terça-feira, 29 de março de 2016

Planta de Autobuses Yutong Venezuela ensambla 200 unidades bimensualmente

Misión Transporte


Correio do Orinoco

A partir de los acuerdos de cooperación entre China y Venezuela, el país cuenta con esta planta única en su clase en América Latina y el Caribe
La primera Planta de Autobuses Yutong Venezuela, instalada en el municipio Independencia del estado Yaracuy, opera en esta primera etapa de arranque, desde diciembre de 2015 a la fecha, con una capacidad para instalar 200 autobuses bimensualmente, con miras a elevar la producción a 600 unidades, una vez que culminen los trabajos de construcción previstos para mediados de 2017.
El presidente de la planta, Otto Colaiacovo, ofreció la información durante una inspección efectuada a la empresa, reseñada en una nota de prensa del Banco de Desarrollo Económico y Social de Venezuela (Bandes).
Refirió que una de las más recientes entregas de autobuses se realizó a finales de febrero pasado, cuando se adjudicaron 95 unidades a cooperativas y líneas de transporte privadas del país, otorgadas al Distrito Capital y a 19 estados, entre ellos Amazonas, Anzoátegui, Apure, Aragua, Miranda, Lara, Falcón y Carabobo.
A partir de los acuerdos de cooperación entre China y Venezuela, el país cuenta con esta planta única en su clase en América Latina y el Caribe. Su capacidad total de ensamblaje al año es de unas 3.600 unidades que servirán, en principio, para reforzar el sistema de transporte público del Estado y la Misión Transporte.
La planta tiene una extensión de 350 hectáreas y contempla dos fases: la primera para el ensamblaje de autobuses y la segunda para la incorporación de partes nacionales a estas unidades.
En su primera etapa, con nueve líneas de ensamblaje, se terminan de acoplar los autobuses que arriban de China como el modelo C896 de nueve metros de largo, con capacidad para 25 puestos; el 6118, de 12 metros, con 34 puestos, y el 6121, de 14 metros, con 54 puestos, unidades que cuentan con sistemas de posicionamiento global (GPS), cámaras de seguridad, aire acondicionado y cómodos asientos para los usuarios.
Colaiacovo explicó que en principio se tiene previsto que la mitad de los autobuses esté destinada a los sistemas de transporte público del Estado, un porcentaje a algunos ministerios y otros a la Misión Transporte y que un porcentaje esté dirigido a la exportación, para lo cual es necesario contar con 40 % de partes nacionales incluidas.
Señaló que la idea es con ese 40 % o más de partes nacionales se potencien las relaciones comerciales con el Mercado Común del Sur (Mercosur), PetroCaribe y la Alianza Bolivariana para los Pueblos de Nuestra América-Tratado de Comercio de los Pueblos (Alba-TCP).
El ingeniero de la obra Carlos Figueredo explicó que la planta tiene cinco objetivos a cumplir para convertirse en una de las principales filiales de la empresa china en el mundo y el primero de ellos se basa en satisfacer el reemplazo por obsolescencia y la demanda de unidades que se genera en el país, para lo cual se contará con 1.500 empleados directos y el doble en personal indirecto, quienes laborarán en dos turnos.
Los otros objetivos son la autosustentabilidad y viabilidad económica de la planta, la rentabilidad y la exportación de autobuses a aliados regionales.
Texto/AVN
Foto/Archivo

terça-feira, 22 de março de 2016

Top 10 das cidades que mais perdem tempo no trânsito


Foto: Tomaz Silva/ Agência Brasil (27/01/2014)
Uma pesquisa feita pela empresa TomTom levantou a quantidade de tempo que as pessoas perdem por ano nos congestionamentos.
O estudo foi feito com 295 cidades de 38 países, e traz dados referentes aos anos de 2014 e 2015. O método de colhimento de dados cruzou informações de deslocamento no horário de pico, e em horários de menores movimentos nas mesmas distâncias percorridas. Esta diferença corresponde ao percentual dado em cada cidade pesquisada.
A cidade do México é a campeã neste tempo ocioso que o motorista/passageiro perde em congestionamento: 59%. Este índice mostra em porcentagem, o tempo que foi gasto a mais nos horários de rush.
O Rio de Janeiro aparece em quarto lugar no ranking mundial, e em primeiro no nacional, tendo índice de 47%. Três cidades Brasileiras aparecem no top 10 mundial. Já São Paulo, escapou por pouco do ranking global, e aparece em quarto à nível Brasil com 29%.
A empresa aponta ainda que a solução para diminuição destes cenários esta intimamente ligada a ampliação no transporte coletivo, do ônibus ao metrô/trem e que a confiabilidade no sistema pode ajudar ao munícipe a deixar o carro em casa, já que o uso demasiado do carro é o fator determinante para os grandes congestionamentos.
Ranking mundial
Cidade do México: 59%
Bangcoc: 57%
Istambul: 50%
Rio de Janeiro: 47%
Moscou: 44%
Bucareste: 43%
Salvador: 43%
Recife: 43%
Chengdu: 41%
Los Angeles: 41%
Ranking nacional
Rio de Janeiro: 47%
Salvador: 43%
Recife: 43%
Fortaleza: 33%
São Paulo: 29%
Belo Horizonte: 27%
Porto Alegre: 22%
Brasília: 19%
Curitiba: 18%

