quarta-feira, 13 de abril de 2016

Congestionamentos em São Paulo caem 16,6% no pico da tarde e prefeitura atribui à redução de velocidade nas principais vias

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Para CET, faixas de ônibus também disciplinam trânsito. Foto CET
De acordo com o poder público, ciclovias e faixas de ônibus também ajudam a organizar o trânsito e contribuir para o resultado
ADAMO BAZANI
A secretaria Executiva de Comunicação Social da Prefeitura de São Paulo divulgou para imprensa no final da tarde desta terça-feira, 12 de abril, levantamento da CET – Companhia de Engenharia de Tráfego que houve queda de até 16,6% dos congestionamentos no horário de pico da tarde e de até 18,4% na faixa específica das 18h30 às 19h00.
O levantamento da CET também diz que houve redução dos congestionamentos nos demais horários no pico da manhã e no entre pico
“A lentidão no pico da tarde, das 17h às 20h, caiu 16,6% – de uma média de 114 quilômetros de extensão em 2014 para 95 quilômetros no ano passado. No pico da manhã, das 7h às 10h, a redução foi de 6,6% – de 75 quilômetros de extensão em 2014 para 70 quilômetros em 2015. No entre pico, das 10h às 17h, a queda dos congestionamentos foi de 5,77%, de 52 quilômetros de extensão para 49 quilômetros.  A CET mede a lentidão a cada 30 minutos entre 7h e 20h, e foi registrada queda dos congestionamentos nos 27 horários de aferição. Por exemplo, nos dois horários de maior congestionamento da cidade, às 18h30 e às 19h, a melhoria foi pouco superior à média do pico da tarde, com queda de 18,4%. Às 18h30, a lentidão média do horário que era de 130 quilômetros em 2014 passou para 106 quilômetros em 2015. Às 19h, que tinha lentidão média de 136 quilômetros, o índice caiu para 111 quilômetros no ano passado.”
NÃO FOI A CRISE, DIZ PREFEITURA:
A prefeitura rebateu afirmação de especialistas que afirmam que houve redução nos no trânsito por causa da crise econômica brasileira. Segundo a administração, a redução nos congestionamentos ocorreu mesmo com o crescimento da frota de veículos na capital paulista e da taxa de veículos por 100.000 habitantes.
“A melhoria no trânsito acontece em um momento em que o número de veículos que circulam pela cidade cresceu novamente. Segundo o estudo da CET, a frota de veículos da cidade de São Paulo saltou de 7,8 milhões no fim de 2014 para 8,1 milhões em dezembro do ano passado, um crescimento de quase 3,4% em um ano. A taxa de motorização, ou seja, de veículos por 100 mil habitantes também teve elevação no período, de 49 em 2014 para 50 em 2015. O número vem crescendo sistematicamente ano a ano, sendo este o maior volume de veículos e a maior frota da capital paulista desde 2008. Apesar disso, os congestionamentos do pico da tarde são menores que em 2014, 2013, 2009 e 2008. Os congestionamentos nesse horário vinham subindo seguidamente havia três anos, em 2012, 2013 e 2014.”
A prefeitura, entretanto, não informou o número de viagens realizadas por estes carros. Em tese, é possível que a frota aumente, mas que as pessoas tenham necessidade de menos deslocamentos.
REDUÇÃO DE VELOCIDADE E FAIXAS DE ÔNIBUS AJUDARAM:
Para a Prefeitura de São Paulo, o que contribuiu para redução nos congestionamentos foi uma série de ações, entre elas, a redução de velocidade nas principais vias da capital paulista.
De acordo com a lógica, já comprovada por outros estudos, quanto mais regulada for a velocidade dos veículos, vão circular a uma maior distância entre eles, mas com um fluxo contínuo, não havendo assim a concentração de veículos em poucos pontos da cidade de uma só vez.
As faixas de ônibus, também de acordo com a prefeitura, ajudaram na organização do trânsito, estimulando uso do transporte público e incentivando motoristas a buscar rotas alternativas.
Em nota, a prefeitura relaciona as ações
Proteção à Vida
Em 2015, com o Programa de Proteção à Vida (PPV), foi registrada uma queda de 20,6% no número de mortes no trânsito na cidade de São Paulo, na comparação com os 12 meses de 2014, e 257 vidas foram salvas no período. Enquanto em 2014 foram registrados 1.249 óbitos, em 2015 ocorreram 992 casos. Uma das medidas do programa foi a redução da velocidade máxima em vias arteriais, que têm entre suas consequências o aumento da velocidade média, por conta do menor número de intercorrências que travam a fluidez, como acidentes
O PPV foi iniciado em 2013, no começo da atual gestão, e busca a redução de acidentes e atropelamentos na cidade ampliando uma série de ações para segurança de todos os agentes do trânsito, especialmente os pedestres. A iniciativa inclui várias frentes, como o CET no Seu Bairro, a implantação de Áreas 40, da Frente Segura (bolsões de parada junto aos semáforos para motociclistas e bicicletas), das faixas de pedestres diagonais em cruzamentos de grande movimento e da redução de velocidade máxima para o padrão de 50 km/h nas vias arteriais. Também foram revitalizados os semáforos de 4.645 cruzamentos na cidade. Com isso, pretende-se melhorar a segurança dos usuários do sistema viário, buscando a convivência pacífica entre todos.
Semáforos
Além disso, a Prefeitura já revitalizou os semáforos de mais de 4.500 cruzamentos da cidade, com troca de sistema elétrico, instalação de novos controladores e de no-breaks. Com investimentos de R$ 221,94 milhões, as obras têm como objetivo reduzir o número de acidentes e melhorar a fluidez do tráfego. Com a medida, as falhas dos equipamentos caíram, em média, 43% nos últimos três anos. Em 2013, antes do Programa de Revitalização Semafórica, a média de cruzamentos fora de funcionamento era de 57 por dia, ou cerca de 2% dos 6.013 semáforos existentes na época, de acordo com a CET. Neste ano, o número foi reduzido para 33 ocorrências por dia, ou apenas 0,5%. Atualmente, a capital paulista conta com 6.318 cruzamentos semaforizados.
Para se ter uma ideia, em 14 de fevereiro de 2013, antes da revitalização iniciada em agosto daquele ano, a cidade chegou a ter cerca de 230 semáforos fora de funcionamento ao mesmo tempo. Nos dias 10 e 11 de março de 2016, quando a Região Metropolitana enfrentou fortes chuvas, 35 semáforos registraram falhas simultâneas. Como comparativo, o dia 14 de fevereiro de 2013 teve média de 27,6 mm de chuvas, inferior aos 52,5 mm registrados entre os dias 10 e 11 de março deste ano.
ÔnibusPara incentivar mais pessoas a utilizarem o transporte coletivo, a Prefeitura inaugurou mais de 416 quilômetros de faixas exclusivas para a ônibus e, atualmente, a malha possui 506,2 quilômetros. Antes, São paulo possuía 90 quilômetros de vias exclusivas para os coletivos. A medida, de acordo com um levantamento da São Paulo Transporte (SPTrans), aumentou a velocidade média dos ônibus durante os horários de pico e ultrapassou os 20 km/h. O estudo foi feito a partir de medições realizadas de março a dezembro de 2013, janeiro a dezembro de 2014 e janeiro a junho de 2015.
Os dados apontam que a velocidade média praticada pelos coletivos nas faixas teve aumentos significativos. Uma amostragem feita entre 13 de janeiro e 31 de outubro de 2014, representando 65,7 km de vias exclusivas, indica um crescimento de 67,5% na velocidade média, com elevação de 12,1 km/h (antes da implementação) para 20,3 km/h (após o início da operação). Essa iniciativa resultou na economia de quatro horas semanais aos usuários de ônibus em suas viagens.

