O governo de São Paulo se superou desta vez no quesito pataquada. Seria cômico, não fosse trágico. A equipe do dr. Alckmin, simplesmente, desconsiderou um córrego debaixo do monotrilho projetado para a Zona Leste da capital. Pelo visto, o governador tucano pretendia criar, aqui, a versão tupiniquim do Eurotúnel – aquele trem que passa debaixo das águas do Canal da Mancha, ligando Londres a Paris.
O eurotunel do governador é mais um, entre tantos, erros crassos de sua gestão e revelam a total falta de planejamento responsável, vigilância e acompanhamento de seu governo nesses projetos. Como não viram antes o córrego que fica embaixo da Av. Professor Luiz Ignácio de Anhaia Mello, sobre o qual passaria o monotrilho?
Agora, claro, não dá para perfurar o solo e fincar as estacas da estrutura da estação nas galerias de água do córrego. A saída vai ser paralisar esta e fazer outra obra: a da mudança do córrego de lugar, encarecendo ainda mais o projeto inicial e provocando outro atraso na entrega das obras. Aliás, elas foram jogadas para 2016.
Córrego havia sido informado ano passado
Segundo reportagem da Folha desta 5ª feira, José Arapoty Prochino, responsável pelo departamento de obra civil e da linha 15 do metrô paulistano, já havia informado – em 2013! – sobre a existência do córrego à revista “Infraestrutura Urbana”. Apesar disso, o governo Alckmin contratou por R$ 144 milhões um consórcio para erguer as quatro estações (as três afetadas agora paralisadas, mais a da Vila União).
Em outubro pp., inclusive, assinou o quinto aditivo desse contrato e no mês passado. Outra concorrência (de R$ 512 mil) foi aberta para o projeto paisagístico e de engenharia do canteiro central até São Mateus. Uma façanha… Além de atrasar, a obra já orçada em R$ 6,4 bi vai encarecer ainda mais: além de mudar o corrégo de lugar, o Metrô vai ter de readequar o projeto para, pelo menos, três estações atingidas (São Lucas, Camilo Haddad e Vila Tolstói).
Resultado: mais gastos, fruto da incompetência tucana, e mais atrasos já tão característicos de sua forma de governar. Mais um atestado de desleixo, incompetência e falta de controle. Uma pataquada em meio a tantas que marcam a gestão Alckmin em São Paulo. E quem paga?
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