terça-feira, 28 de maio de 2013

Conceito de Aerotrópolis propões sinergia entre aeroportos, complexos empresariais e industrias

Durante o segundo dia da Airport Infra Expo/Aviation Expo, feira internacional dos setores de infr
Foto: Reprodução
Durante o segundo dia da Airport Infra Expo/Aviation Expo, feira internacional dos setores de infraestrutura aeroportuária e de aviação comercial, que segue até o dia 24 de maio no Transamérica Expo Center, em São Paulo, começaram os trabalhos no AIE Airport Plus+ Latin America, a terceira edição do seminário que hoje reuniu especialistas para analisar a integração entre a cidade e os aeroportos e as oportunidades de negócios que surgem dessa relação.
Na primeira palestra do dia, que tratou o impacto econômico e a viabilidade para integração do aeroporto com a cidade, Luiz Antonio Athayde, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado de Minas Gerais, apresentou o projeto que transformará o entorno do aeroporto Tancredo Neves em que já está integrando indústria, cidade e aeroporto em uma plataforma logística de excelência.
Athayde explicou o conceito de aerotrópolis e a necessidade primordial de planejamento da estrutura, como será a sinergia entre os integrantes. “É preciso planejar milimétricamente o uso do solo, os custos e o desenvolvimento de uma plataforma logística, focando o custo operacional e a conectividade como fator-chave das áreas-alvo da indústria e do serviço”.
Ele mencionou a cidade de Paris que está construindo seu desenvolvimento em torno dos aeroportos internacionais. “Outro exemplo é a China que está investindo na construção de 30 aeroportos dos quais 12 serão aerotrópolis”.
Campinas. Presente na palestra da manhã, o Secretáriode Desenvolvimento Econômico, Social e de Turismo, Samuel Rossilho, concordou com Athayde e disse que o aeroporto de Viracopos está alterando a dinâmica da cidade de Campinas, com fluxos mu ito mais intensos de pessoas transitando pelas rodovias de acesso. “O crescimento é muito mais rápido do que havíamos previsto”, admite.
Segundo ele, o novo operador de Viracopos está comprometido a criar a infraestrutura para acomodar esse contingente de pessoas. “Pelo nosso lado, estamos atentos para aproveitar o potencial de oportunidades que surgem para o desenvolvimento regional. É lógico que estamos na dependência de uma atuação mais expressiva do governo estadual, com quem estamos desenvolvendo uma força tarefa para agilizar projetos de ampliação das opções de acesso ao aeroporto, como a duplicação de rodovias e o sistema de ferrovias. Temos que lembrar que Viracopos está para Campinas como a Copa está para o Brasil”.
Com relação aos acessos ferroviários, Campinas deve ser contemplada com o projeto do trem paulista, que deve interligar Santos, São Paulo e Campinas, além do TAV (Trem de Alta Velocidade) conectando São Paulo, Campinas e Rio de Janeiro, cuja licitação deve sair entre 2016 e 2017. “Temos que adotar um pensamento integrador sobre Campinas, caso contrário Viracopos se transformará em uma ilha”, diz Rosilho, que menciona projetos para a construção de centros de exposição, empreendimentos que hoje a cidade carece.
Potencial de negócios. Na segunda palestra da manhã, as oportunidades de negócios definiram a pauta de debates. Francisco Lyra, da C>Fly Aviation, deu detalhes sobre o projeto Catarina, o novo aeroporto de aviação executiva de São Paulo, que nasce superlativo, com 7 milhões de metros quadrados e área para operações 25% maior do que o aeroporto de Congonhas. O empreendimento localizado entre São Paulo e Sorocaba, terá oito torres corporativas – das quais três já estão contratadas – shopping, centro hospitalar e condomínio residencial. Estamos prestes a obter as licença s ambientais e a construção é iminente”, disse Lyra.
O aeroporto seguirá a regulação vigente que define que os aeroportos executivos atendam exclusivamente a aviação geral, companhias de taxi aéreo e serviços especializados com liberdade tarifárias.
O executivo diz que o potencial de negócios é “enorme”. Apenas 2,4% das cidades brasileiras, equivalente a 135 mil municípios, são atendidas por linhas regulares. Isso quer dizer que mais de 5 mil localidades não são servidas pelo transporte aéreo e estão fora das possibilidades de crescimento que os aeroportos incentivam. Nos Estados Unidos existem 15 mil aeroportos executivos, cerca de três por cidade”.
Em sua apresentação, Lyra comentou que o Brasil tem a segunda maior frota de aeronaves do mundo dedicadas à aviação executiva e a 4ª de helicópteros.
Viracopos. “O potencial e a rapidez do crescimento do volume de passageiros em Viracopos é realmente assustador. No ano passado tivemos 9 milhões de passageiros, este ano projetamos 11 milhões e a perspectiva é continuar nesse ritmo. No final do primeiro semestre do ano que vem, nossa operação será do tamanho do aeroporto Tancredo Neves (MG). Em termos de carga, o comportamento é similar: em 2012 operamos 289 mil toneladas e projetamos crescimento de 7% este ano”, explicou o diretor do aeroporto, Aluízio Margarido, que também participou do painel.
O executivo confirmou a entrega do novo terminal de passageiros em maio de 2014 e enfatizou o potencial de negócios para empresas que atuam no varejo. “Teremos 11 mil metros quadrados para pontos comerciais, que operarão 365 dias por ano, 24 horas por dia e um público estimado de 40 mil consumidores potenciais todos os dias. Decidimos aumentar a presença de lojas nas áreas restritas”.
Margarido ressaltou que o único ponto de fragilidade é que o modelo de concessão tem um período curto de vigência e, com investimentos tão volumosos, a iniciativa privada acaba pensando duas vezes antes de se comprometer com novos projetos.

Fonte: Aiport News

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