segunda-feira, 30 de setembro de 2013

A chantagem na infraestrutura

Para enfrentar a chantagem na área de infraestrutura, o estado brasileiro precisa sair da dependência institucional da iniciativa privada. A retomada de grandes obras públicas, com a parceria entre estatais brasileiras e de países emergentes pode provar que existem alternativas para promover o crescimento.

Nas últimas semanas, tem aumentado a pressão de diferentes setores, sobre o Estado, na questão da infraestrutura. Aproveitando-se da necessidade do setor público viabilizar os diferentes programas de concessão de ferrovias, rodovias, portos, aeroportos, energia – no valor de 240 bilhões de dólares - para acelerar o crescimento da economia, todo mundo pressiona ou chantageia o governo.

Funcionários do DNIT – Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes - entraram em greve há dois meses, atrasando diversas licitações. Os empresários – nacionais e estrangeiros – buscam maximizar seus ganhos exigindo menores taxas de financiamento público, absoluto controle dos negócios e retorno de até 7,5%, em um mercado no qual, em alguns países, como Japão ou a Alemanha, o juro referencial do Banco Central está entre 0% e 0,5%.

E, finalmente, a grande mídia aperta alegremente os torniquetes, exagerando o que ela aponta como “fracassos”, e subestimando e desvalorizando eventuais acertos, como ocorreu com o seminário “Oportunidades em Infraestrutura no Brasil” realizado esta semana em Nova Iorque, pelo governo brasileiro.

O evento, ironizado por parte dos “analistas” de plantão, reuniu 350 fundos e investidores estrangeiros de grande porte, que controlam recursos da ordem de três trilhões de dólares.

Certa emissora de televisão reúne regularmente equipes de “especialistas” e jornalistas próprios e alheios, para desancar, quase todos os dias, a atuação do governo nesse contexto, torcendo, abertamente, para que os leilões de concessão não tenham sucesso, influenciando o resultado das eleições do ano que vem. 

Como já dizia James Carville, estrategista eleitoral de Bill Clinton na campanha contra o primeiro Bush, “é a economia, estúpido!”. Se a situação melhorar, crescem as chances de Dilma Roussef se reeleger. Mas os sucessivos entraves que vem sendo colocados às obras de infra-estrutura - greves, decisões judiciais, a hidrelétrica de Telles Pires paralisada pela terceira vez – e a sabotagem da mídia, não prejudicam apenas o atual governo. 

Como muitas são obras de longo prazo, elas afetam qualquer tendência, mesmo que de oposição, que venha a assumir o comando da Nação. E isso não apenas devido à persistência dos gargalos de infraestrutura, que prejudicam a competitividade nacional, mas também com relação às contas públicas. No final da história, depois de tantas paradas, há obras que duplicam o prazo de entrega e que triplicam de preço, e, aí, parcela da opinião pública – como a que se manifestou em junho - tende a acreditar que isso se deve à corrupção, e não vai querer saber se o culpado foi o governante que deu início à obra, ou aquele que a irá inaugurar.

Para resolver o problema, o estado precisa desmascarar alguns mitos - verdadeiros paradigmas - fabricados pela mídia, a ponto de gente do próprio governo neles acreditar. 

O principal é o de que a infra-estrutura só pode ser tocada pela iniciativa privada e com financiamento público majoritário do governo brasileiro, e que se não houver um retorno acima da média, os investidores irão debandar para outros países.

Se o Brasil não estivesse atraente para o investidor internacional, não seria o quarto destino do mundo em Investimento Estrangeiro Direto. No ano passado foram 65 bilhões de dólares, mais de cinco vezes o que recebeu, por exemplo, o México, que tem sido apresentado pelos mesmos setores da grande mídia como o novo queridinho dos mercados neste momento. 

Aportes como o do Santander, de 7,5 bilhões de dólares para investimento em infra-estrutura no Brasil, são quase simbólicos. Principalmente quando se considera que, apenas nesta semana, o banco de Emilio Botin anunciou o envio de dois bilhões de euros - faturados no mercado brasileiro - como “benefícios extraordinários” para seus investidores na Espanha. 

O leilão de Libra, mesmo que equivocado - o melhor seria entregar 100% do projeto à Petrobras – pode mostrar que nos países emergentes existem parceiros estatais e com capital suficiente para cooperar na implantação de qualquer grande projeto brasileiro. E isso, mesmo sem a presença de grandes corporações norte-americanas. 

O valor total do programa de investimentos em infra-estrutura do governo, por exemplo, não chega a 8% do que a China possui hoje, em reservas internacionais. 

Como exemplo de como atuam nessa área, os chineses pretendem construir, apenas no setor rodoviário, 88.500 quilômetros de rodovias até 2020, mais do que a distância total do sistema interestadual dos EUA, que, em 2004, tinha aproximadamente 74.650 quilômetros, segundo a Federal Highway Administration.

Para enfrentar a chantagem na área de infra-estrutura, o estado brasileiro precisa sair da dependência institucional da iniciativa privada. A retomada de grandes obras públicas, com a parceria entre estatais brasileiras e de países emergentes - que contam com recursos e know-how avançado no setor - pode provar, definitivamente, que existem alternativas para promover o crescimento e destravar o progresso da infra-estrutura em nosso país.

Mauro Santayana é colunista político do Jornal do Brasil, diário de que foi correspondente na Europa (1968 a 1973). Foi redator-secretário da Ultima Hora (1959), e trabalhou nos principais jornais brasileiros, entre eles, a Folha de S. Paulo (1976-82), de que foi colunista político e correspondente na Península Ibérica e na África do Norte.

No Recife, Começa obra das estações para transporte no Capibaribe

Do Meu Transporte

A construção das estações de embarque e desembarque de passageiros no Rio Capibaribe, no Recife, teve início na sexta-feira (13). As obras fazem parte do Programa Rios da Gente, projeto que pretende tornar o Capibaribe navegável para transporte público fluvial até junho do próximo ano. A ordem de serviço foi assinada, na manhã de hoje, pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos, pelo prefeito do Recife, Geraldo Julio, e pelo secretário das Cidades, Danilo Cabral, em solenidade realizada no canteiro de obras da BR-101, no bairro de Dois Irmãos, Zona Norte da capital.

Inicialmente, está prevista a construção de sete estações. O projeto, que deve transportar 300 mil pessoas por mês, prevê a circulação de embarcações em duas rotas. Com 11 quilômetros de extensão, a Rota Oeste terá 5 estações e vai passar pelos bairros de Dois Irmãos, Santana, Torre, Derby e Centro do Recife.  As três primeiras estações dessa rota devem ficar prontas até fevereiro de 2014: as estações do Derby, na área central; do Recife, próxima à Estação Central de Metrô, e a de Santana, em Casa Forte. As outras duas devem ficar prontas até junho.


