terça-feira, 6 de junho de 2017

Consórcio Intermunicipal ABC vai formalizar proposta de BRT no lugar de monotrilho na linha 18 do monotrilho

De acordo com presidente da entidade, que reúne os sete prefeitos da região, corredor de ônibus teria quase mesmo tempo de viagem, com mesma capacidade
ADAMO BAZANI
O prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando na condição de presidente do Consórcio Intermunicipal do ABC, que reúne os sete chefes dos executivos das cidades da região, disse em reunião da entidade nesta terça-feira, 6 de junho de 2017, que nesta quarta-feira, 7, será apresentada uma proposta ao Governo do Estado para substituir o projeto da linha 18 Bronze de Monotrilho por BRT – Bus Rapid Transit, corredor de ônibus de maior capacidade e velocidade, para A ligação de 15,7 km prevista entre São Bernardo do Campo, Santo André, São Caetano do Sul e Estação Tamanduateí de trens e metrô na capital paulista.
Segundo Orlando Morando, estudos comprovam que um BRT no trecho poderia ser quase dez vezes mais barato, com a mesma capacidade de transportes e tempo de percurso apenas sete minutos maior.
“ O prazo [do contrato do monotrilho] foi aditado por mais 180 dias, é o terceiro aditamento, e nós percebemos que mediante a crise econômica, tá muito distante [a concretização da obra] e a sociedade clama por um novo modal. Não dá para a gente continuar só simplesmente justificando que por fatores financeiros a obra não vai ser iniciada. A gente [Consórcio] está oferecendo então por autorização e deliberação que o governo do Estado submeta uma nova proposta, dentre elas poderia ser um BRT, ‘aonde’ o tempo de viagem origem-destino aumentaria alguma coisa em torno de sete minutos, o corredor seria o mesmo que hoje seria a linha, então sairia por São Bernardo do Campo, ingressando pela Aldino Pinotti, passando pela Lauro Gomes, Guido Aliberti e Presidente Wilson, que seriam as três cidades [do ABC] mais a capital, ‘aonde’ tem um trecho de 1,5 km. Nós estamos já no dia de amanhã [quarta, 07 de junho] mandando este comunicado, buscando uma solução e ao mesmo tempo oferecendo uma alternativa” – disse Orlando Morando
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Pela quarta vez , na verdade, desde agosto de 2014, o Governo do Estado de São Paulo prorrogou o contrato com o consórcio Vem ABC para o monotrilho da linha 18-bronze, previsto para ligar a região do bairro Djalma Dutra, em São Bernardo do Campo, a Estação Tamanduateí, de trem e metrô, na capital paulista, passando por Santo André e São Caetano do Sul.
Há um verdadeiro jogo de empurra-empurra entre o Consórcio, o Governo do Estado e o Governo Federal, principalmente a respeito das desapropriações para a implantação do elevado e estações, um dos principais entraves para o monotrilho, embora não o único.
O Governo do Estado de São Paulo não consegue aval da Cofiex  – Comissão de Financiamento Externo, do Ministério do Planejamento, para contrair um empréstimo internacional de US$ 128,7 milhões junto ao BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento.
Desde 2015, o Governo Federal diz que a gestão Alckmin não apresentou os laudos que comprovem segurança no pagamento do empréstimo. O aval do Governo Federal é necessário porque o Ministério do Planejamento entraria com uma espécie de fiador da negociação, se o Governo do Estado não pagar, o dinheiro teria de sair do Governo Federal.
Os problemas relacionados ao monotrilho do ABC não se limitam às desapropriações e aos recursos.
Ainda não houve uma definição sobre a situação das galerias de água sob a Avenida Brigadeiro Faria Lima, no centro de São Bernardo do Campo, que podem alterar o lado de implantação das vigas para o elevado por onde passariam os trens leves com pneus.
Foram problemas de galerias pluviais na Avenida Luiz Inácio de Anhaia Melo não previstas no projeto que atrasaram as obras do monotrilho da linha 15-Prata, na zona leste de São Paulo, onde há apenas duas estações no trajeto de 2,3 quilômetros.
Também há a interpretação sobre uma cláusula no contrato que determina que o monotrilho do ABC só poderia ser inaugurado após os testes e o funcionamento da linha 17-Ouro, também de monotrilho, que está em construção, mas sem operação.
MONOTRILHO ESTÁ FICANDO CADA VEZ MAIS CARO:
O custo do monotrilho quando foi apresentado em 2012, com previsão de ficar pronto em 2015, deveria ser de R$ 4,2 bilhões, mas diante de indefinições, demora, aditivos contratuais e agora o risco fiscal identificado neste ano, o modal terá o valor de cerca de R$ 5 bilhões. O custo do quilômetro se aproxima de metrô, que pode transportar até três vezes mais pessoas, e está dez vezes maior que de um BRT, que poderia atender os 314 mil passageiros previstos para o trajeto.
O monotrilho do ABC, previsto para passar por São Bernardo do Campo, Santo André e São Caetano do Sul, até a estação Tamanduateí, na Capital Paulista, deveria ter ficado pronto em 2015, mas depois de diversos problemas, entre financeiros e indefinições técnicas, as obras sequer foram iniciadas e vão ficar bem mais caras que o projetado inicialmente. De acordo com relatório das Parcerias Público-Privadas, obtido pelo Diário do Transporte, a obra tem riscos fiscais e deve ter um custo de mais R$ 250 milhões de reais aos cofres públicos. Com isso, o valor total dos 15,7 km passaria a ser de cerca de R$ 5 bilhões. O quilômetro se tornaria um dos mais caros do modal no mundo: R$ 318,4 milhões. A título de comparação, de acordo com dados da UITP  – União Internacional de Transporte Público, cada quilômetro de BRT – Bus Rapid Transit, corredor de ônibus que pode atender a uma demanda de cerca de 300 mil passageiros por dia, custaria em média quase 10 vezes menos, R$ 35,4 milhões. Já cada quilômetro de metrô poderia custar entre R$ 700 milhões e R$ 1 bilhão, no entanto, a demanda seria praticamente três vezes maior que do monotrilho, podendo levar até um milhão de passageiros por dia. Relembre: https://diariodotransporte.com.br/2017/05/02/com-risco-fiscal-monotrilho-do-abc-deve-precisar-de-mais-de-r-250-milhoes-dos-cofres-publicos-diz-relatorio-do-governo/

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