Inaugurado em 6 de junho de 2012 com o objetivo de encurtar a viagem entre Santa Cruz e a Barra da Tijuca, e dar mais conforto aos passageiros, por meio de uma linha segregada, o BRT Transoeste tem cumprido sua missão apenas em parte.
Nos horários de pico, sobretudo entre 5h30m e 8h, os ônibus articulados já estão lotados, lembrando o sufoco por que passam os usuários dos trens e do metrô durante o rush.
“Às vezes, o ônibus está tão lotado que não há como parar nas estações para pegar mais pessoas”, diz um motorista sem se identificar. “Meu ônibus tem ficado cada vez mais cheio”, disse o condutor Tony Cássio.
Os usuários também se impressionam com o rápido crescimento do BRT Transoeste: “Tudo bem que os BRTs usam uma pista segregada, mas, nos anúncios da prefeitura, havia a promessa de conforto”, queixa-se o passageiro Edson Santos, que não vai mais de carro de Santa Cruz para o trabalho, na Barra.
O secretário municipal de Transportes, Carlos Roberto Osório diz que ajustes têm de ser feitos o mais rapidamente possível. “Essa é a vantagem do BRT”. Em março, mais 12 ônibus estarão no trecho Santa Cruz-Barra. Isso seria impossível em transporte como trens e metrô. Os ônibus são fabricados no Brasil, e o prazo de entrega é de no máximo quatro meses.
Atualmente, o sistema opera com 91 ônibus articulados. A prefeitura, segundo Osório, também vai pôr ônibus para rodar exclusivamente no trecho entre o Recreio e Santa Cruz, numa tentativa de desafogar o sistema.
Para isso, novos retornos terão de ser construídos. “Mas é bom deixar claro que a proposta do BRT nunca foi a de ter somente passageiros sentados. O que não pode ocorrer é o desconforto no interior do veículo”, afirma o secretário.
Em junho, primeiro mês de operação, com o sistema funcionando parcialmente, o Transoeste transportou 144.643 passageiros; em julho, o número pulou para 844.948; nos meses seguintes,ultrapassou a marca de um milhão: 1.308.956 (agosto); 1.210.889 (setembro); 1.569.499 (outubro) e 1.496.601 (novembro). Entre julho e novembro, o aumento foi de 77%.
Mas há outros problemas. Criado em função do BRT, o Túnel da Grota Funda já é referência de um engarrafamento diário pela manhã. Em sua saída no sentido Barra, os carros, ônibus e caminhões andam lentamente.
O motivo da morosidade é explicado por um funcionário terceirizado da CET-Rio que trabalha como operador de trânsito. “Tem um sinal logo na saída (do túnel), uma baia em que só cabem dois ônibus, e esse mesmo pedaço ainda recebe o fluxo de caminhões vindos da Serra da Grota Funda (a antiga ligação entre o Recreio e Guaratiba), já que o túnel não recebe caminhões”, disse o operador.
Carlos Roberto Osório disse que a prefeitura estudará se é possível aumentar não só a baia de ônibus na direção da Barra, mas também a que fica na pista sentido Campo Grande.
Fonte: O Globo, Rogerio Daflon
Nenhum comentário:
Postar um comentário