segunda-feira, 21 de março de 2016

Bahia tenta viabilizar porto e ferrovia com chineses

Revista Ferroviária


15/03/2016 - Tribuna da Bahia
Importantes obras de infraestrutura, equipamentos e mobilidade urbana para a Bahia ganharão, nos próximos meses, um novo impulso como resultado da missão internacional liderada pelo governador Rui Costa em sua viagem à China. Ele desembarcou no Aeroporto Internacional de Salvador às 16h20 de ontem.
Na bagagem, Rui traz diversos acordos firmados com empresários asiáticos que vão garantir, nos próximos meses, o aprofundamento dos estudos técnicos e negociações que possibilitarão o andamento de obras importantes de infraestrutura no estado, a exemplo do Complexo Porto Sul e a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), além do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), que ligará o Subúrbio Ferroviário ao Comércio, e o novo Centro de Convenções da Bahia.
Um dos resultados mais promissores da viagem do governador à China foi o acordo assinado com uma das maiores construtoras chinesas – a China Railway Engineering Group (Crec) – e o Fundo Chinês para Investimento na América Latina (Clai-Fund) para construir e operar o Porto Sul e a Ferrovia de Integração Oeste Leste (Fiol), em associação com o governo baiano e a Bahia Mineração (Bamin), que explora o minério de ferro em Caetité, na Bahia.
Porto Sul e Fiol
O Complexo Porto Sul será construído em Aritaguá, em Ilhéus, e já tem as licenças prévia e de implantação, além da autorização para supressão de vegetação, emitidas pelo Ibama.
Com o início das obras, que o governador Rui Costa espera retomar agora com os chineses, o Porto Sul se transformará em um dos principais exportadores de minério de ferro, grãos, biocombustíveis e fertilizantes, transportados pela Fiol.
“Os chineses possuem a tecnologia mais avançada e experiência de sobra para fazer essas obras avançarem na velocidade que a Bahia precisa. Nossos projetos entusiasmaram os dirigentes da Crec e Clai-Fund, e isso permitiu estabelecermos um acordo histórico, que vai viabilizar os investimentos e destravar de uma vez por todas essas obras importantes para a Bahia”, comemorou Rui.
Obra do governo federal, a Fiol, que vai ligar Ilhéus, na Bahia, à Figueirópolis, no estado do Tocantins, formará um corredor de transporte, abrindo uma nova alternativa logística para os portos no Nordeste brasileiro. Com a atual crise econômica, as obras foram desaceleradas pelo governo federal. Mas o acordo com o grupo chinês prevê a inclusão de quatro trechos da Fiol no solo baiano, entre Ilhéus e Caetité, que estão em fase final de construção e serão concluídos.
Para viabilizar o investimento chinês na ferrovia, o governo federal iniciou os estudos para a venda antecipada da capacidade operacional da ferrovia. Assim, os recursos obtidos serão usados na conclusão da obra e a empresa garante o direito de transportar suas cargas por determinado período de tempo.
O Clai-Fund atuará como principal investidor e captador de novos parceiros para o projeto, principalmente grandes siderúrgicas chinesas. A participação no complexo logístico baiano será a maior operação do Fundo na América Latina. Já a Crec é uma das maiores construtoras de ferrovias do mundo, responsável, dentre outras, pela construção da Transiberiana, a linha férrea que liga os extremos da Rússia e tem mais de nove mil quilômetros de extensão.
Centro de convenções
Dentre as oportunidades de negócios que apresentou aos investidores chineses, a exemplo das fontes alternativas de energia – eólica e solar –, Rui destacou o novo projeto do Centro de Convenções da Bahia. “Salvador é uma cidade de forte apelo turístico e estamos buscando parceiros para viabilizar, a construção desse novo empreendimento”, que deve ser localizado na região do Comércio.
Rui apresentou a proposta de projeto arquitetônico do equipamento e destacou que a proximidade do empreendimento com o Centro Histórico de Salvador e a localização em frente ao mar ampliam as possibilidades de retorno para as empresas interessadas em se associar ao projeto.
VLT
No último dia da missão comercial na China, na sexta-feira passada (11), Rui Costa também garantiu a evolução das conversas sobre o investimento chinês no sistema do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), interligando o Subúrbio Ferroviário ao bairro do Comércio, que substituirá os atuais trens que operam até o bairro da Calçada, em Salvador.
Foi assinado memorando com uma das maiores empresas chinesas na área de infraestrutura e logística, a China Tiesiju Civil Engineering (CTCE). O principal executivo da companhia, Chuanlin Wang, se comprometeu a enviar uma delegação à Bahia já em abril, para viabilizar a implantação do VLT de Salvador. Além do VLT, os técnicos da CTCE, empresa que já construiu mais de 13 mil quilômetros de ferrovia, aprofundarão os estudos sobre projetos de água e saneamento para Salvador.
A licitação do VLT sai ainda este ano e a expectativa, na avaliação de Rui Costa, é que a CTCE possa executar o projeto na capital baiana no mesmo ritmo que realiza obras na China e em outros países onde possui investimentos. “A tecnologia da empresa impressionou nossa comitiva e faremos todos os esforços para garantir a parceria”, afirmou Rui. O executivo da CTCE, Chuanlin Wang, também demonstrou interesse em investir no projeto da Ponte Salvador-Itaparica e na Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol). Para o executivo, a segurança proporcionada pela modalidade de Parceria Público-Privada (PPP), apresentado pela Bahia em diversos outros empreendimentos, é interessante para novos investimentos da empresa.
“Nós temos grande interesse em iniciar nossos investimentos no Brasil e sentimos segurança na modelagem proposta pelo governador. Vamos buscar essas duas primeiras ações (VLT e água e saneamento) como teste para investir em projetos maiores na sequência, já com a experiência aprovada”, disse Wang.
Outro interesse dos chineses na Bahia é a criação de jumentos no semiárido baiano para exportação. O consumo chinês de carne de jegue anual é da ordem de 4 milhões de animais.