Já a Rota Norte terá 2,5 quilômetros e duas estações, ligando a Rua do Sol, no Centro da cidade, até a região próxima à Escola de Aprendizes Marinheiros, no limite entre a capital e Olinda.

As estações serão erguidas em uma área de 438 m², cuja limpeza está inserida no processo de construção. As cabines serão compostas por plataformas flutuantes, acessibilidade plena, guichê para emissão dos bilhetes, banheiros, circuito fechado de televisão, estacionamento para veículos e bicicletário. Uma audiência pública marcada para 15 de outubro deve discutir com a população o projeto de operação do transporte fluvial, incluindo os preços das passagens, que ainda não estão definidos.

De acordo com o governador, a reunião também vai tratar do processo de licitação para contratar a empresa que vai comandar o serviço. "Vamos terminar o ano sabendo quem vai ser responsável por colocar os barcos na água e operar o serviço. Está tudo dentro do cronograma", afirmou Eduardo Campos. "A ideia é chegar à Copa do Mundo com o sistema funcionando a pleno vapor".

Os treze barcos que farão o transporte de passageiros no Capibaribe têm capacidade para transportar 89 pessoas por vez. As viagens serão realizadas em intervalos de dez minutos e tempo máximo de 40 entre os pontos mais distantes. Também está prevista a construção de uma garagem para a manutenção dos barcos no bairro da Ilha Joana Bezerra. O projeto ainda prevê o serviço de dragagem do rio, que pretende recuperar 17 quilômetros fluviais desde a BR-101 até a divisa entre Recife e Olinda.

Dragagem e limpeza
Desde abril passado, o Capibaribe vem recebendo obras de dragagem, que busca criar um canal de navegação, com 35 metros de largura por 3 metros de profundidade. Todo o sedimento contaminado que é retirado do fundo do rio é levado até o canteiro de obras, na BR-101, onde cerca de 100 caminhões levam até um aterro sanitário em Igarassu, no Grande Recife. Dos treze quilômetros da rota prevista, já foram dragados seis no trecho que liga a BR-101 à Praça do Derby. O processo de dragagem também deve ser concluído até março do ano que vem, juntamente com as três primeiras estações.

O prefeito do Recife, Geraldo Julio, acredita que o projeto vai unir a população e o rio e criar uma relação melhor do que a que já existe. "Tenho certeza que a integração das pessoas com o rio vai promover um tratamento melhor. O rio hoje é isolado das cidades, as pessoas só vêem o rio nas pontes. A navegabilidade vai fazer todo mundo cuidar melhor do rio", disse. De acordo com ele, projetos a médio e longo prazo também vão discutir a retirada das famílias que vivem à beira do Capibaribe e a mudança para diversos habitacionais em construção na cidade.

O Programa Rios da Gente está orçado em R$ 289 milhões com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e do tesouro estadual.

Por Lorena Aquino
Informações: G1 Pernambuco


A Folha, os motoboys da Dilma e os “tremboys” tucanos

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A Folha, os motoboys da Dilma e os “tremboys” tucanos

30 de setembro de 2013 
Vejam vocês que maravilha é a imparcialidade da Folha.
mapalstonOntem, domingo, dia mais importante para um jornal, manchete dos motoboys que dizem ter ganho R$ 300 não contabilizados no Piauí para carregar bandeiras de Dilma no segundo turno.
Hoje, pior dia do jornal, manchete para os míseros R$ 52 millhões que a Polícia Federal achou nas contas de consultorias ligadas a “políticos e funcionários públicos desde o fim da década de 1990″.
Só no quinto parágrafo o jornal menciona – e uma só vez – que tais cidadãos eram “ligados ao PSDB, que governa o Estado de São Paulo desde 1995″.
Óbvio que os motoboys foram parar ontem no programa de TV da Folha na TV Cultura, do governo paulista. Os “tremboys”, não.
Os “tremboys” do PSDB são “empresários”, “consultores”, todos gente respeitável e que não pode ser acusada assim, apenas com “suposições”, mesmo que as suposições estejam  registradas nos seus extratos bancários e, em muitos casos, repousando em contas no exterior.
O Ministério Público, aquele do “domínio do fato”, achou “pouco” os documentos reunidos pela PF e o bloqueio de  US$ 6,5 milhões feito pela justiça suíça por pagamentos a Jose Fagali Neto, ex-secretário estadual de Transportes Metropolitanos. Mandou de volta, pedindo mais apuração.
Com um detalhe, registrado pela Folha: levou um ano para tomar essa decisão.
A balança da justiça e a da imprensa brasileira são bem semelhantes em uma coisa.
Nenhuma das duas passaria num teste do Inmetro.
 Por: Fernando Brito

