terça-feira, 10 de junho de 2014

Morte em obra do monotrilho: o que pode ocorrer no futuro?

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Acidente com morte em obra do monotrilho em São Paulo. Um operário morreu na hora. Sociedade deve refletir sobre a qualidade das obras de mobilidade, muitas feitas às pressas e eventuais riscos durante a operação dos serviços. : Foto: Renato S. Cerqueira/Futura Press/Estadão Conteúdo
Acidente em obra do monotrilho: é hora de pensar no que pode acontecer no futuro
Uma viga por onde passariam os trens caiu na zona Sul de São Paulo
ADAMO BAZANI – CBN
Um operário morreu e outras duas pessoas ficaram feridas num acidente grave nas obras da linha 17 Ouro do monotrilho no final da tarde desta segunda-feira, dia 09 de junho de 2014.
Uma viga de concreto caiu no cruzamento da Rua Vieira de Moraes com Avenida Washington Luís, na zona Sul de São Paulo.
O monotrilho é um sistema de trens leves que circulam em elevados.
A obra pretende por este tipo de transporte, inédito no Brasil, aplicado em algumas nações e abandonado em diversos países, ligar em 18 quilômetros a região do Morumbi à do Jabaquara, atendendo os passageiros do Aeroporto de Congonhas.
Seria prematuro ou irresponsável tentar tirar alguma conclusão neste momento sobre o acidente.
Em nota, o Metrô e o Consórcio Monotrilho Integração disseram “lamentar” o fato e que “as causas serão investigadas”.
O acidente, no entanto, deve fazer com que, sem oportunismos, autoridades, representações sociais, especialistas e a população como um todo reflitam sobre a qualidade de obras para a mobilidade, ainda mais quando os sistemas são desconhecidos no País.
O Governo do Estado prometeu um trecho de 7,7 quilômetros deste monotrilho antes da Copa. Ainda havia dúvida se a abertura da Copa seria no Morumbi ou no estádio que até então era um projeto para o Corinthians.
Mesmo passando a Copa, não cumprir um novo prazo prometido, politicamente não seria positivo para o Governo do Estado de São Paulo.
Isso se aplica às outras obras nos estados que vão sediar os jogos.
Muitas também registraram acidentes com mortes.
Mas o problema, que já é grave, vai além disso.
Pela pressa em entregar pelo menos algum trecho do que foi prometido, pelas mudanças de projetos já em andamento, a qualidade destas obras tem sido satisfatória?
E quando se fala em obras, não se deve pensar apenas no momento da execução. E depois, quando elas já estiverem concluídas?
Um projeto não feito adequadamente e uma obra realizada às pressas podem gerar acidentes má prestação dos serviços de transportes.
Isso não vale só para a “novidade” monotrilho – Houve acidente também nas obras do Expresso Tiradentes (ex Fura Fila). Corredores de ônibus, metrôs, VLTs – Veículos Leves sobre Trilhos estão sendo construídos adequadamente. Isso só para falar em mobilidade.
No entanto, vale ressaltar que quanto mais complexo for o sistema e menos experiência houver na operação de determinados modais, há mais riscos de erros – evidente.
Será que os benefícios que estes “novos” modais podem trazer justificam os riscos e os altos custos?
Ou o poder público deve mesmo inovar?
E ao inovar, será que está fazendo de maneira técnica ou política, lutando contra o tempo e buscando imagem?
Não se pode concluir nada sobre o acidente na obra de uma das linhas projetadas para o monotrilho até o momento.
Mas a sociedade deve se preocupar e cobrar qualidade.

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