sexta-feira, 18 de março de 2016

85% dos veículos envolvidos em acidentes fatais tem multa por velocidade ou desrespeito ao sinal vermelho

Investigação da CET sobre colisões e atropelamentos com mortes entre janeiro de 2014 e outubro e 2015 mostra “relação direta entre acidentes fatais e veículos multados por excesso de velocidade e ultrapassagem do semáforo vermelho”



Sob o título “Investigação de Acidente de Trânsito (IAT)”, uma minuciosa pesquisa da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) que acaba de ser fechada apontou uma relação direta entre acidentes fatais no trânsito da cidade de São Paulo e veículos multados anteriormente por infrações de excesso de velocidade e desrespeito ao semáforo vermelho.
“Existe uma relação direta entre acidentes fatais investigados e as infrações cometidas: 85% tinham multas no prontuário”, afirmam os técnicos da CET na conclusão da pesquisa. “Destas multas, 67% foram motivadas por excesso de velocidade e desrespeito ao sinal vermelho”.
O levantamento cruzou informações de 194 Relatórios de Investigações Fatais (RIFs), produzidos entre janeiro de 2014 e outubro de 2015. Esse universo somou o envolvimento de 280 veículos, entre carros, ônibus, motos e caminhões, em acidentes que resultaram em ao menos uma morte. Esses veículos haviam cometido, até o momento dos acidentes fatais, nada menos que 2.547 infrações de trânsito.  Desse total, 1.618 foram multas dadas “em movimento”.
Os motoristas do sexo masculino representam a quase totalidade dos envolvidos em acidentes com mortos, assim como também são homens pedestres a maioria das vítimas. Nada menos que 98% dos acidentes fatais tiveram como causa fatores humanos, enquanto 8% tiveram responsabilidade apontada sobre a via/meio ambiente e 6% por motivo do veículo envolvido.

Nada menos que 42% das colisões fatais ocorreram às sextas-feiras e aos sábados. Os atropelamentos ocorreram de forma regular em todos os dias da semana, com exceção das sextas. Acidentes com morte por outros motivos que não a colisão em si e o atropelamento, mas sempre envolvendo veículos, se deram mais expressivamente aos sábados e domingos, com 44% do total de ocorrências.
Na classificação ‘outros’ são reunidas causas fatais como choques, tombamentos e quedas. Para estes acidentes, a maior incidência se deu no período das madrugadas, entre 00h00 e 6h00, em decorrência “do excesso de velocidade, apresentando um alto número de letalidade”.
Os atropelamentos se concentraram entre  6h00 e 9h00 e 19h00 e 23h00, quando há maior número de pessoas circulando na cidade.
Em relação ao perfil da via na qual o acidente fatal ocorreu, a grande maioria – 103 das 194 ocorrências analisadas – aconteceu em pistas retas e planas. Em declive reto, 21. Em aclive reto, 13. 33 acidentes fatais ocorreram em curvas à direita e à esquerda de pistas planas.
Ocupantes de veículos jovens, na faixa etária entre 19 e 30 anos, se mostraram os mais suscetíveis aos acidentes de trânsito fatais. Em relação aos pedestres, a maioria das vítimas de atropelamento tinha entre 40 e 60 anos.

Veja a apresentação e a pesquisa completa.

sexta-feira, 11 de março de 2016

Tribunal de Contas quer explicações do Metrô sobre trens parados

AUTOR: RENATO LOBO 

Imagem de William Molina
Após denuncias de funcionários do Metrô de São Paulo sobre paralisação de pelo menos cinco trens, onde peças das composições foram usadas em outras, em operação, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) solicitou explicações.
Os trens “canibalizados” estão no pátio Itaquera, e são das frotas recém reformadas K e L, além de uma composição nova da frota H, segundo denúncia dos metroviários relatadas no jornal “Folha de São Paulo”.
A solicitação foi feita pelo Conselheiro Antonio Roque Citadini, segundo despacho do Diário Oficial do Estado. Apesar da paralisação, a operação dos trens não foi afetada por que se trata de uma reserva técnica, segundo a companhia. O Metrô disse ainda em nota ao jornal, que os trens estão em manutenção periódica.