Ciclovias
Desde 2014, a atual gestão inaugurou 305,2 km de ciclovias. Antes, São Paulo só possuía 64,7 km, além de 31,9 km de ciclorrotas. Atualmente, a malha cicloviária é de 401,8 km. Um estudo da CET, divulgado no mês passado, apontou queda de 34% no número de mortes de ciclistas, na comparação de janeiro a dezembro de 2014 com o mesmo período do ano passado. Nos 12 meses de 2015, foram registradas 31 mortes, ante 47 casos fatais em 2014.

Além de mais segurança, a medida cria um novo público e amplia o uso do modal na cidade.Divulgada em setembro do ano passado, a pesquisa “Perfil de quem usa bicicleta na cidade de São Paulo” revelou que 40% dos ciclistas tinham começado a pedalar havia menos de um ano nas áreas central e intermediária da cidade, possivelmente influenciados pela expansão da malha cicloviária. O mapeamento foi elaborado pela Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo (Ciclocidade) em parceria com a ONG Transporte Ativo, Observatório das Metrópoles e apoio do banco Itaú. Questionados sobre quando a bicicleta começou a ser usada como meio de transporte, 29% dos entrevistados disseram utilizá-la há mais de 5 anos, enquanto 19% disseram pedalar há menos de 6 meses. Mais de 70% dos ciclistas afirmam usar a bicicleta pelo menos 5 vezes por semana, indicando que a bicicleta é, de fato, o principal meio de transporte para muitos paulistanos. Esse resultado se repete entre homens e mulheres.

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