União impõe concorrência em pedágio

O governo quer abrir uma concorrência “efetiva” no mercado de pedágio eletrônico em todas as rodovias federais administradas pela iniciativa privada. A avaliação oficial é que o Sem Parar exerce um virtual monopólio no setor.
Por isso, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) prepara novas regras que vão padronizar as tecnologias usadas nas praças de pedágio para a cobrança automática de tarifas, em estradas concedidas pela União.
O Sem Parar é um dispositivo de identificação eletrônica (tag) instalado nos veículos. Ele pertence à Serviços e Tecnologia de Pagamentos, a STP.
A CCR, a Ecorodovias e a Arteris (atual detentora dos ativos da OHL) estão entre os principais acionistas. Esses grupos são os três maiores controladores de rodovias já concedidas pela União e pelo Estado de São Paulo.
Concorrentes do Sem Parar afirmam que lhes foram impostas barreiras para evitar competição no serviço de pedágio automático nessas estradas.
À semelhança do que fez no ano passado a Artesp, agência reguladora de transportes do governo paulista, a ANTT prepara uma norma para uniformizar as diferentes tecnologias em uso e “blindar” o setor de práticas anticompetitivas.
Uma audiência pública sobre o assunto está aberta até o dia 11 de outubro. Natália Marcassa, diretora da ANTT, diz que que essa uniformização propiciará maior concorrência e, consequentemente, preços mais baixos aos usuários. “O nosso objetivo é massificar o uso do pedágio eletrônico nos próximos quatro a cinco anos”, afirma.
Nas 144 praças de pedágio das rodovias estaduais concedidas em São Paulo, como os sistemas Anhanguera-Bandeirantes e Anchieta-Imigrantes, a concorrência total vigora desde 2012.
Desde então, não há mais nenhum tipo de restrição à leitura de “tags” oferecidos por concorrentes do Sem Parar, como os dispositivos da empresa fluminense DBTrans e da ConectCar (dos grupos Odebrecht e Ipiranga).
Com isso, caíram os obstáculos à competição em 55% da malha pedagiada do país. Somando-se as rodovias federais, dentro e fora de São Paulo, a abertura deverá chegar a 85%.
Passa a incluir concessões como Nova Dutra, Fernão Dias, Régis Bittencourt, Transbrasiliana, BR-101 (Espírito Santo) e Concer.
“Temos a perspectiva de brevemente alcançar um padrão único no país”, anima-se o diretor de operações da Artesp, Giovanni Pengue Filho. Ele lembra que fica faltando a uniformização tecnológica em rodovias estaduais no Rio de Janeiro e Paraná, mas vê isso como questão de tempo. “A arrecadação automática reduz o tempo de viagem, diminui a emissão de poluentes na atmosfera, aumenta a segurança nas praças de pedágio e dá mais comodidade ao usuário.”
Levantamento da Artesp indica que, antes da abertura de mercado, o Sem Parar cobrava R$ 66 de adesão e R$ 11,90 de mensalidade, além de taxas de renovação a cada cinco anos.
Hoje, já existem planos com adesão gratuita, além de mensalidades em torno de R$ 6. Com o pedágio eletrônico, o usuário não tem desconto na tarifa de pedágio, mas ganha a comodidade de não parar sua viagem e só pagar por boleto ou em débito na conta bancária.
Para a ANTT, o objetivo é fazer com que 70% a 80% do tráfego de veículos na malha federal faça adesão ao pedágio eletrônico, nos próximos anos. Hoje, a média de uso é de apenas 35%.
“A regulamentação da ANTT é muito bem-vinda”, avalia o diretor-superintendente da Conect Car, João Cumerlato, sem fazer comentários sobre aspectos da concorrência. Bartolomeu Corrêa, diretor do Sem Parar, discorda das críticas sobre falta de competição e diz que a empresa está à disposição das autoridades para contribuir com o crescimento do pedágio eletrônico.
“Nunca houve monopólio no mercado. Desde o início das operações, o Sem Parar tem concorrentes e acredita que a concorrência é saudável para as empresas, para os clientes e para a economia, de maneira geral”, afirma Corrêa.
Fonte: Valor Econômico, Por Daniel Rittner

Polícia Federal apura propina de R$ 52 mi em trens do metrô para o PSDB em São Paulo



Empresas acusadas de fraude em licitações de trens no Estado de São Paulo pagaram R$ 52 milhões a firmas de consultoria investigadas pela Polícia Federal sob a suspeita de repassar propina a políticos e funcionários públicos desde o fim da década de 1990.

Algumas dessas consultorias foram identificadas pela primeira vez em inquérito aberto pela PF em 2008 para investigar negócios da multinacional francesa Alstom com empresas do setor elétrico e de transporte, controladas pelo governo estadual do PSDB.

Neste ano, a PF ampliou o foco das investigações para empresas denunciadas pela alemã Siemens ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) como participantes de um cartel que combinou o resultado de várias concorrências do Metrô e da CPTM entre 1998 e 2008.

De acordo com a PF, que examinou a movimentação financeira de quatro consultorias sob suspeita, elas receberam repasses da Alstom e de duas outras empresas acusadas de participar do cartel, a canadense Bombardier e a brasileira Tejofran.

PROPINA

A polícia trabalha com a hipótese de que essas consultorias simulavam a prestação de serviços e eram usadas para distribuir propina a políticos e funcionários ligados ao PSDB, que governa o Estado de São Paulo desde 1995.

A Siemens também é alvo de investigações da polícia. Em 2008, um executivo da empresa apresentou anonimamente uma denúncia à direção da companhia na Alemanha e afirmou que ela também usou consultorias brasileiras para repassar propina a políticos e funcionários.

Segundo a PF, a Alstom pagou R$ 45,7 milhões à consultoria MCA, do empresário Romeu Pinto Jr. na época dos repasses.O dinheiro foi depositado em contas controladas por ele no Brasil e na Suíça.

Em depoimentos à PF e ao Ministério Público, em 2009 e 2012, o consultor disse que não prestou os serviços indicados nos recibos entregues à Alstom e que foi usado para distribuir propina. Pinto Júnior afirmou que entregava o dinheiro a motoboys de doleiros e não sabe a quem ele foi repassado depois.

De acordo com os relatórios da PF sobre a movimentação financeira dessas empresas, a Alstom também transferiu R$ 4,8 milhões à ENV, pertencente ao consultor Geraldo Villas Boas, e à Acqua-Lux, controlada por Sabino Indelicato, ligado a Robson Marinho, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado.

Marinho foi chefe da Casa Civil no governo de Mário Covas, entre 1995 e 1997, e é investigado em outro inquérito por ter foro privilegiado.

A Bombardier e a Tejofran pagaram R$ 1,5 milhão entre 2005 e 2009 à consultoria BJG, controlada pelo ex-secretário estadual de Transportes Metropolitanos José Fagali Neto, que começou a ser investigado pela PF em 2008, quando foram descobertos depósitos da Alstom em seu nome na Suíça.

A Justiça da Suíça bloqueou US$ 6,5 milhões depositados no exterior após encontrar o nome de Fagali Neto em papéis da Alstom que faziam referência ao pagamento de propina no Brasil.

Como a Folha revelou no último dia 23, Fagali Neto recebia informações sobre planos do governo estadual de um alto funcionário da Secretaria de Transportes Metropolitanos, Pedro Benvenuto, que pediu demissão após a revelação.

O delegado Milton Fornazari, responsável pelas investigações da PF, indiciou Fagali Neto e os outros três consultores por suspeita de corrupção ativa. Fagali Neto diz que pode provar que suas consultorias existiram.

