procura revitalizar o transporte hidroviário com projeções de aumentar para 930 quilômetros as áreas navegáveis, quando a Hidrovia do Mercosul, que ligará Montevidéu à São Paulo, passando por dentro do estado, for concluída. O superintendente de Portos e Hidrovias do Rio Grande do Sul, coronel Arlindo Bonete Pereira, convidado para a mesa de debates do Fórum Brasilianas "Indústria Naval", realizado na última quinta-feira em São Paulo, lembrou que o estado é privilegiado, pois todos os seus rios convergem para a Lagoa dos Patos, com 260 quilômetros de extensão, favorecendo o uso do modal hidroviário pelos setores industrial e agrário. 
 
O transporte hidroviário, além de menos poluente e menos fadado aos transtornos de circulação e acidentes como o rodoviário, tem maior capacidade de carga, observou o representante do estado. A efeito de comparação, a hidrovia que liga a Lagoa dos Patos até Taquari, tem condições de navegabilidade de navios com dez mil toneladas, “isso significa retirar 400 caminhões das estradas”, completou o superintendente. 
 
Em relação a capacidade dos portos e terminais, o coronel lembrou que todos reunidos hoje movimentam uma carga anual de seis milhões de toneladas. “Só o porto de Porto Alegre movimentou, em 2013, um milhão de toneladas, com a previsão de aumentar em 10% esse fluxo em 2014”, destacou. 
 

(Imagem do Superintendente Coronel Arlindo Bonete Pereira, Fotógrafo Pedro Garbellini)
Ele apresentou alguns projetos fechados e em andamento para atrair recursos da iniciativa privada na revitalizar de áreas hidroviárias do estado, dentre os quais o investimento da indústria offshore no Polo Guaíba, criado em janeiro deste ano; a utilização de áreas do porto de Porto Alegre pelas empresas Koch e Palfigir na montagem de guindastes, e pela MBS Engenharia na montagem de estruturas para plataformas da Petrobras. O estado também fechou contrato com empresas coreanas pesqueiras do alto mar na Argentina e Uruguai que precisarão usar um espaço no porto de Pelotas para fazer a higienização de suas embarcações, durante quatro meses do ano.  
 
“Nós temos disponibilidade de mais áreas para arrendamento e esperamos, através desses investimentos, incrementar as nossas hidrovias”, apontou o coronel, que destacou que o estado possui dragas que ficaram mais de dez anos sem manutenção. 
 
“Há dez anos o rio Gravataí não recebia o processo de dragagem. A Petrobras, que usa nossos rios, fez uma reclamação e neste ano começamos realizar a limpeza. Estamos tirando tanto material que as dragagens estão se estragando antes do tempo. Mas o que nós queremos é que os 758 quilômetros de hidrovias estejam em condições para as embarcações navegarem sem transtornos”, concluiu. O superintendente também anunciou no evento que o governo do Rio Grande do Sul está disposto a discutir parcerias público-privadas para a utilização de espaços hidroviários estatais e também do Estaleiro Naval de Triunfo.
 
 
 


Nenhum comentário:

Postar um comentário