quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Azul projeta ampliar fatia no mercado e chegar a 18%



Beting, da Azul: plano é ir a cidades menores onde avião grande não pousa. Foto: Fotos: Claudio Belli/Valor
A Azul Linhas Aéreas calcula que o mercado brasileiro de aviação vai crescer entre 10% e 12% em volume de passageiros este ano, favorecido pela expansão mais vigorosa longe dos grandes centros urbanos.
Com um modelo focado nas viagens regionais, a Azul projeta aumentar sua participação de mercado em 3 pontos e chegar a 18%, se as líderes do setor TAM e Gol mantiverem a política de redução de frota.
A Azul, informa seu sócio e diretor de comunicação da Azul, Gianfranco Beting, vai receber este ano 15 aviões, sendo oito turbo-hélices. Estes podem substituir os aviões mais antigos da Trip ou, se o mercado demandar, serem somados aos da Trip, ampliando a frota da companhia. As outras sete aeronaves serão jatos da Embraer.
“Se a gente sentir que o mercado está receptivo, que as oportunidades continuam se apresentando, a gente vai manter [os aviões antigos da Trip na frota]. Se a gente sentir que o ‘pibão’ continua ‘pibinho’, a gente tem a possibilidade de fazer uma substituição dos aviões mais antigos”, afirma Beting.
É justamente nas regiões com menos habitantes que a empresa vem crescendo. Enquanto o setor aéreo encolhe em número de destinos no Brasil, a Azul traça a rota contrária. Atualmente há 122 cidades atendidas por voos regulares no país – a Azul voa para 101 delas. Até o final de 2013, a meta da companhia é aterrissar em outras nove localidades, chegando a 110 destinos.
Os aviões de menor capacidade favorecem a Azul no contexto atual. O plano de voo traçado é “sobretudo ir onde as grandes não conseguem ir porque têm aviões grandes demais: as cidades de médio porte e baixa densidade de tráfego”.
No longo prazo, o objetivo da empresa é voar apenas com dois modelos, aposentando outras aeronaves ainda operadas pela Trip. “Operar com dois modelos de aviões pequenos facilita enormemente nosso planejamento”, diz o executivo.
A empresa espera continuar voando praticamente sozinha nos menores destinos e não crê em uma mudança de posicionamento das duas gigantes do setor. Mas ainda que espere um horizonte sem turbulências, a Azul ainda não dá lucro aos investidores e não tem data para abrir capital. “O IPO vai acontecer não por necessidade, mas sim por oportunidade. Por isso, só ocorrerá quando a oportunidade for inconteste”.
Beting lembra que expectativas sobre crescimento de “market share” não dependem só da companhia – que atualmente detém 15% do mercado. Mas diz que se as previsões das grandes empresas – TAM e Gol – forem mantidas, a Azul deve conquistar mais dois a três pontos percentuais, chegando a 18% do mercado doméstico.
Em 2012, o número de rotas alcançadas pela Azul cresceu 140% devido à união com a Trip. Este ano, o foco da companhia é avançar na fusão. Com a sobreposição de funções, demissões não estão descartadas, mas Beting afirma que em 2013 a empresa deve contratar mais do que demitir. “A gente sabe da nossa necessidade de continuar contratando pessoas para operar os aviões. Estamos falando de um punhado de demissões e centenas de contratações”.
Fonte: Valor Econômico, Por Guilherme Serodio

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