A PF entregou relatório sobre os negócios da Alstom em São Paulo em agosto de 2012, mas o procurador Rodrigo de Grandis considerou que a investigação era insuficiente para levar o caso à Justiça e pediu novas apurações. Ele demorou mais de um ano para chegar a essa conclusão. As informações são do jornal Folha de São Paulo - Siga nosso blog no Facebook

Carta revela envolvimento de tucanos em esquema pesado de corrupção

Do Correio do Brasil

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Alckmin enfrenta uma investigação sobre a corrupção no governo tucano paulista
O escândalo que envolve a alta cúpula do governo tucano no Estado de São Paulo ganhou, nesta sexta-feira, mais um ingrediente explosivo. Uma carta, datada de 2008, encaminhada por um funcionário da Siemens à matriz, na Alemanha, revela que a formação de cartel e um pesado esquema de corrupção, com o pagamento de propinas a funcionários públicos da confiança de governadores como José Serra e Geraldo Alckmin, não eram exclusivos da área de transportes. Ocorrem nas demais instâncias da administração. O documento originou apuração sobre ilegalidades nas empresas públicas ligadas ao sistema de trens e metrô paulistas e do Distrito Federal.
Em matéria divulgada na última edição do diário conservador paulistano O Estado de S. Paulo, os jornalistas Fernando Gallo e Fausto Macedo acrescentam que “a carta que levou a investigações, no Brasil e na Alemanha, sobre irregularidades cometidas pela Siemens em licitações e formação de cartel no sistema metroferroviário cita ‘práticas ilícitas’ não só nos transportes, mas também nos setores de energia e de equipamentos médicos da empresa. Para os investigadores, a rotina denunciada no documento, enviado em junho de 2008 à matriz da multinacional, engloba fraudes em concorrências públicas e pagamento de propinas a agentes públicos brasileiros”.
“A carta com as acusações, que hoje os investigadores sabem ser de um ex-executivo da multinacional, foi enviada ao ombudsman da Siemens na Alemanha e a autoridades brasileiras em junho de 2008. Embora fosse anônima, a riqueza de detalhes que continha em suas cinco páginas, 77 tópicos e seis anexos levou os investigadores a deflagrar uma apuração sem precedentes. Na Siemens, resultou na demissão da cúpula em diversos países – inclusive no Brasil. Em muitos países, resultou também na instauração de procedimentos investigatórios pelos órgãos competentes”, acrescenta.
Segundo a reportagem, o autor da denúncia que colocou a Siemens no centro do grande escândalo mundial não fornece detalhes sobre malfeitos nessas áreas específicas nem cita nomes ou esferas de governo. “No Brasil, a multinacional alemã tem contratos milionários com empresas de diversos governos. No federal, controladas da Eletrobrás como Furnas, Chesf e Eletronorte tem contratos com a empresa. No governo paulista, a Cesp contratou a Siemens em diversas ocasiões. Os investigadores veem o relato do denunciante como verossímil porque outras informações transmitidas na carta agora são confirmadas pelos seis executivos que trabalharam na Siemens e firmaram, em 22 de maio de 2013, acordo de leniência com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). São subscritores do pacto o Ministério Público Federal e o Estadual”.
Quatro executivos brasileiros e dois alemães da Siemens, que ocupavam cargos do alto escalão da companhia, revelaram a formação de um cartel no sistema metroferroviário de São Paulo, situação já apontada pelo autor da carta.
“É impressionante observar que, apesar de todos os escândalos e consequências para toda a companhia, a Siemens Brasil continua pagando propinas no Brasil para conseguir contratos lucrativos”, acentuou o denunciante. “Espero que as informações mencionadas possam ajudá-lo em sua difícil função como ombudsman em uma companhia que não aprendeu com as lições do passado.”
Trechos da carta:
“Eu gostaria de trazer para o seu conhecimento alguns fatos e documentos que demonstram práticas ilícitas adotadas pela Siemens no Brasil, nos dias de hoje e no passado, particularmente nos seguintes projetos: CPTM Linha G (Linha 5 do Metrô de São Paulo), CPTM Série 3000 e contrato de manutenção do Metrô-DF.”
“Esse tipo de prática não é privilégio da divisão de transportes. Elas também são comuns nas áreas de transmissão e distribuição de energia, geração de energia e na divisão de sistema de saúde, que trabalham com empresas públicas.”
“Essa carta e os documentos anexados a ela serão distribuídos às autoridades brasileiras que estão investigando o caso de pagamento de propina pela Alstom em diversos projetos do Brasil, dentre os quais a da linha G da CPTM.”
“É surpreendente observar que, apesar dos escândalos e das consequências para toda a companhia, a Siemens Brazil continua a pagar propina no País para ganhar contratos rentáveis.

TRECHO DA CICLOVIA DO RIO PINHEIROS SERÁ INTERDITADA POR 2 ANOS

do viatrolebus

por Caio Lobo


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Se você utiliza a ciclovia do Rio Pinheiros para lazer ou para locomoção, pode tratar de mudar sua rotina. A partir do dia 7/10, o trecho entre as estações Granja Julieta e Vila Olímpia será interditado para as obras da linha 17-ouro do Metrô por nada mais nada menos que 2 anos.
Folhetos estão sendo distribuídos aos ciclistas que utilizam a ciclovia. A justificativa é para manter a segurança dos usuários durante a obra.

Comentário Setorial

Quem criou essa ciclovia foi um irresponsável. Deve ser a ciclovia mais fétida do mundo. Ela está situada entre o rio Pinheiros, totalmente poluído e que no período sem chuvas exala um cheiro fétido muito forte e a Marginal do Pinheiros. Sem dúvida nenhuma, deve ser o local mais poluído de São Paulo. Pedalar nessa ciclovia pode ser um grave risco à saúde, pois deve o equivalente a fumar uns dez maços de cigarro. O governo do Estado de São Paulo deveria fazer um estudo científico amplo, poderia chamar o Paulo Saldívia e dependendo do resultado deveria desativar essa ciclovia.

