segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Corrupção no metrô paulista: PF investiga o ‘homem-bomba’ do propinoduto

Segundo a Polícia Federal, Fagali Neto seria um dos responsáveis pelo pagamento de propinas de empresas a integrantes do governo paulista
Da Redação
Cartel no metrô de SP foi revelado pela empresa Siemens (Foto: Outras Palavras)
A Polícia Federal investiga denúncia de que o consultor José Fagali Neto seria um dos responsáveis pelo pagamento de propinas da empresa Alstom para políticos do governo do Estado de São Paulo. De acordo comreportagem publicada nesta segunda-feira (23), no jornal Folha de S. Paulo, o consultor tinha acesso privilegiado à cúpula da Secretaria dos Transportes Metropolitanos do governo paulista, que lhe fornecia dados internos do Metrô e da CPTM.
A denúncia foi feita pela ex-secretária de Fagali, Edna Flores, que entregou aos Ministérios Públicos federal e estadual e-mails que comprovam a proximidade. Entre os e-mails, há mensagens que mostram que o engenheiro Pedro Benvenuto, atual secretário-executivo do conselho gestor de Parcerias Público-Privadas repassava informações estratégicas do metrô a Fagali. Entre 2006 e 2007, Benvenuto frequentava o escritório do consultor, que é irmão de José Jorge Fagali, serrista e ex-presidente do Metrô na gestão tucana.
Na época, Benvenuto era coordenador de gestão e planejamento da Secretaria de Transportes Metropolitanos. Metrô e CPTM . Em 2006, Geraldo Alckmin (PSDB) era o governador; e José Serra assumiu em 2007.
Ainda de acordo com reportagem da Folha, em junho de 2006, Benvenuto teria repassado planilhas e discussões sobre o Programa Integrado de Transportes Urbanos do governo até 2012 e teria sugerido um plano de ações para a futura gestão na área. Duas empresas acusadas pela Siemens de fazerem parte do cartel do Metrô e CPTM, em São Paulo, a Bombardier e Tejofran contrataram os serviços de Fagali Neto e pretendiam conquistar uma PPP de R$ 1 bilhão na CPTM.
O governo da Suíça bloqueou uma conta no nome de Fagali Neto, com saldo de US$ 6,5 milhões, por conta da suspeita de recebimento das propinas. O portal 247 lembra ainda que “as ligações da família Fagali com escândalos tucanos não são propriamente uma novidade”. Em 2009, reportagem de Mário Cesar Carvalho, na Folha, denunciou o bloqueio dos recursos. No entanto, até hoje, os irmãos não foram denunciados. Na época, a reportagem mostrava que a “conta atribuída a Fagali Neto foi aberta no Banque Safdié de Genebra e recebeu perto de R$ 20 milhões. Os depósitos somam US$ 10.558.069 (R$ 19,3 milhões em valores atuais) e 211 mil (R$ 546,4 mil) até setembro de 2003, segundo documentos do Ministério Público da Suíça”.
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IstoÉ: Conta na Suiça abasteceu propinoduto do PSDB em São Paulo

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