São Paulo ganha linha turística neste sábado (12)

AUTOR: RENATO LOBO 

Neste sábado deve começar a operar na cidade de São Paulo uma linha de ônibus turístico. “O Circular Turismo SP” deverá permitir embarques e desembarques ilimitados pelo trajeto, e levará turistas para os principais pontos turísticos da maior capital brasileira.
Roteiro
A linha circular deve partir da Luz, depois passar pelo Mercado Municipal, Praça da República, Estádio do Pacaembu, Avenida Paulista, Parque do Ibirapuera, Centro Cultural, Liberdade, Páteo do Colégio e por fim, Teatro Municipal, totalizando 11 paradas. Os veículos terão Wi-fi
Os ônibus partem em 3 horários: às 9h, 12h40 e 16h, saindo da parada 1 – Luz (Exceto aos Domingos). Aos Domingos, saídas às 10h, 13h40 e 17h.
circular-turismo
Foto: José Euvilásio – Blog Circular Avenidas
Tarifa
O preço da passagem será de R$ 40,00, podendo o passageiro pagar em dinheiro, cartões de crédito e débito. Após a validação da passagem, o turista poderá usar a linha por 24 horas a partir da primeira utilização, com embarques e desembarques ilimitados durante o funcionamento do serviço em um destes 11 pontos.
Aplicativo
O Mobilab, laboratório de tecnologia da prefeitura de São Paulo, desenvolveu um app para linha circular turismo, disponível para sistemas operacionais Android. Um tablet instalado no ônibus foi conectado ao sistema de som e libera os áudios de acordo com o GPS, informando um pouco dos pontos históricos em Português, Espanhol e Inglês.
Foram ainda liberados os códigos fonte deste aplicativo para que qualquer pessoa possa utilizar.

Metrô de Chicago terá novos trens Chineses

AUTOR: RENATO LOBO

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A China estará envolvida na fabricação de materiais ferroviários para os Estados Unidos. A empresa “CSR Qingdao Sifang Locomotive & Rolling Stock”, conhecida como CSR Sifang deve fornecer trens da chamada série 7000 para o metrô de Chicago.
A Autoridade de Trânsito de Chicago (CTA) disse em um comunicado que trata-se da maior encomenda de material rodante de sua história, em um total de 846 carros (vagões) ao custo de US$ 1,3 bilhões.
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Projeção do novo trem do Metrô de Chicago
Para dar contado recado, uma empresa chinesa deve instalar uma unidade na cidade, assim como fez em Boston, para o fornecimento de trens para a capital do estado norte-americano de Massachusetts. A nova fábrica deve abrir 170 novos postos de trabalho e produzir estoque de peças e reposição ferroviária.
O Metrô de Chicago deve receber o primeiro trem novo, desde a década de 80. Um protótipo da série 7000 deve ser concluída em 2019, com previsão de operação para 2020, de acordo com o CTA. Nota-se uma certa cautela do governo americano entre o anúncio da compra dos trens e o início das operações.
A rede possui 360,7 quilômetros de extensão e oito linhas, com demanda diária de mais de 700 mil passageiros. Iniciou suas operações em 1892, e opera 24 horas por dia.
Metrô de Chicago atualmente
Metrô de Chicago atualmente

Metrô manda trabalhadores remontarem trens canibalizados, diz sindicato

Empresa estaria temendo visitas de fiscalização do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo e do Ministério Público Estadual

por Rodrigo Gomes, da RBA

SINDICATO DOS METROVIÁRIOS
metro
Trens 'canibalizados' estavam no pátio Itaquera, mas os trabalhadores dizem que foram 'escondidos'

