sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Superintendente da CET-SP fala sobre as críticas às ciclovias paulistanas

Vadebike
Ronaldo Tonobohn, da CET, fala sobre críticas às ciclovias. Foto: Rachel Schein
Ronaldo Tonobohn: “mesmo como pedestres, pensamos como motoristas”. Foto: Rachel Schein
Mesmo ganhando um prêmio internacional de mobilidade sustentável, as ciclovias de São Paulo não estão imunes às críticas. As mais frequentes falam sobre o compartilhamento de calçadas e imperfeições na via ou na pintura.
Para Ronaldo Tonobohn, superintendente de planejamento da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), o surgimento das críticas se deve ao fato de haver um novo olhar para as vias da cidade. “Nós estávamos acostumados a prestar atenção no que atrapalhava o carro e não no ciclista e no pedestre. Quando começamos a pintar as ciclovias, os problemas foram aparecendo”, afirma.
Reparo em pavimento de ciclovia na zona sul, antes da repintura. Foto: Willian Cruz
Reparo em pavimento de ciclovia na zona sul, antes da repintura. Foto: Willian Cruz
Tonobohn diz que com o tempo os reparos estão sendo feitos, mas o que o ciclista costuma enxergar, nem sempre a pessoa que está dentro do carro é capaz de ver. “Nós pensamos como motoristas. Mesmo como pedestres, pensamos como motoristas, ao contrário dos holandeses e dinamarqueses, que mesmo estando a pé, pensam como ciclistas”, diz o superintendente.
Um problema concreto que a CET enfrentou no começo do projeto foi a falta de material adequado para a pintura das faixas. Segundo o superintendente, o mercado não estava preparado para oferecer esse produto. “Não se tem uma escala de produção de rede cicloviária no país em que você tenha disponibilidade no mercado na quantidade que você precisa e com a qualidade desejada.”
De acordo com Tonobohn, uma viagem a Buenos Aires, na Argentina, estimulou o secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, a viabilizar o projeto em São Paulo. “Nós estávamos acostumados a pensar em ciclovias caras, totalmente segregadas, no meio das avenida, enterrando a fiação. E Buenos Aires, assim como Nova York, mostraram pra gente que era possível transformar a cidade com pouco dinheiro e garantindo a segurança de ciclistas e pedestres.”
Outra crítica que o projeto tem sofrido desde o princípio é sobre a cor vermelha das ciclovias. Tonobohn informa – assim como já explicamos aqui – que há uma determinação do Contran (Conselho Nacional de Trânsito) para que as ciclovias tenham essa cor.
Veja o vídeo com a entrevista completa e imagens de ciclovias em outras cidades do Brasil e do mundo.


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