SÃO PAULO GANHA MAIS 13,9 KM DE FAIXAS EXCLUSIVAS DE ÔNIBUS NESTA SEGUNDA, 30

Do Viatrolebus

por Caio Lobo

Dando continuidade ao programa de implementação de faixas exclusivas de ônibus na cidade de São Paulo, a Prefeitura inaugura nesta segunda, 30, mais de 13,9 km de faixas. Veja abaixo os locais e horários das novas faixas.
Vila Carrão
O maior trecho a entrar em operação nesta segunda-feira está localizado na Vila Carrão (zona leste). Serão no total 4,2 km nas ruas Antônio de Barros, Cesário Galeno e Honório Maia, Viaduto e avenida Conselheiro Carrão, além das ruas Gonçalo Nunes e Rodrigues Velho. A exclusividade para os coletivos vale de segunda a sexta-feira, das 6h às 9h em direção ao Centro, e das 17h às 20h. Para garantir as condições de circulação e segurança da nova faixa, além da instalação dos sinais específicos, foi feita a manutenção de toda sinalização horizontal e vertical da avenida Conselheiro Carrão, no trecho entre as ruas Rodrigues Velho e Valentim Xavier. Detalhes sobre os trechos estão disponíveis na página da CET.
Itaquera
Em Itaquera, também na zona leste, serão instalados 3,5 km de faixas exclusivas nas avenidas Nagib Farah Maluf e Prof. João Batista Conti. A operação funciona de segunda a sexta-feira, das 6h às 9h no sentido Centro e das 17h às 20h em direção ao Bairro. A exclusividade acontece na av. Nagib Farah Maluf, entre a av. João Batista Conti e a av. José Pinheiro Borges, e na av. Prof. João Batista Conti, entre a av. Sabbado D’Angelo e a rua Ana Maria Sirani. Nas duas vias circulam 54 linhas de ônibus, que transportam em média mais de 410 mil passageiros por dia útil.
Centro
Nesta segunda-feira entra em funcionamento a segunda etapa da Operação Dá Licença para o Ônibus na Rótula do Centro, com 1,1 km de extensão pela av. São Luiz, viaduto 9 de Julho, viaduto Jacareí e rua Maria Paula. Os coletivos terão prioridade de segunda a sexta-feira, das 6h às 22h, e aos sábados, das 6h às 14h.
Pela Rótula Central circulam 84 linhas de ônibus municipais, transportando 603.527 passageiros por dia útil, com freqüência média de 191 ônibus por hora nos horários de pico. O primeiro trecho da Rótula Central, na av. Ipiranga, tem 1 km de comprimento e foi ativado em 16 de setembro.
Nove de Julho
Os dois sentidos da avenida Nove de Julho passam a ter faixa exclusiva entre as avenidas Cidade Jardim e São Gabriel. A exclusividade funciona de segunda a sexta-feira das 6h às 22h e, aos sábados, das 6h às 14h. Os 1,4 km interligam a av. Cidade Jardim e o corredor de ônibus já existente da na via. No sentido centro, funciona desde a rua André Fernandes até a rua Japão, enquanto no sentido bairro, a prioridade é entre a av. São Gabriel e a av. Cidade Jardim. Para esta implantação, estão sendo usadas 70 placas de trânsito e 480 m² de sinalização horizontal.
Ipiranga
A região do Ipiranga somará mais 1,4 km à sua malha de faixas exclusivas. A exclusividade dos ônibus será ampliada pelas ruas Bom Pastor e Antônio Marcondes e Av. Nazaré. As faixas funcionam de segunda a sexta-feira, no sentido Centro, das 6h às 9h. No total, o bairro passa ter 4,6 km de rotas da Operação Dá Licença para o Ônibus.
Na rua Bom Pastor, a medida será instalada entre as ruas Agostinho Gomes e Antônio Marcondes. Na rua Antônio Marcondes será entre a rua Bom Pastor e a av. Nazaré. Já na avenida Nazaré, ocorre entre as ruas Antônio Marcondes e Dona Leopoldina. As alterações na circulação de veículos foram sinalizadas por 65 placas de trânsito e 715 m² de sinalização horizontal. Nas três vias circulam 30 linhas de ônibus que transportam por dia útil mais de 215 mil passageiros.
Eixo Norte/Sul
A malha de faixas exclusivas no eixo Norte/Sul vai ganhar um complemento de 300 metros na avenida Casper Líbero, no trecho entre a rua Mauá e a rua Washington Luís, sentido sul. A prioridade para o transporte público acontece do lado esquerdo da via, de segunda a sexta-feira, das 6h às 22h e, aos sábados, das 6h às 14h.
O novo trecho atende às linhas de ônibus provenientes do Corredor Norte/Sul que têm como destino a av. Ipiranga/Rótula Central. Como parte das intervenções, também será proibida a conversão à esquerda da avenida Casper Líbero, sentido Sul, em direção à rua Washington Luís. Pela via circulam por dia útil 15 linhas de ônibus transportando 63.408 passageiros, com freqüência média de 47 ônibus por hora.
Dr. Arnaldo
A avenida dr. Arnaldo ganhará um novo trecho de 400 metros no sentido centro entre as ruas Heitor Penteado e Galeno de Almeida. No total, a via terá agora 1,7 km de faixa exclusiva. A exclusividade à direita vale de segunda a sexta-feira, das 6h às 22h, e aos sábados, das 6h às 14h. A avenida recebe 30 linhas de ônibus que atendem diariamente 259 mil passageiros.
Zona sul
Na zona sul, um novo trecho de faixa exclusiva na rua Dr. João César de Castro vai facilitar o acesso ao terminal Gurapiranga. Os 100 m de exclusividade à esquerda valerão de segunda a sexta-feira, das 5h30 às 8h30, no sentido bairro. A implantação demandou 11 placas de trânsito e 100 m² de sinalização horizontal. As cinco linhas que circulam pela rua atendem em média a 45 mil passageiros por dia útil.
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Cidade Tiradentes
As avenidas Márcio Beck Machado e Sousa Ramos, em Cidade Tiradentes, ganharão 700 metros de exclusividade para o transporte público, no sentido bairro. A faixa exclusiva funciona entre a Rua Arroio Triunfo (perto da Estrada do Iguatemi) e a avenida dos Metalúrgicos (junto ao Terminal Cidade Tiradentes), de segunda a sexta-feira das 17h às 20h sentido bairro. Segundo a CET, com a operação, não haverá alteração na política de estacionamento da região: a proibição de estacionar em período integral continuará valendo.
Penha
Na Penha, a rua Guaiaúna terá 800 metros de faixa exclusiva, de segunda a sexta-feira, das 6h às 9h e das 17h às 20h. Para viabilizar a nova faixa, será necessário estabelecer sentido único de circulação na rua, em toda a sua extensão. A partir deste sábado (28/09), ela passa a operar no sentido da praça Benjamin Schalch (metrô Penha) para a rua Coronel Rodovalho.
Com está mudança, o fluxo veicular com destino ao metrô Penha e à Vila Matilde terá como opção a rua Alfredo de Franco, seguindo pelas ruas Aracati e Major Ângelo Zanchi. Os ônibus que circulam pela rua Guaiaúna em direção ao metrô Penha, no trecho de circulação alterada, seguirão em frente na rua Aracati, entrando à direita na rua Major Ângelo Zanchi até a praça Benjamin Schalch, seguindo assim seu itinerário normal.
O estacionamento também será proibido na Rua Guaiaúna, no lado ímpar, das 6h às 20h, e no lado par, das 6h às 9h, da Praça Benjamin Schalch até a Rua Recife.

