Muito se discute sobre o passe livre no transporte. Uma das alternativas para implantar a modalidade é a criação de uma empresa pública de transporte. A cidade já contou com esta empresa, a Companhia Municipal de Transportes Coletivos, CMTC, criada em 1946 sob o Decreto-Lei Municipal número 365 de 10 de outubro.
Em 1947 a prefeitura transfere o patrimônio da São Paulo Tramway Light and Power Company Limited, que era responsável pelo transportes coletivos na cidade, para a CMTC.
Umas das primeiras ações foi a implantação do sistema trólebus que ocorrerá em 1949, com veículos importados dos Estados Unidos e Inglaterra, inaugurando a linha São Bento-Aclimação, que mais tarde seria a 408A. Também são importados uma frota de 200 ônibus Twin Coach e um sistema de linhas de bondes perimetrais começa a ser implantado com itinerários que não circulam pelo centro da cidade. A empresa detêm 90% do sistema.
Outra marca da CMTC foi a fabricação dos próprios veículos, sendo trólebus. Na contra-mão, a empresa desativa os sistemas de bondes em 1968, sob a alegação que o modal “atrapalhava o trânsito”.
O declino da CMTC começa na década de 70, onde em 1975 a empresa tem apenas 14% da frota. Em 1977, um decreto municipal divide a cidade por 23 áreas de operação na qual empresas particulares contratados pela companhia ficariam encarregadas pelo transporte coletivo enquanto as linhas circulares e diametrais passam a ser exclusividade da CMTC.
Ainda na década de 70, a empresa começa a implantação do plano sistran, que previa 1.280 trólebus e 280 km de rede aérea que se juntariam aos 115 km existentes, com os veículos rodando em corredores exclusivos. O plano começou a ser implantado de fato na década de 80 com a implantação do sistema de tranferência ônibus-trólebus construíndo o terminal da Penha e Vila Prudente.
A empresa também implanta o integração ônibus-ferrovia, entre a linha Pinheiros-Largo São Francisco, e os trens metropolitanos da Fepasa.
Já na década de 90, mais precisamente em 1991 entra em operação a primeira linha com entrada pela porta dianteira: 805A-Circular Avenidas. Em 25 de Julho do mesmo ano, é oficializada a municipalização dos transportes coletivos de acordo com a lei número 11.037 aprovada pela Câmara Municipal.
Em 1993, a CMTC ganha nova administração, porém suas condições junto com o sistema municipalizado estavam precárias. O número de passageiros transportados volta a ter um peso significativo na remuneração das empresas contratadas e a primeira fase de privatização das áreas de operação e manutenção da CMTC é iniciada. Através de três processos de licitação são transferidas a operação de garagens e frota pública.
No ano seguinte, o transporte coletivo de São Paulo passa a ser operado por 47 empresas privadas. A CMTC é desativada em 8 de março de 1995, e a SPTrans assumo o gerenciamento no transporte coletivo da cidade.
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