São Paulo – O Sindicato dos Metroviários de São Paulo denunciou hoje (11) que a Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) está exigindo que os trabalhadores do setor de manutenção façam hora extra neste final de semana (12 e 13) para realizar uma “maquiagem” nos trens que estão sofrendo “canibalização” para garantir a manutenção de outras composições da companhia. “Os trens foram colocados em um local mais discreto e querem que os trabalhadores refaçam o salão do trem: recoloquem os painéis, reinstalem as sancas, as lâmpadas, portas e luminárias. Tudo para encobrir o desmonte”, afirmou o diretor-executivo do sindicato Alexandre Roldan.
Segundo Roldan, os trabalhadores – que estão oficialmente proibidos de fazer hora extra por determinação da direção do Metrô, para cortar gastos – teriam de trabalhar todo o fim de semana, pois em breve deve ocorrer uma visita de fiscalização do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE) e também do Ministério Público do Estado (MPE). “Os metroviários solicitaram que fizéssemos uma assembleia no local e votaram por não aceitar a determinação da empresa”, disse o sindicalista.
A fiscalização do TCE está planejada, justamente devido à denúncia sobre o desmonte dos trens, mas não teve revelada a data em que vai ocorrer. A reportagem não obteve confirmação da visita do MPE.
Para o sindicalista, o Metrô tenta desqualificar a denúncia publicada pela RBA, na última terça-feira (8), de que a empresa está utilizando peças de cinco trens parados no pátio de manutenção de Itaquera, zona leste da capital, para realizar consertos em outras composições que necessitam de revisão, segundo o Sindicato dos Metroviários. Os trens “canibalizados” são as composições H59, K09, K17, K21 e L43.
Os principais itens retirados dos trens são vidros de janelas, portas, fechaduras, lâmpadas, faróis, motores de tração, bancos de passageiros e de operadores, redutores, contrassapatas e até extintores de incêndio. “São 11 trens parados no total, sendo cinco em Itaquera e seis no Jabaquara. E esses acabam sendo 'canibalizados', pois como não há determinadas peças, aproveitam e tiram as peças deles para garantir a operação de outros trens”, relatou o secretário-geral do sindicato, Alex Fernandes.
Na tarde de hoje, os diretores do Metrô paulista admitiram que retiraram peças de cinco trens para garantir a manutenção de outras composições, mas alegaram que é um procedimento planejado, feito apenas em trens novos. “A foto (na reportagem) mostra um trem novo que espera para entrar em teste. Ele forneceu peça para outro trem que estava rodando e teve problema, mas ainda está na garantia. Assim, não tiramos o trem da operação”, disse o diretor de Operações da companhia, Mário Fioratti Filho,
Segundo Fioratti, trata-se de uma “opção”, uma “estratégia de manutenção” que é feita em metrôs “no mundo todo”. “Se temos falha de uma peça em um trem, que está na garantia, mando a peça para o fabricante e retiro uma outra de um trem que esteja esperando a vez para realização de testes. Assim não retiro o trem de circulação. Temos uma fila de trens e utilizamos sempre o último da fila”, afirmou. Também participaram da reunião o presidente do Metrô, Paulo Menezes Figueiredo, e o diretor de Engenharia e Construções, Paulo Sérgio Amalfi Meca.
A afirmação foi questionada por Roldan. “Um trem em fase de testes não fica naquela situação que as fotos demonstraram. Os trens estão sendo depenados porque não temos peças para realizar manutenção adequadamente”, afirmou.

SEMINÁRIO ALTERNATIVAS DE FINANCIAMENTO PARA O TRANSPORTE PÚBLICO

quarta-feira, 9 de março de 2016

Prefeitura de São Paulo lança metas em Mobilidade Urbana para os próximos 15 anos

600 quilômetros de corredores de ônibus, ampliação das ciclovias, construção de novos corredores e 29 terminais são metas previstas até 2030

A democratização do espaço viário é uma das principais metas do Plano de Mobilidade de São Paulo – PlanMob/SP 2015, oficializado na última quinta-feira, dia 25 de fevereiro, através do decreto 56.834 publicado no Diário Oficial. O documento servirá de instrumento de gestão pública com o objetivo de orientar as ações, projetos e investimentos em mobilidade urbana já em andamento ou previstos para os próximos 15 anos anos na cidade e reúne planejamentos de infraestrutura para o transporte coletivo por ônibus, para pedestres, bicicletas, além de cargas, carros particulares, fretamentos, entre outros.
Para 2016, estão previstas uma série de medidas como a operação das novas redes controladas de domingo e de dia útil, assim como já funciona a da madrugada, e a implantação de mais 150 quilômetros de corredores de ônibus. A ampliação das faixas exclusivas, hoje a cidade conta com 485 quilômetros, e reduzir o número de mortes por acidente no trânsito, também são metas para até dezembro deste ano.
Prefeitura de São Paulo, por meio da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), abriu 381 quilômetros de novas ciclovias e deverá entregar mais alguns quilômetros até 2030, formando uma rede cicloviária contínua que cobrirá todas as regiões da cidade, integrando-as as redes de transporte de média e alta capacidade, como os corredores de ônibus, por exemplo. Estão previstas, também, no documento, a construção de pontes para ciclistas e pedestres
Os terminais de ônibus passarão por grandes intervenções como a ampliação do horário de funcionamento para receber o serviço noturno, além de que, nos novos, estão previstos a conexão com corredores e estão consideradas as linhas expressas de ônibus. A meta é construir 29 terminais nos próximos 15 anos, totalizando 58 em toda a cidade.
Os deslocamentos a pé também sofrerão melhorias. Atualmente, em muitas regiões da capital paulista a calçada ainda não existe, ou sua largura é insuficiente para acomodar a circulação com conforto, por isso, no PlanMob/SP 2015 está contida a construção de 500 mil metros quadrados de calçadas até 2018, e depois mais 750 até o ano de 2028, melhorando assim o caminho dos 11 milhões de pedestres que moram na cidade de São Paulo.
Elaboração do Plano
A participação social foi fundamental para a elaboração do Plano de Mobilidade de São Paulo 2015, que contou com amplos debates e reuniões regionais, inclusive nas subprefeituras. As contribuições também foram recebidas virtualmente, por um portal criado especialmente para a construção do PlanMob/SP 2015. O processo de criação foi intersecretarial e conduzido por meio de um Grupo Técnico (GTI) composto pelas Secretarias Municipais de Verde e Meio Ambiente, Desenvolvimento Urbano, Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, Planejamento Orçamento e Gestão, Infraestrutura Urbana e Obras, Habitação e Coordenação das Subprefeituras.
Veja o PlanMob/SP 2015 na íntegra:


