quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Investimento brasileiro não é suficiente para o pleno desenvolvimento da matriz de transporte, diz Ipea


Foto: Divulgação
Os vinte anos sem realizar investimentos na infraestrutura do transporte brasileiro ainda prejudica o desenvolvimento do setor. Apesar dos grandes investimentos realizados nas ferrovias, por exemplo, ainda não é o suficiente para equiparar o Brasil a países como os Estados Unidos (EUA) e o Chile.
O coordenador de infraestrutura econômica do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Carlos Campos Neto, afirmou durante palestra no V Brasil sobre Trilhos que o custo logístico ainda é muito alto e demanda mais investimentos. “É evidente que o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) é um grande avanço, mas ainda é insuficiente para uma retomada expressiva no setor.”
Carlos considera a retomada de investimento do setor privado, em 2002, e do setor público, em 2007, uma retomada significativa e culpa a falta de investimentos no transporte devido à privatização de rodovias e ferrovias em 1997.
“É natural que o investimento fique reprimido, já que o governo passou praticamente todo o poder das ferrovias para o privado através de concessões”, disse.
O coordenador de infraestrutura chamou a atenção para a queda de investimento nos últimos anos. Segundo ele, entre 2010 e 2011, houve uma redução de quase 30% e a expectativa é que neste ano continue diminuindo.
Ainda de acordo com o especialista, o Brasil investiu nos dois últimos anos apenas 0,6% do Produto Interno Bruto (PIB), o que é muito pouco. “Em países desenvolvidos e até mesmo países latinos como Chile investem 3,4%.”
O Ipea estima que os setores público e privado precisam realizar um investimento de R$ 30 milhões nos próximos 15 anos para que o Brasil possa ter a qualidade do transporte ferroviário em países como os EUA.
Também presente durante o V Brasil nos Trilhos, o diretor-presidente da Valec, José Eduardo Castello Branco, justificou a redução de investimentos nas ferrovias devido a obras não concluídas e os escândalos enfrentados pelo Ministério dos Transportes no ano passado. “Não tem sido fácil deslanchar as obras com tantos problemas e imbróglios.”
Agência T1, Por Danielle Sousa
Edição: Bruna Yunes

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