terça-feira, 23 de abril de 2013

Aeroporto de Congonhas, em SP, poderá ter mais voos comerciais


As obras no aeroporto deve ocorrer em 2014 e 2015; previsão é gastar R$ 80 mi. Foto: Jorge Araujo/Folhapress
O governo quer ampliar a quantidade de voos comerciais regulares no aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, em até 13% -ou até quatro a mais por hora. A proposta deve elevar o número de passageiros do aeroporto.
Hoje há autorização em Congonhas para 30 voos por hora da chamada aviação comercial (de grandes empresas como TAM e Gol) e quatro para a aviação geral (como jatos executivos e táxis aéreos).
O Executivo estuda como passar esses quatro “slots” (espaços para pousos e decolagens) dos jatinhos para grandes companhias aéreas.
A mudança, segundo interlocutores da presidente Dilma Rousseff, permitiria que Congonhas atendesse mais usuários. Isso não significa vetar os jatinhos de pousar, mas só eliminar os horários programados para eles.
O governo avalia, porém, que a quantidade de voos por hora, considerando todos os tipos, não deve subir. O ministro da Aviação Civil, Moreira Franco, encomendou estudo detalhado ao Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo). Terceiro mais movimentado aeroporto do país, Congonhas só fica atrás de Cumbica (Guarulhos) e Galeão (Rio).
Se todos os voos forem ocupados pela aviação regular, a medida pode levar 1,5 milhão de passageiros a mais por ano a Congonhas (cálculo a partir da ocupação média e do tamanho da menor das aeronaves).
Caso a medida seja implantada, Azul e Avianca tendem a ser mais beneficiadas devido à estratégia do governo de aumentar a competição. Hoje, TAM e Gol detêm mais de 80% dos voos em Congonhas. A Secretaria de Aviação Civil pretende estimular a concorrência, reduzir preços e promover a aviação regional.
A proposta de redução do fluxo de jatinhos foi apresentada pela Associação Brasileira das Empresas Aéreas em resposta a um projeto da Anac de tornar mais duras as regras de pontualidade em Congonhas, que prevê redistribuir as autorizações quando houver descumprimento.
A restrição de 34 operações por hora em Congonhas foi imposta após um Airbus da TAM atravessar a pista em 2007, matando 199 pessoas. A alegação do governo era melhorar a segurança.
Além de mais passageiros, com reflexo em serviços como a fila do táxi, vizinhos questionam a possível piora do barulho devido à troca de jatinhos por aviões maiores.
“Será um terror”, diz Rosângela Lurbe, presidente da associação de moradores de Moema, que já tentou na Justiça, sem sucesso, restringir voos em Congonhas.

Editoria de arte/Folhapress

Fonte: Folha de S. Paulo, Por Dimmi Amora e Natuza Nery. Colaborou Ricardo Gallo

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