Dívidas do grupo da Itapemirim ultrapassam R$ 330 milhões.

onibus
Itapemirim disse que recuperação é para médio prazo.
Do total, R$ 42 milhões são referentes a encargos trabalhistas. Desentendimentos na família Cola podem ter contribuído para situação
blogpontodeonibus
ADAMO BAZANI
O pedido de recuperação judicial da Itapemirim apresentado nesta segunda-feira, 7 de março de 2016, movimentou o noticiário relacionado à economia e aos transportes.
A Itapemirim chegou a ser a maior empresa de ônibus do Brasil e uma das maiores da América Latina, estando também entre as mais tradicionais. As origens da empresa são de 1953, quando o fundador Camilo Cola definitivamente começou a atuar com transportes de passageiros. A Itapemirim chegou a operar em 70% do território nacional e nos anos de 1980 fabricou os próprios ônibus.
De acordo com o pedido de recuperação judicial, as dívidas das empresas do grupo da Itapemirim somam R$ 336 milhões e 490. O valor engloba todas as companhias que fazem parte do pedido de recuperação judicial do grupo: Viação Itapemirim, Transportadora Itapemirim, ITA – Itapemirim Transportes, Imobiliária Bianca, Cola Comercial e Distribuidora e Flecha Turismo Comércio e Indústria.
Deste total, R$ 42 milhões e 700 são referentes a encargos trabalhistas.
O grupo vem realizando demissões desde 2014, mas as dispensas se intensificaram entre o segundo semestre de 2015 e o início deste ano. Todas as empresas do grupo empregam 1 mil 900 pessoas no país.
De acordo com o sindicato que representa os rodoviários no sul do Espírito Santo, somente no estado, a Itapemirim demitiu desde o último dia 18 de fevereiro 150 trabalhadores.
A Itapemirim afirma que o processo de recuperação judicial é para evitar a falência e pede um voto de confiança aos funcionários, mas diz que a situação só será resolvida em médio prazo.
A empresa alega que é vítima da crise econômica que aumentou os custos de operação e diminuiu o lucro e a demanda das linhas.
No entanto, fontes do setor afirmam que a empresa tem sido também vítima de erros administrativos e desacordos entre integrantes da família Cola.
Um destes desentendimentos é entre Camilo Cola, e a filha, Ana Maria Cola, sobre o inventário do patriarca. A disputa está na justiça.
tribus-propaganda
Propaganda de uma das gerações do ônibus feito pela própria Itapemirim
Pessoas ligadas ao quadro de funcionários da companhia ainda alegam que a transferência de ônibus e linhas para outra empresa, a Kaissara, teria sido uma manobra para diminuir o impacto da crise pela qual passa o grupo da Itapemirim.
No dia 4 de junho de 2015, a Itapemirim vendeu 68 linhas interestaduais para a Viação Kaissara entre as quais, trajetos de grande demanda, como São Paulo / Rio de Janeiro, São Paulo / Rio de Janeiro (via ABC Paulista), São Paulo / Curitiba, Rio de Janeiro / Curitiba, Salvador/ Rio de Janeiro, Brasília / Belo Horizonte, Rio de Janeiro / Curitiba.
Em torno de 40% da frota que era operada pela Itapemirim foram assumidos pela Kaissara.
Com a transferência, a Itapemirim manteve 50 itinerários, o que corresponde a 40% de sua atuação anterior.
Kaissara e Itapemirim ainda ocupam as mesmas estruturas, o que leva até mesmo funcionários afirmarem que ainda se trata de um mesmo grupo empresarial. A afirmação, entretanto, é negada por um dos diretores da Kaissara, Fernando Santos, que em entrevista ao Blog Ponto de Ônibus afirmou que não há sócios em comum entre as duas empresas.

Com estradas para Bikes, Noruega quer 20% de deslocamento por bicicleta

AUTOR: RENATO LOBO 

Foto de Aurélio Magalhães
Usar a bicicleta como meio de deslocamento não esta restrito apenas ao meio urbano, mas nas viagens entre cidades e regiões distantes. As estradas exclusivas para as bikes já são realidade em países da Europa, e a noticia mais recente desde tipo de projeto vem da Noruega.
Um plano ambicioso de U$ 1 Bilhão para os próximos anos no país nórdico, tem como objetivo a redução de emissões de gases nocivos à saúde, com investimento além da estrutura cicloviária, a expansão na rede de transporte público.
O governo local quer que até 2030, 20% de sua população se desloque de bike. Atualmente são apenas 5% dos deslocamentos com o modo ativo de transporte. Em localidades vizinhas, como na Dinamarca, por exemplo, são 17% e na Suécia, 12%.