Prefeitura de SP vai fazer devassa nos contratos de ônibus

JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DE SÃO PAULO

O governo Fernando Haddad (PT) abriu a licitação para contratar uma auditoria geral na contabilidade e em toda a estrutura de custos das empresas e cooperativas de ônibus que prestam serviços à Prefeitura de São Paulo.
A decisão de auditar as empresas já havia sido tomada depois da suspensão do reajuste nas tarifas, após as manifestações de junho.
Hoje, cabe à SPTrans gerenciar os contratos. Os auditores devem tentar rever as contas de forma independente. Os primeiros resultados devem sair em 2014.
O resultado da consultoria externa vai ser usado para aperfeiçoar o modelo do cálculo da tarifa e atualizar os custos do setor na próxima licitação -o governo Haddad havia iniciado a concorrência, que também foi suspensa para ser readequada.
Será revisto o valor dos investimentos e dos lucros das 16 empresas e cooperativas de ônibus, no período que vai de agosto de 2003 a julho deste ano. Isso inclui a TIR (Taxa Interna de Retorno, um componente do lucro).
Em julho, Haddad prometeu baixar a taxa de lucro do sistema. Segundo a SPTrans, as empresas de ônibus terão, neste ano, um ganho líquido de R$ 406,8 milhões.
O edital da licitação prevê uma análise mais precisa sobre a eficácia da fiscalização da SPTrans nas empresas -a bilhetagem eletrônica e o sistema integrado de monitoramento, utilizado para acompanhar frota, tipo de veículos, horários e tempo de viagem nas linhas.
Em julho, 15 dos 16 contratos venceram. Com isso, foi necessário prorrogá-los em até 12 meses até que seja concluída a nova concorrência.
CUSTOS REAIS
A auditoria traz uma inovação que vem sendo aplicada com mais rigor no país, o exame dos valores que as concessionárias declaram gastar para manter um serviço público, como estradas e ônibus. Ou seja, se o preço do pedágio ou da tarifa é justo.
A prefeitura pretende saber, ainda, se as empresas descontam de seus custos os juros mais baixos que pagam nas linhas de crédito oficiais para comprar ônibus.
É que as empresas podem captar financiamentos subsidiados, como a linha de crédito do Finame, do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), para renovar frotas.
A razão é que uma empresa poderia informar que está pagando pelo financiamento juros de mercado, bem mais altos, embora tenha acesso ao crédito do BNDES.
Os auditores vão comparar o valor declarado com o aluguel de garagens com o preço médio no mercado imobiliário da região. E ainda saber quem é o dono do imóvel.
Isso porque uma empresa poderia alugar uma área dela própria e superfaturar o aluguel, incorporando esse custo irreal à tarifa. Serão revistos, ainda, os balanços anuais das empresas, para saber como foram calculados os lucros ou prejuízos.
Folha entrou em contado com o SPUrbanuss (sindicato das empresas) no final de semana, mas não conseguiu falar com a entidade.

Rodapé News 30/09/2013

RodapéNews - 30/09/2013, segunda-feira, 1ª edição (informações de rodapé e outras que talvez você não tenha visto)
Leia nos links abaixo ou clique aqui

R$ 52 MILHÕES PAGOS PELA ALSTOM E MAIS DUAS EMPRESAS DO CARTEL - BOMBARDIER E TEJOFRAN - POR CONSULTORIAS FICTÍCIAS EM SP, SERIAM REDISTRIBUÍDOS COMO PROPINAS POR QUATRO EMPRESAS, SEGUNDO PF

CONSULTORIAS FICTÍCIAS - ESQUEMA DE FRAUDES USADO INICIALMENTE POR EMPRESAS DO CARTEL PARA REPASSAR PROPINAS PARA AGENTES PÚBLICOS E PRIVADOS DE SP
Folha - 30/09/2013 - Manchete de capa
Consultoria simulada levou R$ 52 mi de cartel, diz Polícia Federal
Empresas acusadas de fraude em licitações de trens no Estado de São Paulo pagaram R$ 52 milhões a firmas de consultoria investigadas pela Polícia Federal sob a suspeita de repassar propina a políticos e funcionários públicos desde o fim da década de 1990.
De acordo com a PF, que examinou a movimentação financeira de quatro consultorias sob suspeita, elas receberam repasses da Alstom e de duas outras empresas acusadas de participar do cartel, a canadense Bombardier e a brasileira Tejofran.
A Siemens também é alvo de investigações da polícia. Em 2008, um executivo da empresa apresentou anonimamente uma denúncia à direção da companhia na Alemanha e afirmou que ela também usou consultorias brasileiras para repassar propina a políticos e funcionários.
Segundo a PF, a Alstom pagou R$ 45,7 milhões à consultoria MCA, do empresário Romeu Pinto Jr. na época dos repasses.
O dinheiro foi depositado em contas controladas por ele no Brasil e na Suíça.
Em depoimentos à PF e ao Ministério Público, em 2009 e 2012, o consultor disse que não prestou os serviços indicados nos recibos entregues à Alstom e que foi usado para distribuir propina. Pinto Júnior afirmou que entregava o dinheiro a motoboys de doleiros e não sabe a quem ele foi repassado depois.
De acordo com os relatórios da PF sobre a movimentação financeira dessas empresas, a Alstom também transferiu R$ 4,8 milhões à ENV, pertencente ao consultor Geraldo Villas Boas, e à Acqua-Lux, controlada por Sabino Indelicato, ligado a Robson Marinho, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado.
Marinho foi chefe da Casa Civil no governo de Mário Covas, entre 1995 e 1997, e é investigado em outro inquérito por ter foro privilegiado.
A atual diretoria da Alstom diz desconhecer as investigações da PF. Em depoimento à polícia, Villas Boas e Indelicato negaram que o dinheiro fosse destinado a políticos.
A Bombardier e a Tejofran pagaram R$ 1,5 milhão entre 2005 e 2009 à consultoria BJG, controlada pelo ex-secretário estadual de Transportes Metropolitanos José Fagali Neto, que começou a ser investigado pela PF em 2008, quando foram descobertos depósitos da Alstom em seu nome na Suíça

Saiba mais na edição da Folha desta segunda-feira, 30/09/2013:

ACORDO DE LENIÊNCIA DA SIEMENS: INFORME PUBLICITÁRIO DA EMPRESA SOBRE SUA PARTICIPAÇÃO EM CARTEL METROFERROVIÁRIO, QUE AGIA EM SP, É PUBLICADO  PELA 3ª VEZ NO ESTADÃO 
[Está na página B3, do Estadão desta segunda-feira, logo após esta notícia: "Fábrica da Mercedes deve ficar em São Paulo"]

Estadão - 30/09/2013
Denúncia da Siemens ao Cade abre uma nova  era de transparência corporativa no Brasil

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Rodovia foi substituída por hidrovia


