quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Doleiro diz na Polícia Federal que buscava dinheiro vivo na CPTM com ex-diretor

Em depoimento à Polícia Federal, Marco Cursini disse que recebia dólares de João Roberto Zaniboni na sede da estatal paulista



O doleiro Marco Antonio Cursini afirmou, em depoimento à Polícia Federal, que recebia do ex-diretor de Operações da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) João Roberto Zaniboni, na sede da estatal, em São Paulo, dólares em dinheiro vivo para realizar operações de dólar cabo para a Suíça. Zaniboni está condenado naquele país europeu por lavagem de dinheiro.

No Brasil, ele é apontado pela polícia como intermediário no pagamento de propinas a agentes públicos e políticos ligados ao governo de São Paulo e está indiciado sob suspeita de ter cometido os crimes de lavagem de dinheiro, formação de cartel, corrupção e crime financeiro. Ele foi diretor da CPTM entre os anos de 1999 e 2003.

O dólar cabo é uma operação de transferência eletrônica na moeda americana sem comunicação ao Banco Central ou declaração à Receita Federal.

Cursini foi condenado em 2009 a uma pena de 3 anos e 3 meses de prisão por lavagem de dinheiro, evasão de divisas e soCliente". Trecho de depoimento de doleiro à Polícia Federal

Pagamento foi por serviços prestados, afirma advogado

• O advogado de defesa de João Roberto Zaniboni, Luiz Fernando Pacheco, afirmou que seu cliente recebeu dinheiro a título de serviços prestados antes de ele ter assumido a direção da CPTM.

"É possível que tenha recebido,sim (o dinheiro de Cursini). Porque o Zaniboni, quando já estava na CPTM, recebeu pagamentos por serviços prestados anteriormente, mas que estavam em atraso."

O governo paulista informou, por meio de nota, que a "Corregedoria-Geral da Administração (CGA) já abriu procedimentos para apurar o assunto e punirá com rigor o eventual envolvimento de servidores públicos em qualquer irregularidade".negação, no caso Banestado. Ele foi beneficiado com redução de pena em delação premiada. Revelou clientes e pagou indenização significativa, R$ 4 milhões ao todo, por decisões da Justiça Federal no Paraná e em São Paulo. Também fez pacto de colaboração na Operação Castelo de Areia da Polícia Federal - anulada por ordem do Superior Tribunal de Justiça.

Transferências. No depoimento, prestado em 17 de outubro, Cursini declarou que Zaniboni informou seu escritório como sendo na Avenida Paulista, 402, 4.0 andar, sede da CPTM. O do-leiro afirmou que o cliente foi indicado pelo banco Credit Suis-se e que depositava o dinheiro na conta Milmar, na Suíça.

No relatório, a PF anotou: "Marco Antonio Cursini declarou que as transferências totalizaram o valor de 464.720 dóla-res entre 28/10/1999 e 23/7/2001. Zaniboni entregava o dinheiro no referido endereço onde funcionava a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos. A partir de 07/2003, Zaniboni passou a precisar de recursos no Brasil, motivo pelo qual solicitou ao depoente (Cursini) a realização de operações de dólar cabo para internalizar valores no Brasil".

O doleiro afirmou que, entre julho de 2003 e novembro de 2004, transferiu a quantia de US$ 181,1 mil entre contas na Suíça, e entregou a Zaniboni no Brasil, em dólares e reais, o valor correspondente em espécie.

Ao prestar depoimento, Cursini apresentou à PF planilha contendo todos os pagamentos que fez a Zaniboni entre 1999 e 2004. As informações do Estadão

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