‘Trensalão’ e Furnas: o lento desenrolar dos escândalos tucanos na Justiça

São Paulo 

Processos envolvendo tucanos ou ocorridos durante gestões do PSDB não avançam


Estação do Metrô lotada em São Paulo.
El País
Estação do Metrô lotada em São Paulo.  Fotos Públicas
Nos últimos anos, em um processo que começou com o mensalão e avança agora com a operação Lava Jato, o brasileiro se acostumou com algo até então considerado improvável: ver políticos no banco dos réus. Ex-ministros,senadorestesoureiros e líderes partidários foram condenados a penas de prisão em regime fechado. A lei parecia finalmente se voltar para os crimes de colarinho branco cometidos por aqueles que integram o establishment político. Se por um lado processos contra o PT e partidos de sua base aliada avançam em ritmo acelerado, o mesmo não se pode dizer dos dois grandes escândalos de gestões do PSDB. Inquéritos estacionados há anos, juízes arquivando denúncias e penas prescrevendo: esta é a história da lista de Furnas, do trensalão e do mensalão tucano.
O primeiro caso citado trata-se de um documento de cinco páginas divulgado pela revista Carta Capital em 2006 que trazia os nomes de políticos supostamente agraciados com contribuições de campanha frutos de um esquema de caixa dois envolvendo a Furnas Centrais Elétricas, empresa de capital misto do setor elétrico, subsidiária da Eletrobras. No total, 156 políticos teriam recebido 40 milhões de reais no pleito de 2002 – 5,5 milhões teriam irrigado a campanha de Aécio NevesGeraldo Alckmin e José Serra também apareciam na planilha. Os tucanos sempre questionaram a autenticidade do documento: “É uma das mais conhecidas fraudes políticas do País (...) uma tentativa de dividir atenção da opinião pública”, afirmou Aécio em meio ao escândalo do mensalão. Por outro lado, laudos da Polícia Federal apontaram para a legitimidade da lista.
A lista voltou à tona graças a depoimentos de delatores da Lava Jato. O doleiro e delator da operação da PF Alberto Youssef afirmou, em 2015, ter ouvido do ex-deputado José Janene (PP) —morto em 2010— que parte da propina arrecadada em contratos de uma diretoria da Furnas seria dividida com Aécio. Após analisar o conteúdo do depoimento do delator, a Procuradoria-Geral da República optou por não incluir o senador entre os investigados por considerar que faltavam evidências contra ele. Posteriormente o lobista Fernando Moura, amigo do ex-ministro José Dirceu e ligado ao PT, disse perante o juiz federalSérgio Moro que Furnas era controlada pelo tucano e operava com um esquema de propinas semelhante ao da Petrobras. "É um terço São Paulo, um terço nacional e um terço Aécio", disse Moura. Instado a explicar a afirmação, o lobista disse que o núcleo de São Paulo seria o PT estadual e o grupo político de Dirceu, enquanto que o núcleo nacional seria o diretório nacional da legenda. Ainda segundo o delator, a indicação de Dimas Toledo para direção da estatal do setor elétrico teria sido feita pelo senador tucano, pouco depois da eleição de Lula em 2002.
"O Dimas na oportunidade me colocou que, da mesma forma que eu coloquei o caso da Petrobras, em Furnas era igual. Ele falou: ‘Vocês não precisam nem aparecer aqui, vocês vão ficar um terço São Paulo, um terço nacional e um terço Aécio”, relatou o lobista ao magistrado. O delator chegou a ser ameaçado com a perda dos benefícios de seu acordo com a Justiça, uma vez que mudou um de seus depoimentos envolvendo Dirceu –o que o fez voltar atrás e incriminar novamente o ex-ministro de Lula de ter lhe recomendado que deixasse o país na época das denúncias do mensalão. Aécio negou qualquer envolvimento no caso, e disse que é uma tentativa do Governo de colocar no colo da oposição um escândalo que é "do PT".
Em março de 2012 o juiz federal Roberto Dantes de Paula remeteu o processo para a Justiça Estadual do Rio de Janeiro, onde ele voltou à etapa de inquérito –investigação preliminar. À época a procuradoria da República já havia denunciado 11 pessoas por envolvimento no esquema, entre elas o ex-diretor da empresa Dimas Toledo. Até o momento, quase quatro anos após a mudança de foro do processo, a Polícia não apresentou suas conclusões sobre o caso para que o Ministério Público possa oferecer nova denúncia. A reportagem não conseguiu falar com a delegada Renata Araújo dos Santos, da Delegacia Fazendária do Rio, responsável pela investigação.

