http://thecityfixbrasil.com/2015/01/21/antes-e-depois-das-ciclovias-em-nova-york/
Um dos argumentos de oposição à implementação de ciclovias e ciclofaixas diz que, seguindo as regras de engenharia de tráfego, as faixas exclusivas para ciclistas aumentam os congestionamentos. A lógica, para quem entoa o discurso, é simples: se há menos espaço na rua para os carros, haverá mais demora nos cruzamentos e, consequentemente, mais congestionamento.
A crença, convencional, ainda é corrente em muitas cidades, entre muitos grupos. Mas a história não é bem assim. Ao contrário do que prega o senso comum, o design das ruas, se bem planejado, pode eliminar muitos dos problemas de trânsito incluindo justamente infraestrutura para modais alternativos como as bicicletas.
O relatório Protected Bicycle Lanes in NYC (Ciclovias Protegidas em Nova York, em tradução livre), do Departamento de Transportes da Cidade de Nova York, mostra exatamente isso. O documento traz os exemplos da metrópole estadunidense e comprova como é possível manter a velocidade média do trânsito de automóveis mesmo com a implementação das ciclovias.
Um dos exemplos é a ciclovia instalada na Columbus Avenue entre 2010 e 2011. Apenas diminuindo a largura das faixas, foi possível manter as cinco pistas originais e incluir uma ciclovia segregada, e portanto segura, para os ciclistas.
(Imagem: NYC DOT)
Em lugar de aumentar o trânsito, a instalação da ciclovia fez com que o tempo de deslocamento dos carros diminuísse em 35% no trecho em que foi construída.
Na Eighth Avenue, o resultado foi o mesmo. Depois da ciclovia, o Departamento de Transportes apontou uma queda de 14% no tempo de deslocamento naquele trecho.
(Imagem: NYC DOT)
Na First Avenue, o desenho foi modificado de maneira mais drástica. Antes, eram cinco faixas para os carros e duas de estacionamento. Com a mudança, a avenida passou a ter três faixas para os carros, duas de estacionamento, uma para ônibus e uma ciclovia – uma divisão notoriamente mais igualitária.
(Imagem: NYC DOT)
Mesmo com toda a modificação, o tempo gasto pelos carros no deslocamento se manteve praticamente o mesmo – os táxis registraram uma queda de 1 milha por hora (aproximadamente 1,5 km/h) na velocidade média ao longo do dia. E essa minúscula diferença veio acompanhada por uma melhora significativa na mobilidade de forma geral: a quantidade de bicicletas circulando aumentou 160%, além dos ganhos para os usuários do transporte coletivo. Conclusão? Todos saíram ganhando. Nova York, a cidade mais movimentada dos Estados Unidos, é a prova de que o design urbano, o modo como desenhamos as ruas nas cidades, está diretamente relacionado à segurança e à mobilidade de todos os modais.
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