AUTOR: RENATO LOBO
Foto: bonde em Liverpool, 1957 | Imagem de Heritage Images/Getty Images
Meio século depois, bonde voltou ao centro do Rio de Janeiro, só que desta vez na versão de Veículo Leve Sobre Trilhos.
Coincidentemente uma publicação do jornal “The Guardian” atribui a erro, o fato de cidades terem abandonado seus sistemas no século passado. O titulo do texto é um tanto polêmico: “Como o amor aos carros matou um sistema de transporte dos trabalhadores”.
Na publicação, o jornalista escritor Christian Wolmar cita o exemplo da Suiça, que reativou seus sistemas, e que milhares de linhas na Grã-Bretanha acabaram suprimidos por haver “poucos defensores entre as classes médias” “Foi um dos grandes erros da política de transportes do século 20″, pontua.
Gente diferenciada
A publicação ainda diz que nem em todas as localidades o modal foi bem vindo. “A cidade de Londres se recusou a permitir bondes em suas ruas, argumentando que serem “suficientes para uma classe indesejável de pessoas”.
Trólebus
O jornal cita também os trólebus. Havia cerca de 50 sistemas em todo o Reino Unido em seu auge, demandavam baixo investimento, mas muitos foram desativados até 1960.
Porém, em outros países da Europa com administrações mais esclarecida para transportes públicos, o sistema de ônibus elétrico sobreviveu até hoje.
Renascimento na França
Na década de 80 os sistemas de bonde voltaram a ser reativados, e a França que tinha suprimidos suas linhas liderou a mudança de paradigma. Atualmente são 27 redes, incluindo nas cidades de tamanho modesto, como Valenciennes (população com apenas 43.000 habitantes) e Caen (109.000).
A publicação destaca também o ressurgimento na América do Norte, com ênfase aos sistemas de Calgary, Portland e San Diego. Já na Suíça, o tram tem a pontualidade dos serviços de trem.
O texto é finalizado com uma questão bastante interessante: “Temos de nos concentrar sobre as politicas urbanas na menor utilização do automóvel e encorajar caminhadas, ciclismo e transporte público. O transporte elétrico deve estar no centro deste programa”.
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