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Falta de planejamento pode comprometer VLT no Rio de Janeiro
Sistema de corredores de ônibus também foi mal dimensionado e população sente perda de qualidade nos serviços
THIAGO MATHIAS – CBN
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A um ano da inauguração do Veículo Leve sobre Trilhos, no Centro do Rio de Janeiro, a prefeitura ainda não sabe o valor da tarifa, como será a integração com outros transportes e a estimativa de passageiros transportados. A operação vai começar no primeiro semestre de 2016, mas o mês e o dia não estão definidos. A primeira linha vai ligar a Rodoviária Novo Rio ao Aeroporto Santos Dumont, passando pela Via Binário e Avenida Rio Branco.
Questionado pela CBN sobre quantas linhas de ônibus serão substituídas no Centro após a implantação do VLT, o subsecretário de Planejamento da Secretaria Municipal de Transportes, Alexandre Sansão, não soube responder.
A falta de planejamento pode gerar problemas, a exemplo do que aconteceu com o BRT Transoeste. Com o sistema mal dimensionado, os ônibus que circulam pelo corredor estão sempre lotados. Meses após a inauguração, em junho de 2012, a pista do BRT já estava cheia de remendos. O roteiro semelhante se repete no VLT. A prefeitura ainda vai se reunir com o governo do estado e as concessionárias para definir a integração com outros transportes.
O professor do Departamento de Trânsito e Transportes da Universidade Federal do Paraná Eduardo Ratton diz que a discussão sobre a tarifa única deveria ter começado há muito mais tempo. Para ele, as deficiências vão aparecer quando os trens entrarem em operação e o planejamento adotado vai determinar se o transporte será bem-sucedido.
Apesar da falta de informações, a prefeitura comemora o sucesso do VLT. Desde o dia 22 de março, há um protótipo do veículo na Praça da Cinelândia, no Centro da cidade. O professor de Engenharia de Transportes da PUC-Rio, José Eugênio Leal, teme pela segurança do transporte. Ele cobrou mais clareza nas medidas de prevenção, já que o espaço será compartilhado com pedestres.
“Ele não está segregado, está andando com os outros: com a rua, os pedestres, os veículos e as motos. São necessárias uma grande conscientização de todos e uma série de medidas de segurança para reduzir a possibilidade de acidentes, que inevitavelmente vão acontecer.”
O projeto do VLT prevê a entrega de 32 trens com capacidade para 420 pessoas. Segundo a Secretaria Municipal de Transportes, o sistema de pagamento será o de validação voluntária, sem roletas ou cobrador. Passageiros poderão ser abordados por fiscais da empresa e terão de apresentar comprovantes do pagamento. O custo da implantação do sistema é de R$ 1,157 bilhão
Thiago Mathias, repórter da CBN Rio de Janeiro
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