Na balsa que corta os rios Solimões e Negro, no fim da BR-319, em Manaus, faixa de protesto pede a repavimentação da rodovia. Foto: Ruy Baron / Valor
A rodovia que liga Manaus a Porto Velho não chegou à situação caótica em que está hoje apenas por conta do clima hostil que a Amazônia reserva para qualquer asfalto que se meta em seu caminho. Tampouco pode-se resumir a situação ao esgotamento de recursos e à irresponsabilidade do governo militar.
Boa parte do descaso histórico que transformou a BR-319 em um golpe no bolso do cidadão também pode ser explicada pela falta de viabilidade econômica da estrada e do alto custo para manter em condições razoáveis uma rodovia aberta numa região onde o volume médio de chuva chega a atingir 3 mil milímetros por ano, mais de duas vezes a média de São Paulo.
Ao contrário da maioria das obras de infraestrutura de transporte realizadas no país, a BR-319 nunca foi objeto de um plano detalhado de viabilidade financeira. Se tivesse sido, certamente o cenário econômico não seria dos mais atrativos. Enquanto a estrada apodrecia nos últimos 30 anos, outras alternativas de escoamento se consolidavam.
Hoje, a hidrovia do Madeira – que começa em Porto Velho e corre paralelamente à estrada, numa distância média de 50 a 100 quilômetros – segue navegável até a sua foz, próxima aos portos de Manaus e Itacoatiara, á no rio Amazonas.
A viagem pelo Madeira já se consolidou como uma rota competitiva para o transporte das commodities agrícolas que saem do Mato Grosso e acessam a hidrovia a partir de terminais de grãos erguidos em Porto Velho.
Quem dá o tom é o senador e ex-governador do Mato Grosso Blairo Maggi (PR-MT). Um dos maiores produtores agropecuários do país, ele não titubeia ao ser questionado se passaria a utilizar a BR-319 como rota de escoamento rodoviário, caso a rodovia estivesse hoje em perfeitas condições de uso. “Sinceramente, eu não usaria. Temos outros caminhos mais viáveis”, diz.
A situação não muda de figura no outro extremo da rodovia, onde está localizada a Zona Franca de Manaus. Os produtos industrializados que hoje deixam Manaus em milhares de contêineres buscam apenas dois caminhos: o transporte por avião, ou a descida pelo rio Amazonas, até chegar a Belém e, a partir daí, o transporte por caminhão para todo o país.
“O fato de a rodovia não ter hoje forte vocação para carga não significa que ela não seja necessária”, afirma Maggi. “Sempre há espaço para o transporte de alguns produtos, principalmente os de maior valor agregado. Além disso, todo cidadão deve ter direito a serviços básicos, como água, energia, educação ou comunicação. Não há por que ser diferente quando o assunto é transporte.”
Nos anos em que esteve em operação, entre 1973 e 1988, a rodovia Porto Velho – Manaus chegou a incomodar muita gente, principalmente donos de balsas que faziam o transporte de produtos e pessoas pelo rio Madeira. Corre a história de que balseiros, preocupados com a competição que a estrada iria gerar, chegaram a contratar tratores para arrancar o asfalto.
Em diversos trechos da rodovia é possível ver cortes precisos, com trechos de terra e pedaços de asfalto ainda em bom estado. Quem vive nas margens da estrada desde aquela época afirma que as máquinas entravam no trecho, jogavam o asfalto para o acostamento e sumiam, sem dar explicações. Os balseiros não confirmam.
Fonte: Valor Econômico, Por André Borges

Nova promessa do governo é criar uma estrada-parque


No trecho central da BR-319, com 405 km, crateras surgem por todos os lados e a mata invade a pista. Foto: Ruy Baron/Valor
A BR-319 voltará a ser uma estrada pavimentada. Carros e ônibus poderão circular novamente pela rodovia que, até 25 anos atrás, ligava as cidades de Porto Velho (RO) a Manaus. A promessa já foi feita incontáveis vezes pelos governos federal, estadual ou municipal. Pode até ter rendido um bom punhado de votos em anos de eleição, mas nunca se converteu em fato.
Mais uma vez, o Palácio do Planalto empenha a sua palavra de que a repavimentação sairá definitivamente do papel. Nas palavras do general Jorge Ernesto Pinto Fraxe, presidente do Departamento de Infraestrutura de Transportes (Dnit), “a presidenta da República não tem dúvida de que essa estrada precisa ser refeita e da sua importância para o país.”
Fraxe garante que fala com conhecimento de causa. Há 40 anos, quando foi concluída a construção da BR-319, ele diz ter cruzado todo o traçado da rodovia dentro de um Fusca 1.200, quando ainda era cadete do Exército. “Era um tapete aquela estrada, asfaltadinha. Tinha desvios com pontes de madeira e algumas balsas, mas a pista era impecável”, comenta.
O Dnit já colocou o bloco na rua, com a expectativa de iniciar obras na estrada no ano que vem, no próximo verão amazônico, entre maio e novembro, período mais seco na região amazônica. As intervenções na estrada não começaram até agora porque, nos últimos 12 anos, o governo não conseguiu obter licenciamento ambiental para repavimentar um trecho de 405 km.
Desde 2007, três versões de estudos de impacto ambiental foram apresentados ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Nenhum deles, porém, conseguiu passar pelo crivo dos analistas ambientais, simplesmente porque continham problemas básicos, como falhas graves de metodologia e falta de dados sobre a fauna e a flora da região. Em 2009, o Ibama voltou a pedir complementações ao Dnit sobre os planos para a BR-319.
Em março deste ano, o Ibama finalmente concluiu que, por conta da desatualização e inadequação de uma série de informações, boa parte do processo teria que ser refeita. O Dnit acatou a decisão e, recentemente, deu ordem de serviço a uma nova consultoria ambiental.
Governo novamente promete que a estrada será repavimentada e prevê o início das obras em 2014. Foto: Ruy Baron/Valor
“Contratamos uma empresa em Manaus para fazer os estudos complementares. São levantamentos finais, que devem ser concluídos em breve. Já gastamos R$ 76 milhões em componentes ambientais. Nós vamos atender o Ibama e vamos concluir a repavimentação da rodovia”, afirma Fraxe, batendo a mão na mesa.
A ideia do governo é transformar a BR-319 em uma “estrada-parque”. O traçado da rodovia teria passagens especiais para os animais que vivem na região, postos de vigilância seriam distribuídos ao longo da estrada e o Exército cumpriria a missão de vigiar as saídas da BR, em Manaus e Porto Velho.
A fiscalização reforçada, segundo o comandante do Dnit, inibiria a ação de grileiros de terras e o desmatamento ilegal. O custo da repavimentação da rodovia é estimado em cerca de R$ 800 milhões e a obra faz parte da carteira de projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
“Hoje, a BR-319 é forrada por unidades de conservação de um lado e do outro. Dá para fazer um enorme cinturão de proteção nessa estrada. Essa é a nossa ideia”, afirma Fraxe.
Para especialistas em ambiente, a repavimentação da estrada pode ter um efeito perverso sobra a floresta, porque potencializa a especulações em torno de terras para exploração ilegal de madeira e abertura de pastagens. Fraxe nega.
“Dizem que, se a estrada for transitável, vai destruir a floresta. Então vamos ter que mandar cercar os rios também, porque as pessoas navegam por ali”, afirma.
Outro fator que inibiria o desmatamento, diz o presidente do Dnit, seria a baixa qualidade do solo da região para a agricultura. “A terra daquela região da Amazônia só presta para manter a floresta e o ecossistema em equilíbrio, diferentemente do solo encontrado em Rondônia ou Mato Grosso.”
Antes de qualquer interesse que envolva a necessidade de reconstrução da rodovia, o governo avalia que a regularização está diretamente associada a uma condição social.
“Cerca de 500 mil pessoas vivem na região da estrada, segundo os prefeitos dos municípios que ela corta. Essas pessoas estão condenadas ao isolamento por rodovia? Isso é justo? Não são brasileiros, que têm o direito de ir e vir? Ninguém se preocupa com isso?”, questiona Fraxe.
Para o pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Philip Fearnside, as intenções do governo não se esgotam com a retomada da BR-319. O Dnit, lembra ele, já guarda na gaveta planos para abrir novas estradas na região central da Amazônia, a partir rodovia Porto Velho-Manaus.
“O risco que estamos correndo é de mexer profundamente com a ocupação da Amazônia, incentivando um desmatamento explosivo e descontrolado na região.”
Fonte: Valor Econômico, Por  André Borges