Cartel de trens e metrô

O outro escândalo tucano é ainda mais antigo que a lista de Furnas. Batizado detrensalão, trata-se de um esquema de pagamentos de propina e formação de cartel para disputar licitações do Metrô e da CPTM no Estado de São Paulo. Os primeiros indícios de corrupção do caso surgiram em 1997, durante o Governo do tucano Mário Covas, morto em 2001. À época a Polícia Federal indiciou 10 pessoas ligadas à gestão do governador. Dez anos depois, supostas propinas pagas pela empresa Alstom começam a ser investigadas em vários países, e em 2008 um funcionário da Siemens detalha o esquema de propinas em projetos do Metrô e da CPTM de São Paulo e do Metrô do Distrito Federal. Posteriormente, a Siemens decidiu procurar o Conselho Administrativo de Defesa Econômica para delatar a existência do cartel. Mais de uma dezena de processos do caso tramitam na Justiça, a maioria deles relacionados a contratos superfaturados para reforma e manutenção de trens. O período no qual o cartel agia abrange os Governos dos tucanos Mário Covas, Geraldo Alckmin, e José Serra, além de Claudio Lembo, que à época era do PFL (atual DEM). Nas estimativas do MP, o esquema pode ter dado prejuízos de mais de 800 milhões de reais aos cofres públicos.
Os primeiros indícios de corrupção do caso surgiram em 1997, durante o Governo do tucano Mário Covas
Até o momento, apenas executivos das empresas envolvidas foram denunciados, nenhum político com foro privilegiado responde na Justiça pelo caso. Alckmin afirma que o Estado foi a grande vítima do caso: “O Governo do Estado entrou com uma ação contra todas as empresas, inclusive exigindo indenização do erário público”. Já Serra garante que durante sua gestão o preço dos serviços contratados baixou: “Nós fizemos uma luta anticartel, para pagar 200 milhões de reais a menos”.
A tramitação dos processos, no entanto, não ocorre sem entreveros. Uma das denúncias do MP contra o ex-executivo da Siemens Marco Missawa foi arquivada pelo juiz Rodolfo Pellizari. Especialistas consultados pelo EL PAÍS afirmam que é bastante raro que o juiz peça o arquivamento de uma denúncia robusta do Ministério Público. No final de 2015 o Ministério Público recorreu da decisão, e o Tribunal de Justiça de São Paulo determinou em dezembro passado que o magistrado aceite a denúncia: "Da mesma forma como não se aceita condenação precipitada, desrespeitando-se os princípios do contraditório e da ampla defesa, também não se aceita decisão prematura", disseram os juízes.
O promotor Marcelo Mendroni, responsável pelo processo, questiona a isenção deste juiz para julgar um caso que ele já mandou arquivar. “Fica difícil não dizer que haverá uma certa suspeição, uma vez que o juiz achava que a evidência não era suficiente nem para aceitar a denúncia, dificilmente vai achar suficiente para condenar”, afirma. “Mas não há o que fazer”. Mendroni diz também que não é possível comparar as investigações do cartel de trens em São Paulo com a Lava Jato, uma vez que as operação que apura corrupção na Petrobras conta com uma força-tarefa com vários promotores: "Aqui nós vamos nos desdobrando". O promotor acredita que ainda neste semestre terá início o julgamento.
Em fevereiro de 2015 o Supremo Tribunal Federal arquivou um pedido para investigar o deputado federal Rodrigo Garcia (DEM-SP) e o ex-deputado federal José Aníbal (PSDB-SP), que haviam sido citados por um executivo da Siemens como beneficiários de propinas no esquema de fraudes do trensalão. Até o momento ninguém foi condenado no caso.

Mensalão tucano

A figura mais emblemática da suposta impunidade tucana é o ex-governador de Minas Gerais Eduardo Azeredo (PSDB). Ele foi condenado em dezembro de 2015 a 20 anos e dez meses de prisão em regime fechado por peculato e lavagem de dinheiro no caso conhecido como mensalão tucano, ocorrido há 17 anos. Os crimes, supostamente ocorridos em 1998, foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República apenas em 2007. No ano passado, após a PGR pedir pena de 22 anos para o então deputado federal, ele renunciou ao mandato. Com isso, ele perdeu o foro privilegiado mas ganhou tempo, pois o julgamento do seu caso voltou para a Justiça comum, em primeira instância. Entre o Supremo Tribunal Federal –que o julgaria se mantivesse o foro– enviar o processo de volta à Vara correspondente e a juíza Melissa Pinheiro Costa Lage emitir sua decisão nesta quarta, se passaram 21 meses. Como a decisão foi de primeira instância, ele poderá aguardar a tramitação de seus recursos em liberdade, e existe a expectativa de que os crimes atribuídos a ele tenham prescrito antes de acabarem os recursos. Neste caso, Azeredo não chegará a cumprir pena alguma.
À época da remessa dos autos do STF para a Justiça comum, o então presidente da Corte, Joaquim Barbosa, criticou a manobra do tucano: "O processo tramita aqui há nove anos [...]. Só de abertura da ação penal vamos para mais de quatro anos. Não parece bom para o tribunal permitir essa valsa processual, esse vai e volta”. A demora da Justiça em condenar os responsáveis pelo mensalão tucano não passou despercebida pela juíza. "Triste se pensar que, talvez toda essa situação, bem como todos os crimes de peculato, corrupção e lavagem de dinheiro, tanto do presente feito, quanto do mensalão do PT, pudessem ter sido evitados se os fatos aqui tratados tivessem sido a fundo investigados quando da denúncia formalizada pela coligação adversária perante a Justiça Eleitoral".