segunda-feira, 12 de maio de 2014

Série: Mobilidade e Cidadania – A Mobilidade

Viatrolebus

Marcelo Santos

A minissérie aqui continua. Como já foi afirmado na primeira parte desta minissérie o porquê do descaso com a mobilidade, agora será abordado o que está sendo feito atualmente neste setor. E que, infelizmente, foi prometido e não será ainda assim, cumprido.
A mobilidade, inserida na área de infraestrutura, nunca teve a atenção que merecia por parte de muitos governos. Todas as obras feitas até atualmente foram somente básicas para atender à sociedade. “Não há recursos suficientes”, os governos respondem. Mas será que com tanta arrecadação de impostos os governos realmente não têm condições de oferecer infraestrutura (saneamento e energia elétrica, como por exemplo) aos cidadãos que precisam dela e ao mesmo tempo oferecer soluções para problemas cotidianos em outras áreas do país que já contam com esta infraestrutura? É evidente que o governo tem condições de cumprir tais ações simultaneamente, sem precisar criar ou aumentar os impostos ou tarifas para isso.
Entre a mobilidade e a cidadania, a mobilidade ganhou um grande investimento nos últimos anos, não só por causa das manifestações de 2013, mas por que muitos projetos surgiram por conta dos eventos esportivos que tomarão conta das cidades brasileiras no futuro próximo. Sob as exigências da FIFA e do COI, o Brasil se viu obrigado a transformar algumas de suas cidades em grandes canteiros de obras para que tais eventos (Copa do Mundo e Olimpíadas) pudessem ser realizados. E neste pacote de obras exigidas, a mobilidade foi inserida como necessidade básica para que tais eventos ocorram. Ainda bem! E ainda assim, mesmo com tantas exigências internacionais, muitos projetos essenciais foram deixados de lado em algumas cidades ou por que não houve tempo hábil para a execução ou por total falta de empenho dos governos envolvidos em melhorar a movimentação burocrática na execução de projetos e as obras.
VLT de Fortaleza-CE estava na Matriz de Responsabilidades da Copa-2014, mas não saiu
VLT de Fortaleza-CE estava na Matriz de Responsabilidades da Copa-2014, mas não saiu
A grande pergunta que paira na cabeça dos brasileiros é: se não houvesse tais grandes eventos, os governos teriam investido tão pesadamente em mobilidade urbana? Infelizmente, a resposta é não.
Atualmente pesquisas apontam que a falta de infraestrutura e a falta de mobilidade urbana vem tirando a produtividade do brasileiro. A falta de mobilidade ou a insuficiência de mobilidade nas cidades vem causando um grande prejuízo financeiro ao país. E, além disso, a insuficiente mobilidade também vem causando danos à saúde do trabalhador. Esperemos que tais obras para os eventos esportivos permaneçam como legados às cidades participantes, pois se tomarmos como exemplo o Pan-Americano realizado no Rio de Janeiro em 2007, o gasto nas obras não se reverteu em melhorias de qualidade de vida para o povo carioca.
600-02264773
A mobilidade precisa voltar a ser pauta de todos que querem nos liderar através das urnas. E cada um de nós precisa se responsabilizar por este processo social

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