‘SÓ HAVERÁ CONCESSÃO COM PEDÁGIOS JUSTOS’

PREFEITURA NÃO QUER TÁXIS NA FAIXA DE ÔNIBUS E REVE PERMANÊNCIA NO CORREDOR

Do viatrolebus

por Renato Lobo

Desde o Governo Kassab táxis podem trafegar no corredor de ônibus, aquelas que estão localizados na faixa da esquerda das avenidas. Mas esta permissão esta sendo revista pela prefeitura. O secretário municipal de transportes Jilmar Tatto citou levantamento feito em 2011 que onde apontava que os táxis já contribuíam para a lentidão dos coletivos. “Esse estudo já apontava que atrapalhava a operação dos ônibus a entrada do táxi nos corredores”, afirma o secretário.
Nas faixas exclusivas os táxis continuam vetados. De acordo com Tatto, existe uma uma longa lista de pedidos para uso das faixas em São Paulo, mas a tendência é que apenas ambulâncias sejam liberadas. “Faixa exclusiva de ônibus é faixa exclusiva de ônibus. Quem quiser pegar a faixa, pegue o ônibus”, disse.Os motoristas de táxis estão no topo da lista de grupos que pedem permissão para circular nas faixas.
Imagem de Adamo Bazani - Blog Ponto de Ônibus
Imagem de Adamo Bazani – Blog Ponto de Ônibus
O secretário diz que já manifestaram interesse em usar a faixa: transporte escolar, autoridades em geral, concessionárias (Sabesp, Eletropaulo), polícia, bicicletas, carona solidária, veículos das Forças Armadas, médicos, transporte de mercadorias, caminhão de lixo e também representantes de idosos. Todavia a prefeitura não parece muito disposta a ceder: “Nós precisamos da faixa exclusiva de ônibus só para os ônibus porque nós vamos fazer um trabalho que não é fácil, que é a operação controlada, para que o usuário que pega ônibus saiba exatamente o horário em que o ônibus vai passar. E, para que ele saiba, a via precisa estar desobstruída. Se não, não é possível controlar [a velocidade] esse ônibus por GPS”, afirmou.
Tatto diz ainda que quer eliminar interferências das faixas: “É fato que a velocidade nos corredores de ônibus é de 14km/h. É muito baixa. Estamos fazendo um trabalho para verificar as interferências que estão tendo esses corredores, como por exemplo o excesso de linhas, a entrada de forma excessiva de ônibus da EMTU em alguns corredores, o tempo semafórico, o próprio táxi, a invasão do próprio corredor. Tudo isso estamos levantando para tomar medidas mais para frente, mas não há decisão com relação a retirada dos táxis dos corredores”, disse.
Protesto
Já os táxistas não estão muito contentes com a ação da administração municipal. Na última segunda-feira (25), a categoria protestou na Avenida Washington Luís, bloqueando o acesso ao Aeroporto de Congonhas, na Zona Sul de São Paulo, no começo da manhã. Além de reivindicar o direito de trafegar pelas faixas exclusivas para ônibus, eles protestaram contra uma decisão da Justiça que determinou que a Prefeitura da capital não conceda, renove ou autorize a transferência dos alvarás de táxis.

OBRAS DA LINHA 2-VERDE DO METRÔ RUMO A GUARULHOS FICAM PARA 2015, DIZ JORNAL

Do Viatrolebus

por Renato Lobo

Imagem de William Molina
Imagem de William Molina
Após alguns adiamentos, as obras de extensão da Linha 2-Verde do Metrô rumo a Guarulhos podem ficar para 2015, pelo menos é o que diz o jornal “Diário de Guarulhos“.
De acordo com a publicação, “…a Linha Verde já teve seu decreto de utilidade pública publicado, e  o início das obras estão previstos para 2015, com término entre 2017 e 2018″. No entanto, neste ano o Metrô havia confirmado que as obras seriam iniciadas em 2014.
O Jornal trouxe ainda a informação de que a Linha 19, com 19,3 km de extensão desde a Avenida Brigadeiro Luiz Antonio até Guarulhos terá seu projeto funcional entregue até maio 2014. O Jornal não deu data para inicio da construção deste ramal.
A extensão da linha 2-Verde terá 14,4 quilômetros e contará com 13 estações: Orfanato, Água Rasa, Anália Franco, Vila Formosa, Guilherme Giorgi, Nova Manchester, Aricanduva, Penha, Penha de França, Tiquatira, Paulo Freire, Ponte Grande e Dutra, essas duas últimas estações estão localizadas no município de Guarulhos. Com a linha completa em operação, de Vila Madalena até Guarulhos, cerca de 1,7 milhão de passageiros serão transportados diariamente, em média.
Também são previstas interligações da Linha 2-Verde com a CPTM  na Linha 11-Coral, estação Penha (que será construída) e nas linhas 12-Safira e 13-Jade, estação Tiquatira (que também será construída). A extensão da Linha 2-Verde ainda se integrará com a Linha 6-Laranja, em Anália Franco e com a Linha 3-Vermelha, na estação Penha.